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Yom Tov
Yom Tov

 

Yom Tov que coincide com o shabat e

MUSSAF E HAFTARÁ DE shaBAT CHOL HAMOED

Quando o Yom Tov coincidir com o Shabat

1) Quando o yom tov coincidir com o Shabat, será necessário

rezar as tefilot dos yamim tovim (Shalosh Regalim) e acrescentar os

trechos alusivos ao Shabat.

Caso o indivíduo se equivocar e iniciar a Amidá de Shabat –

“Atá Kidáshta” em Arvit; “Yismach Moshê” em Shacharit; “Atá Echad”

em Minchá – e lembrar-se no meio da Amidá, que deveria estar

rezando a tefilá de Shalosh Regalim com acréscimos de Shabat:

– Se lembrar antes de concluir a berachá de “Mecadesh

Hashabat” (tiver dito apenas “baruch Atá”), voltará a “Atá

Vechartánu”.

– Se já tiver dito Hashem da berachá de “Mecadesh Hashabat”,

deverá concluir com “lamedêni chukêcha” e retomar para “Atá

Vechartánu”.

– Se já tiver concluído a berachá de “Mecadesh Hashabat”, mas

ainda não recitou o trecho Yaalê Veyavô, deverá retomar para “Atá

Vechartánu”.

– Se já tiver recitado o trecho “Yaalê Veyavô” (mencionando o

respectivo yom tov), deverá seguir em frente.

– Portanto, se tiver rezado a Amidá de Shabat e tiver dito

“Yaalê Veyavô” mencionando “et yom Chag Hamatsot hazê” em

209

cap. 33

2

Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot

Pêssach; “et yom Chag Hashavuot hazê” em Shavuot; “et yom Chag

Hassucot hazê” em Sucot e “et yom Shemini Chag Haatsêret hazê”

(sefaradim) e “et yom Hashemini Chag Haatsêret hazê” (ashkenazim)

em Shemini Atsêret – não deverá voltar621.

Caso, no yom tov que coincide com Shabat, o indivíduo tiver

rezado a Amidá de yom tov (Shalosh Regalim) citando o Shabat no

meio da Amidá, mas equivocando-se no término da berachá e

concluindo com “Mecadesh Yisrael vehazemanim” – não concluindo

com “Mecadesh Hashabat Veyisrael Vehazemanim”:

– Se perceber dentro do prazo que se leva para dizer “Shalom

alecha Ribi”, deverá corrigir e dizer “Mecadesh Hashabat Veyisrael

Vehazemanim”. Se não perceber, uma vez que já citou o Shabat no

meio da Amidá, não será necessário voltar. O mesmo se aplica se

concluir com “Mecadesh Hashabat Veyisrael Vehazemanim” mesmo

não tendo citado Shabat no meio; não será necessário voltar622.

Caso não tenha citado Shabat nem no meio da Amidá, nem no

término da berachá, terá de refazer a Amidá623.

Mussaf Shabat Chol Hamoed

2) No Shabat Chol Hamoed de Pêssach e Sucot, recita-se

o Mussaf de Shalosh Regalim e menciona-se Shabat no meio

de Mussaf – “Vatiten lánu Hashem Elokênu beahavá shabatot

lessimchá...” e “et Musfê Yom Hashabat hazê veet Yom Chag Hassucot”

ou “Yom Chag Hapêssach hazê” e se conclui a berachá intermediária

com “Mecadesh Hashabat Veyisrael Vehazemanim”.

a) Caso tenha concluído com “Mecadesh Hashabat Veyisrael

Vehazemanim” e não citou Shabat no meio do Mussaf, este Mussaf

é considerado válido624.

b) Caso tenha concluído com “Mecadesh Yisrael Vehazemanim”

sem citar o Shabat aqui, mas mencionou o Shabat no meio do

Mussaf em algum dos dois trechos nos quais o Shabat é citado, o

Mussaf é válido625.

c) Caso não tenha citado o Shabat nem no meio da Amidá

nem no término da berachá, terá de refazer a Amidá.

As berachot após a Haftará do Shabat Chol Hamoed

3) Nas berachot finais após a Haftará de Shabat Chol Hamoed

Pêssach, todos os possekim sustentam 626 que não se cita Pêssach,

nem no meio das berachot nem no fim, concluindo com Mecadesh

Hashabat627.

4) Já com relação às berachot finais após a Haftará de Shabat

Chol Hamoed Sucot há uma divergência entre os possekim se Chag

Hassucot deve ser mecionado no meio das berachot finais da

haftará e se a berachá deve ser concluída com “Mecadesh Hashabat

Veyisrael Vehazemanim”. O costume dos ashkenazim628 é mencionar

Sucot e entre os sefaradim há quem costume e há quem não

costume citar; cada kehilá adotará seu costume. E se não houver

um costume, não mencionará Chag Hassucot nas berachot finais

após a Haftará629. E assim é o costume em Yerushaláyim630.

Capítulo 34

Hoshaná Rabá

Ticun

1) O sétimo (e último) dia de Sucot denomina-se Hoshaná

Rabá. Costuma-se passar a noite acordado, estudando o “ticun”

dedicado a este dia631.

Escreve o Ben Ish Chay632 que em Hoshaná Rabá intensificamos

as preces e as súplicas, pois nele se encerram os cinquenta e um

dias que Hashem nos proporcionou com Sua bondade Suprema

para fazermos Teshuvá e para que nossa Teshuvá seja aceita.

Estes 51 dias (א"נ) são compostos pelos 30 dias de elul (desde o

primeiro dia de Rosh Chodesh Elul que é o trigésimo dia de av) e

os primeiros 21 dias do mês de tishri. Isto está aludido na palavra

אנ – que tem o valor numérico de 51 e que expressa um pedido,

uma súplica (השקב).

Por isso, este dia tem o nome de Hoshaná Rabá, que signidfica:

"םותיחה רחא ךלוה לכה ,אבר אוהש א"נ םוי תא עשוה" – “Hoshá et yom

ná shehu rabá; hacol holech achar hachitum” – Salva-nos neste dia

51 porque ele é grande; grande, pois ele é o término destes dias.

À meia noite de Hoshaná Rabá (chatsot) o julgamento é

concluído e a chancela externa é selada. No Yom Kipur é selada

a chancela “interna” que é a principal e em Hoshaná Rabá, tendo

sido finalizado o julgamento após a última chancela, são lançados

os mandados com a decisão do Tribunal de Justiça Celestial

chamados de pitcaot – bilhetes. Por isso, desejamos “pitcá tavá”

uns aos outros (que você tenha um bom bilhete – os ashkenazim

dizem “a gut kvitl”). O Ben Ish Chay termina dizendo que embora

os bilhetes tenham sido emitidos, ainda temos até Shemini Atsêret

para tentar nos livrar de um veredicto desfavorável. Por isso, temos

que refletir e despertar para a teshuvá e nos concentrar nela,

mantendo este espírito durante todo o dia.

2) Estuda-se o Chumash Devarim antes do meio da noite (chatsot)

de Hoshaná Rabá. Esta parte é a principal do ticun633. Vide no livro

Ticun Lel Hoshaná Rabá, o “Ribon Haolamim” que se recita antes de

ler o “Chumash Devarim”, e o “Yehi Ratson” que é dito após a leitura

do livro de Devarim. Antes de chatsot também se recita o Keriat

Shemá al Hamitá (o Shemá de antes de dormir) mesmo que não

se vai dormir (omitindo a Berachá de Hamapil). Depois se estuda

uma parte do Zôhar Hacadosh e recita-se todo o livro de Tehilim

intercalado por Selichot conforme consta no Ticun Lel Hoshaná Rabá:

Após o mizmor 41, ao terminar o primeiro tomo do Tehilim,

recitam-se Selichot.

Após o mizmor 72, ao terminar o segundo tomo do Tehilim,

recitam-se Selichot.

Após o mizmor 89, ao terminar o terceiro tomo do Tehilim,

recitam-se Selichot.

Após o mizmor 106, ao terminar o quarto tomo do Tehilim,

recitam-se Selichot.

214

.ג"ס םש ח"אב 633

SUCOT E SHEMINI ATSÊRET cap. 34

3

Após o mizmor 118 recitam-se Selichot.

Após o mizmor 119 recitam-se Selichot.

Após o mizmor 150, ao terminar o quinto tomo do Tehilim,

recitam-se o Yehi Ratson e em seguida Selichot.

Vide ainda no Ticun Lel Hoshaná Rabá, o “Yehi Ratson” que deve

ser dito antes do Tehilim e o “Ribonô shel Olam” que se recita após

o Tehilim e as Selichot.

Birchot Hasháchar e Birchot Hatorá

3) Procedimento de quem não dormiu à noite pelo menos

durante meia hora634:

Os sefaradim, a partir de chatsot láyla (o meio da noite),

poderão recitar as berachot de Birchot Hasháchar exceto as

seguintes: a berachá de Netilat Yadáyim 635, a berachá de Asher

Yatsar – a menos que tenham feito as necessidades – e as berachot

da Torá. Depois de alot hasháchar farão netilat yadáyim (ablução

das mãos com uma caneca intercalando por três vezes) sem recitar

a berachá de Netilat Yadáyim e em seguida deverão recitar as

berachot da Torá636 antes de Shacharit.

Os ashkenazim, a partir de alot hasháchar dirão as Birchot

Hasháchar exceto Elokay Neshamá, as berachot da Torá e a berachá

de Hamaavir Shená. Devem, porém, procurar ouvi-las de alguém

que tenha dormido ou de algum sefaradi e responder amen637.

Depois de responder amen, devem recitar os pessukim de Bircat

Cohanim que constam nos sidurim. Com relação à berachá de

Netilat Yadáyim, caso tenham feito suas necessidades antes da

tefilá, devem fazer netilat yadáyim (ablução das mãos com uma

caneca intercalando por três vezes) com berachá638. Com relação

à berachá de Asher Yatsar, caso tenham feito suas necessidades

antes da tefilá, devem recitá-la também.

4) Quem dormir nas noites de Shavuot e Hoshaná Rabá na

cama a partir do aparecimento das estrelas – por um período

mínimo de meia hora – antes de começar a estudar deverá

recitar as berachot da Torá639. Ao amanhecer não deverá recitá-

las novamente. Ainda que volte a dormir nesta mesma noite, ao

acordar não deverá recitá-las novamente640.

Hoshanot

5) No Shacharit de Hoshaná Rabá, costumamos dar sete voltas641

ao redor da Tevá segurando os arbaát haminim e acrescentamos

partes específicas na tefilá conforme consta no machzor.

.

As sete voltas são em recordação às que eram feitas em volta

do Mizbêach na época do Bêt Hamicdash642 e em recordação às

sete voltas que Yehoshua bin Nun e Benê Yisrael fizeram ao redor

de Yerichô e que depois disso, milagrosamente, as muralhas da

cidade desmoronaram643.

Min’hag neviím

6) Neste dia costuma-se pegar cinco aravot 644 previamente

amarradas645 que tenham, cada qual, pelo menos três tefachim de

comprimento (24cm)646 e cumprir o min’hag neviím647 – costume

instituído pelos profetas – de batê-las no chão648 – que não seja

assoalho649 – por cinco vezes650, sem fazer nenhuma berachá651.

7) Os sefaradim realizam esta mitsvá depois da oração de

Mussaf652. Os ashkenazim a realizam quando atingem o trecho de

“Taanê Emunim”653 das Hoshanot, quando soltam os arbaát hami-

nim e tomam em suas mãos as aravot.

8) É permitido usar as aravot que outra pessoa usou para fazer

a mitsvá654 desde que ainda estejam kesherot655.

9) É costume sefaradi que depois da tefilá de Hoshaná Rabá

abre-se o Hechal e se recita “Nishmat Col Chay” até “umeolam vead

olam Atá El”656. É evidente que não se diz a berachá de Yishtabach.

Shenáyim Micrá Veechad Targum

10) Em Hoshaná Rabá são lidos “Shenáyim Micrá Veechad

Targum” de Parashat Vezot Haberachá.

Sobre as leis referentes a “Shenáyim Micrá Veechad Targum”,

vide livro “Shomer Shabat”, capítulo 1 itens 12 a 16, do mesmo

autor.

Se esquecer e não ler em Hoshaná Rabá, deverá ler em Shemini

Atsêret após Minchá657.

11) Quando um yom tov coincidir com a quinta e a sexta-feira,

“Shenáyim Micrá Veechad Targum” devem ser lidos de preferência

no Shabat de manhã, antes da tefilá, ou antes da refeição de

Shacharit658. Por exemplo: quando o primeiro dia de Shemini Atsêret

coincidir com a quinta-feira e no Shabat se lê Parashat Bereshit.

Se não tiver esta possibilidade, poderá ler o “Shenáyim Micrá

Veechad Targum” na sexta-feira à noite659.

Capítulo 35

Shemini Atsêret

Mashiv harúach umorid haguêshem

1) A partir do Mussaf de Shemini Atsêret começa-se a recitar

“mashiv harúach umorid haguêshem” (Que faz o vento soprar e a

chuva cair) no lugar de “morid hatal” (Que faz descer o orvalho), até

(inclusive) a oração de Shacharit do primeiro dia de Pêssach.

2) Se, por força maior, alguém estiver rezando sem minyan, só

poderá iniciar este Mussaf (de Shemini Atsêret) após presumir que

na sua sinagoga já anunciaram a mudança para “mashiv harúach”.

3) Durante este período de Shemini Atsêret a Pêssach que é

chamado de inverno em Êrets Yisrael e todo o Hemisfério Norte, se

os sefaradim não disserem “mashiv harúach umorid haguêshem”,

mas disserem “morid hatal”, como estavam acostumados até

então:

– Se lembrarem antes de proferir Hashem de “Mechayê

Hametim”, voltarão até “mashiv harúach” e de lá seguirão a Amidá.

– Se lembrarem depois de proferir Hashem de “Mechayê

Hametim”, devem concluir a berachá e seguir adiante com a Amidá

(não podendo completar com “lamedêni chukêcha”, nem repetir a

Amidá).

4) Para quem reza segundo o nússach ashkenaz, que não

menciona morid hatal entre Pêssach e Shemini Atsêret que é verão

no Hemisfério Norte (ou seja: “...rav lehoshia, mechalkel chayim”) e

a partir da oração de Mussaf de Shemini Atsêret falou como estava

220

SUCOT E SHEMINI ATSÊRET cap. 35

5 - 6

acostumado (portanto não só não mencionou “mashiv harúach

umorid haguêshem” como não mencionou nem mesmo “morid

hatal” por não ter este costume:

– Se lembrar antes de proferir Hashem de “Mechayê Hametim”,

dirá “mashiv harúach umorid haguêshem” onde se lembrar.

– Se lembrar após ter dito Hashem de “Mechayê Hametim”,

concluirá “Mechayê Hametim” e aí dirá “mashiv harúach umorid

haguêshem” antes de iniciar “Atá Cadosh”.

– A partir daí, mesmo que proferiu somente a palavra “Atá” de

“Atá Cadosh”, deve voltar ao início da Amidá. E assim deve proceder

mesmo que já terminou toda a Amidá.

Vide os mecorot (fontes bibliográficas dos livros de halachá)

no livro “Vaani Tefilá”, cap. 6.

A respeito de quando se começa a dizer “Barech Alênu” (“veten

tal umatar livrachá”) vide “Vaani Tefilá”, capítulo 7 itens 2 a 13.

Et yom Shemini Chag Atsêret hazê (ashkenazim: et yom

Shemini Atsêret hachag hazê)

5) Em Shemini Atsêret e Simchat Torá recita-se, na Amidá de

Arvit, Shacharit, Mussaf e Minchá, “Vatiten lanu... et yom Shemini

Chag Atsêret Hazê” (ashkenazim: “et yom Shemini Atsêret hachag

hazê”)660. Deve-se tomar um cuidado especial para não se confundir

com Sucot.

6) Se em Shemini Atsêret, um indivíduo disser “et yom Chag

Hassucot hazê” em vez de dizer “et yom Shemini Chag Atsêret hazê”:

.א"ס ח"סרת 'יס ע"וש 660

221

cap. 35

7 - 8

Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot

a) Caso ele se lembrar antes de dizer o nome de Hashem da

berachá de Mecadesh Yisrael Vehazemanim, deverá repetir a partir

de “Atá Vechartánu”661.

b) Se ele se lembrar depois de dizer o nome de Hashem, há

uma discussão entre os possekim a respeito.

Na prática, se estiver ciente que aquele dia é Shemini Atsêret

e apenas se confundiu em sua linguagem e disse Chag Hassucot,

não será necessário repetir a Amidá. Mas se estava pensando que

aquele dia fosse Sucot e disse Chag Hassucot, então deverá repetir

a Amidá662.

Simchat Torá

7) Após a leitura de Parashat Vezot Haberachá não se diz

Cadish. Diz-se Cadish somente após a leitura do Chatan Bereshit.

Caso o chazan se equivocar e começar a recitar o Cadish, não

se deve interrompê-lo e a congregação deverá responder amen

normalmente663.

8) Nos casos em que no Shabat se lê três trechos em três Rolos

de Torá diferentes, como por exemplo, quando Rosh Chodesh

SUCOT E SHEMINI ATSÊRET cap. 35

8

Nissan coincide com o Shabat, no qual há três leituras – Parashat

Hashavúa, Parashat Rosh Chôdesh e Parashat Hachôdesh; ou

quando Rosh Chôdesh Tevet coincide com o Shabat e também

tem três leituras – Parashat Hashavúa, Parashat Rosh Chôdesh e

Chanucá; ou quando se lê duas leituras e sobem sete ou mais

pessoas para ler no primeiro Sêfer Torá, mesmo que estejam lendo

em um único Sêfer Torá664 e enrolam o Sêfer Torá de uma leitura até

a outra, os sefaradim costumam recitar Cadish após cada leitura.

Exceto em Simchat Torá conforme esclarecido no item 7665.

Capítulo 36

O Kidush e a Sucá em Shemini Atsêret

Shehecheyánu

1) Shemini Atsêret é um yom tov independente de Sucot.

Portanto, nas duas noites de Shemini Atsêret (na segunda noite fora

de Êrets Yisrael chamada de Simchat Torá) deve-se recitar a berachá

de Shehecheyánu no Kidush666. Nos dois últimos dias de Pêssach,

no entanto, não se recita Shehecheyánu no Kidush, por serem eles

os últimos dias de Pêssach e não serem yamim tovim leatsmam –

independentes.

As mulheres, que têm o costume667 de fazer a berachá de

Shehecheyánu na hora de acender as velas, podem responder

amen quando o Shehecheyánu for pronunciado pela pessoa que

estiver fazendo o Kidush668. De qualquer forma, é correto não fazer

esta bênção ao acender as velas, e sim ouvi-la de quem faz o Kidush

e responder amen 669. E aquelas que costumam recitar a berachá

de Shehecheyánu na hora de acender as velas, não devem ser

impedidas de assim proceder670.

Sucá

2) Fora de Êrets Yisrael senta-se na Sucá durante todo o dia de

Shemini Atsêret, porém não se faz a berachá de Leshev Bassucá671.

No segundo dia de Shemini Atsêret, denominado Simchat Torá, não

se deve mais sentar na Sucá672.

3) De acordo com o Ben Ish Chay, dorme-se na Sucá em

Shemini Atsêret673. De acordo com o Mishná Berurá, o costume é de

não dormir na Sucá em Shemini Atsêret. Igualmente, costuma-se

agir com menos rigor com relação a frutas, pois mesmo aqueles

que não comem frutas fora da Sucá durante os sete dias de Sucot,

no Shemini Atsêret costumam comê-las fora da Sucá674.

4) Quando habitantes de Êrets Yisrael estiverem em chuts

laárets (fora de Yisrael) em Shemini Atsêret, deverão comer na

Sucá juntamente com os moradores locais para não demonstrar

desprezo pelo segundo dia de Yom Tov. No entanto, deverão

considerar que não estão na Sucá por mitsvat Sucá – para não

transgredirem o issur de bal tossif (a proibição de acrescentar às

Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot

mitsvot) – e deverão comer fora da Sucá algo que normalmente

não comeriam fora da Sucá nos dias de Sucot, discretamente, para

que os moradores locais não percebam675.

5) Em Shemini Atsêret à tarde, antes da entrada do segundo

dia (Simchat Torá), há o costume de dizer um “Yehi Ratson” ao

despedir-se da Sucá, que consta nos Sidurim.

Os sefaradim dizem:

Yehi Ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,

shebizchut kiyum mitsvat Sucá zot shekiyámnu, nizkê venichyê ôrech

yamim ushnot chayim velashaná habaá Birushaláyim veleshêv

bessucá shel Livyatan, kemô shecatuv: “Hitmalê bessucot orô”, amen

ken Yehi Ratson676.

Os ashkenazim dizem:

Yehi Ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,

keshem shekiyámti veyashávti bassucá zu, ken ezkê leshaná habaá

leshev bessucat orô shel Livyatan. Leshaná habaá Birushaláyim!

Capítulo 37

Segundo dia de yom tov que Cai No shabat

Kidush para um morador de Êrets Yisrael

1) Quando o segundo dia de yom tov coincidir com o Shabat

– isso poderá ocorrer no oitavo dia de Pêssach e no segundo de

Shavuot – para um morador de Êrets Yisrael este segundo dia não

é mais yom tov; é apenas Shabat. Se ele estiver passando os yamim

tovim fora de Êrets Yisrael, ao se hospedar na casa de um morador

de fora de Êrets Yisrael (chuts laárets), poderá ouvir e se isentar com

o kidush feito por seu anfitrião, mesmo que o texto seja diferente,

pois ele estará cumprindo sua obrigação ao ouvir os trechos que se

referem a Shabat677. E não deverá fazer o kidush sozinho, para não

parecer que está subestimando o segundo dia yom tov678.

Shenáyim Micrá Veechad Targum

2) Quando o yom tov coincide com sexta-feira e Shabat para

moradores de fora de Êrets Yisrael, para moradores de Êrets Yisrael

o Shabat não é mais yom tov. Neste caso, as leituras da Torá no

Shabat são diferentes. Fora de Êrets Yisrael lê-se “Asser Teasser” e

em Êrets Yisrael lê-se a parashá da semana.

Por exemplo: quando o último dia de Pêssach é Shabat para

os moradores de fora de Êrets Yisrael, a leitura da Torá é “Asser

Teasser”. Neste caso, para os moradores de Êrets Yisrael o último dia

de Pêssach foi na sexta-feira e no Shabat lê-se Parashat Shemini.

Isso ocorre também quando Shavuot coincide com a sexta-

feira e com o Shabat: fora de Êrets Yisrael lê-se “Asser Teasser” e em

Êrets Yisrael lê-se a parashá da semana que é Nassô.

Se um morador de Êrets Yisrael está fora de Êrets Yisrael em

Shemini Shel Pêssach e pretende chegar em Yisrael no Shabat

seguinte:

Deverá ler Shenáyim Micrá Veechad Targum da Parashat

Shemini depois do yom tov, enquanto ainda estiver fora de Yisrael.

Caso não tenha lido enquanto estava fora de Yisrael, deverá lê-

la em Yisrael até quarta-feira. Se não conseguir ler até quarta,

deverá lê-la até sexta-feira antes do meio do dia. Se não ler até

então, deverá primeiramente ler Shenáyim Micrá Veechad Targum

de Parashat Tazria-Metsorá e depois ler Shenáyim Micrá Veechad

Targum de Parashat Shemini679.

Se um morador de Êrets Yisrael está fora de Êrets Yisrael em

Shemini Shel Pêssach e pretende chegar em Yisrael após o Shabat

seguinte:

Deverá ler Shenáyim Micrá Veechad Targum enquanto estiver

fora de Yisrael junto com a leitura dos moradores de fora de Yisrael.

Porém, antes do Shabat que pretende estar em Yisrael deverá ler

a parashá que lhe faltou e a parashá a ser lida em Yisrael naquele

Shabat680.

LEIS DE YOM TOV cap. 38

1

As leis contidas nos próximos dez capítulos referentes ao

yom tov são exclusivas ao yom tov. Não devem ser tomadas

conclusões a partir delas sobre leis referentes ao Shabat,

a menos que esteja explícita a lei do Shabat.

Capítulo 38

Os Trabalhos Proibidos no Yom Tov

Yamim tovim são dias festivos do calendário judaico, nos quais

a Torá recomenda leis especiais de conduta. As leis tratadas nestes

capítulos referentes a yom tov (capítulos 38 a 47) são alusivas

aos seguintes dias do ano: dois dias de Rosh Hashaná – em Êrets

Yisrael também comemora-se dois dias de Rosh Hashaná; dois

primeiros dias de Sucot, dois dias de Shemini Atsêret (o segundo

dia é chamado de Simchat Torá), dois primeiros dias de Pêssach,

dois últimos dias de Pêssach e dois dias de Shavuot – para os que

moram fora de Êrets Yisrael). O dia de Yom Kipur possui leis iguais

às de Shabat e outras específicas do dia. Vide capítulos 17 a 27.

Quais os trabalhos proibidos

1) Toda a melachá (trabalho) ou tirchá (esforço) que é proibida

no Shabat, quer seja uma proibição da Torá, quer de nossos

sábios, é proibida no yom tov, com as seguintes exceções: o

preparo da comida (vide itens 3 e 4 – pois na Torá está escrito em

Shemot 12:16: “O único trabalho que vocês poderão fazer é aquele

necessário para permitir a cada um comer”), passar fogo (cap. 40)

229

cap. 38

2 - 4

Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot

e transportar objetos (cap. 46)681. É evidente que é proibido o uso

de aparelhos elétricos, mesmo que para o preparo da comida. Os

esforços são permitidos somente sob as condições explícitas no

capítulo 41.

2) Da mesma forma que no Shabat, tudo aquilo que é proibido

que um judeu faça no yom tov, também é proibido pedir a um não

judeu que o faça682.

Preparo da comida

3) São 39 os trabalhos proibidos no Shabat. A lista destas

proibições é trazida na mishná (Massêchet Shabat, capítulo 7). Na

sequência dos 39 trabalhos proibidos no Shabat, os que foram

permitidos no yom tov para o preparo da comida são aqueles

que figuram a partir de “halásh” (amassar), inclusive este. Assim,

os trabalhos de ceifar, moer, colher, espremer, etc., continuam

proibidos mesmo que estes trabalhos sejam relativos ao preparo

da comida683.

Cozinhar

4) Existe uma divergência entre os legisladores se é permitido

cozinhar no yom tov um alimento que, se fosse cozido na véspera,

seu gosto não ficaria alterado no yom tov. Há quem sustente que tais

alimentos devem ser preparados na véspera e assim devemos fazer.

Contudo, se esse alimento não foi preparado na véspera, por

esquecimento ou por falta de tempo, é permitido prepará-lo de

uma forma diferente da habitual. Porém, se por motivo de força

maior, o indivíduo estava completamente impossibilitado de

preparar a comida na véspera, ou no caso de inesperadamente

virem convidados para a refeição de yom tov, é permitido cozinhar

de forma habitual (para maiores detalhes, vide capítulo 42).

Exemplos de alimentos que podem ser preparados na véspera

sem que o seu gosto se altere: bolo, gelatina, pudim, compota e

massa de macarrão.

Alimentos que ficam com seu gosto alterado, mesmo que em

parte, se preparados na véspera, podem ser preparados no yom

tov. Exemplos: salada de verduras, salada de ovos, pão, arroz e

cozidos em geral684.


Capítulo 39

Leis de Melichá no Yom Tov

Introdução

1) Após o animal ter sido abatido pelo shochet e terem

sido removidas todas as partes proibidas ao nosso consumo,

como veias e sebos proibidos (nicur), faz-se a melichá –

“casherização”.

Melichá é o nome genérico para o processo de lavagem

(hadachá), imersão (sheriyá), salgamento (melichá) e lavagem

tripla (hadachá) da carne feito dentro das primeiras 72 horas

após a shechitá (abate), para remoção do sangue. Hoje em dia,

geralmente, este processo é feito no próprio abatedouro ou no

açougue casher, não sendo necessário fazer em casa.

Nos lugares em que não há necessidade de fazer este

procedimento, este capítulo tem o intuito apenas de proporcionar

o conhecimento.

O termo salgamento aqui se refere apenas ao processo de

“casherização”, no qual o sal tem outra função – que é a de remover

o sangue.

Portanto, é permitido que a dona de casa tempere a carne ou

o frango com sal ao cozinhá-los no yom tov.

Quando é permitido salgar a carne

2) No yom tov só é permitido fazer melichá (salgar a carne

232

LEIS DE YOM TOV cap. 39

3 - 4

como parte do processo de “casherização”) se a intenção for a de

consumi-la no mesmo dia em que está sendo salgada (a noite

é considerada como parte do dia seguinte). Portanto, se já se

alimentou e não pretende comer novamente neste dia, é proibido

fazer melichá685.

Salgar vários pedaços de carne

3) É permitido fazer a melichá em vários pedaços de carne

de uma só vez com um punhado só de sal. Assim, mesmo que

apenas um pedaço de carne seja necessário para o yom tov, é

permitido salgar outros pedaços junto com este, com a condição

de que, com o mesmo punhado de sal, seja possível salgar todos

os pedaços conforme o necessário. O motivo desta permissão é

que se emprega o mesmo esforço para um ou vários pedaços,

uma vez que estão sendo salgados conjuntamente. Mesmo que

haja um esforço adicional ao se virar cada pedaço para que seja

salgado por igual, nossos sábios permitiram isso para que a carne

não se estrague686.

Lavar a carne

4) A carne de um animal abatido há mais de 72 horas, que

não foi feita a melichá, é proibida ao consumo, a menos que seja

assada diretamente no fogo (Shulchan Aruch Yorê Deá, capítulo 69

item 10).

Caso esta carne seja lavada dentro do período de 72 horas,

temos um prazo de mais 72 horas a partir da lavagem para fazer

melichá. Se o terceiro dia após o abate coincidir com o yom tov,

mesmo que não tenhamos a intenção de consumir a carne no

mesmo dia, é permitido lavá-la, pois a lavagem não é considerada

um esforço proibido.

É recomendável, no entanto, que se consuma parte da carne e,

se possível, protelar a lavagem da carne para o segundo dia de yom

tov, desde que não ultrapasse 72 horas. É preferível lavar a carne

de maneira indireta, ou seja, abrir a torneira para outra finalidade

e deixar a água correndo sobre a carne. Se for Shabat e 72 horas

após o abate estiverem se esgotando, a carne deverá ser lavada

por um não judeu687.

234


LEIS DE YOM TOV cap. 40

1 - 3c

Capítulo 40

Leis Referentes ao Fogo

Introdução

1) É proibido criar e apagar fogo no yom tov.

2) É permitido somente passar fogo a partir de uma chama

acesa desde a véspera do yom tov.

Regras básicas

3) Leia com atenção as regras apresentadas a seguir, antes de

ler os itens deste capítulo e do capítulo 45. Estes detalhes são de

suma importância.

Fogões elétricos

3a) É proibido acender e apagar fogões elétricos.

Fogões a gás

3b) É proibido acender ou apagar fogões a gás, cujo

acendimento é automático ao girar o botão, ou ao acionar um

botão de ignição (disparador de faísca).

Aquecedores de passagem a gás de acendimento automático

3c) Não podem ser usados no yom tov, pois ao abrir a torneira,

disparam uma faísca que acende o fogo (isto é considerado criar

fogo no yom tov) e ao fechar a torneira o fogo se apaga.

235

cap. 40

3d - 5

Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot

Aquecedores de passagem a gás com chama piloto

3d) Não podem ser usados no yom tov. Pois ao abrir e fechar

a torneira estará incorrendo em proibições (mesmo que a chama

do piloto continue acesa).

Torneiras elétricas

3e) É proibido o uso de torneiras elétricas.

Bóiler elétrico

3f ) Vide cap. 45, item 7.

Criar fogo

4) É permitido acender fogo a partir de uma chama que esteja

acesa desde a véspera do yom tov com uma vela ou um palito de

fósforo, por exemplo, mas é proibido criar um fogo novo a partir de

madeiras, pedras ou riscando palitos de fósforos no yom tov. Esta

proibição se baseia no fato de que criar fogo se inclui dentro da

categoria de “machshirê ôchel nêfesh”, ou seja, meios para preparo

da comida, que devem ser feitos na véspera do yom tov688. É óbvio

que também é proibido acender a luz no yom tov.

5) Se alguém criou fogo no yom tov inadvertidamente, isto é,

esqueceu-se de que era yom tov – embora seja proibido criar fogo

no yom tov, é permitido utilizar-se desta chama689.

É permitido acender um palito de fósforo numa brasa

incandescente ou em uma chama preexistente, porém é proibido

riscar um palito de fósforo ou acenter um isqueiro, pois estaremos

criando fogo no yom tov2.

Quem esqueceu de deixar uma chama acesa

6) Alguém que esqueceu de deixar uma chama acesa ou luzes

acesas na véspera do yom tov e pretende pedir para um não judeu

acender, deve consultar um rabino690.

Apagar fogo

7) É proibido apagar fogo ou luz no yom tov691 . É proibido,

também, diminuir a chama. Portanto é proibido apagar o fogo

mesmo que o piloto continue aceso692.

Há opiniões que permitem diminuir a chama do gás do fogão

no caso em que a comida venha a se queimar. Uma sugestão é

deixar acesa de véspera também uma pequena chama, para onde

a panela possa ser transferida se houver necessidade693.

Fogões elétricos

8) É correto adquirir fogão a gás e não elétrico, pois os fogões

elétricos não podem ser acionados no yom tov. Ainda que os

fogões tenham sido acendidos na véspera de yom tov, não será

permitido aumentar ou diminuir a chama no yom tov694.

Então, desde que haja uma chama acesa desde a véspera do

yom tov, pode-se passar desta chama para acender um fogão a gás.

Depois de aceso, pode-se girar o botão para aumentar a chama695.

Capítulo 41

A Proibição de Preparar Algo no Yom Tov

Para Outro Dia

Trabalho (melachá) no yom tov para o dia seguinte

1) É proibido assar, cozinhar ou abater um animal no yom tov

para o dia seguinte, mesmo que o dia seguinte seja Shabat, yom

tov ou o segundo dia de Rosh Hashaná696 (vide ainda capítulo 47,

onde foi esclarecido que, com o eruv tavshilin, pode-se cozinhar no

segundo dia de yom tov – na sexta-feira – para o Shabat).

Esforço (tirchá) no yom tov para o dia seguinte

2) Da mesma forma, é proibido qualquer esforço de preparo

para o dia seguinte. Assim, é proibido lavar pratos que serão

usados apenas à noite (a noite pertence ao dia seguinte) ou

preparar algo de um dia para o outro (ex.: preparar a mesa na

tarde do primeiro dia para a noite que já é o segundo dia de yom

tov)697. Tais preparativos podem ser realizados por intermédio de

um não judeu698.

Trabalhos relacionados com o preparo da comida

3) Quando for permitido transportar no yom tov, deve-se

tomar o cuidado de não fazê-lo como se faz habitualmente nos

dias da semana. Não devemos transportar cargas pesadas. Quando

for necessário levar garrafas de vinho ou de refrigerante de um

lugar para o outro, não se deve transportá-las em caixas, cestos ou

engradados. Devem-se levar nas mãos, em uma sacolinha, apenas

algumas garrafas699.

É proibido usar carrinhos de feira e similares700.

Mesmo os trabalhos que foram permitidos por estarem

relacionados com o preparo da comida (como cozinhar ou

transportar o vinho), só podem ser feitos se forem necessários

para o próprio dia. Em caso de necessidade, se houver algum tipo

de dificuldade em transportar o vinho à noite, que será o segundo

dia de yom tov (pois se for chol hamoed ou chol é proibido), é

permitido transportá-lo durante o dia, mesmo com a intenção

de consumi-lo à noite. É preciso que isso seja feito com certa

antecedência do pôr do Sol, pois assim fica claro, a um observador,

que existe a possibilidade de que ainda venhamos a usá-lo no

próprio dia. De qualquer forma, devemos transportá-lo de maneira

diferente da habitual701.

Posicionar o Sêfer Torá

4) No Shabat ou no yom tov é proibido posicionar o Sêfer Torá

no local que será lido no outro dia, mesmo que seja para yom

tov702.

Quando o yom tov coincidir com a sexta-feira e a pessoa fez

eruv tavshilin, poderá posicionar o Sêfer Torá no lugar que será lido

no Shabat, como também poderá preparar as camas, lavar louça

de sexta para Shabat, etc.703

Retirar alimentos do congelador (freezer)

5) É permitido retirar alimentos congelados do freezer no

primeiro dia do yom tov para serem consumidos no segundo dia

(somente se este for yom tov ou Shabat). No entanto, isso deve

ser feito com certa antecedência ao pôr do Sol, de maneira que

seja possível utilizar-se de tais alimentos ainda no primeiro dia.

Também é permitido guardar alimentos na geladeira para que não

se estraguem704.

Preparar para o mesmo dia e para o dia seguinte

sem acréscimo de esforço

6) O esforço de preparo (tirchá) – como encher uma garrafa

com vinho, por exemplo, é permitido no Shabat e no yom tov

somente se for necessário para o mesmo dia. Porém, se com o

mesmo esforço (despejando de uma vez), for possível preparar

algo, como encher a garrafa de vinho, por exemplo, para o mesmo

dia e também para o seguinte, então será permitido fazê-lo no

Shabat e no yom tov705. Mas não deverá dizer que o restante será

usado no dia seguinte706.

Casos nos quais é permitido cozinhar para o dia seguinte

7) A priori, podemos cozinhar no yom tov somente o que for

necessário para o mesmo dia. Porém, há três casos que constituem

exceções, nos quais nos é permitido cozinhar para o dia seguinte:

1o caso: Mesmo que só tenha necessidade de parte do

alimento, é permitido preparar, antes de levar ao fogo, uma panela

com bastante carne, peixe ou qualquer outro alimento, se ao

prepará-la estiver fazendo um só esforço (vide item 6).

2o caso: Um cozido que contenha carne, frango ou peixe,

ou um ensopado de carne, fica mais saboroso quanto maior a

quantidade de carne. Portanto, se a intenção for melhorar o sabor

do cozido para o yom tov707, pode-se acrescentar carne mesmo

depois que a panela estiver no fogo. Podemos até transferir esse

cozido para uma panela maior e acrescentar carne, não importando

se o que está sendo adicionado é para o dia seguinte. Já que se

está acrescentando sabor a todo o cozido, fica considerado como

pertencente a este que será consumido no próprio dia.

Contudo, é proibido adicionar a outros alimentos para a

noite, quando a panela já estiver no fogo, pois não ficarão mais

saborosos. Da mesma forma, se estiver assando um espeto no

fogo, é proibido acrescentar carne para a noite quando o espeto

já estiver no fogo. Porém, de início, pode-se adicionar carne à

vontade, pois isso não representa um esforço adicional (vide 1o

caso)708.

3o caso: Se não houver necessidade alguma de cozinhar

para o mesmo dia, mas houver necessidade de cozinhar para

a noite, para que seja permitido cozinhar, deve-se comer uma

porção da comida (não somente experimentar)709 antes do almoço

ou durante o almoço. Alguns sábios proíbem tal atitude, pois

consideram uma artimanha710, sendo que esta é a opinião do Bêt

Yossef711. Portanto, os sefaradim devem conduzir-se conforme os

parágrafos do primeiro e segundo casos acima descritos. Todos,

no entanto, concordam que será proibido cozinhar após o almoço,

pois com certeza isso será para o dia seguinte712.

Neste 3o caso, os sábios só permitem cozinhar no primeiro

dia de yom tov para o segundo, com a condição de que coma uma

porção no primeiro dia de yom tov. Porém para um dia comum isso

deve ser evitado713.

De qualquer forma, nos três casos acima, não devemos dizer

que estamos cozinhando para o dia seguinte714.

Encher uma chaleira

8) É permitido encher uma chaleira inteira com água, para

esquentá-la no yom tov, mesmo que só tenha necessidade de

pouca água (vide item 7, 1o caso). Contudo, é proibido adicionar

água à chaleira que já está no fogo, a menos que tenha necessidade

da água no mesmo dia715.

Capítulo 42

Leis Referentes ao Preparo da Comida

Ralar queijo

1) É permitido ralar queijo no yom tov em um ralador

apropriado. É correto fazê-lo de modo diferente do habitual, pois

isso poderia ter sido feito na véspera, sem alteração no sabor, e

esta seria a atitude recomendável716.

Alimentos que se estragam

2) Alimentos que se estragam ou perdem o gosto quando

preparados (descascados, amassados, moídos, ralados ou

triturados) de véspera, como banana, maçã, cebola, alho, etc.,

podem ser preparados normalmente no yom tov, mesmo

utilizando-se de utensílios específicos como raladores, por

exemplo. Da mesma forma, no yom tov é permitido amassar a

banana com os dentes do garfo, normalmente, para as crianças717.

Alimentos cujo sabor fica alterado

3) Alimentos que não se estragam quando preparados de

véspera, mas seu sabor fica alterado em parte, mesmo que pouco,

como cenoura, nabo, condimentos, etc., podem, em rigor, ser

preparados como nos dias comuns. O costume, porém, é de

prepará-los de maneira distinta da habitual (vide item 5 adiante)718.

Alimentos que não têm seu sabor alterado

4) Alimentos que não se estragam nem têm seu sabor alterado

de um dia para o outro, devem ser preparados na véspera do yom

tov. Contudo, se não foram preparados de antemão, é permitido,

“a posteriori”, prepará-los de modo diferente do habitual. Caso na

véspera do yom tov houve algum contratempo, poderá prepará-

los no yom tov normalmente719.

5) Como se prepara um alimento de maneira diferente da

habitual720:

Se o costume é ralar o alimento sobre um prato, uma maneira

diferenciada de prepará-lo é ralarmos diretamente sobre a mesa

ou um papel721. Uma outra maneira de diferenciar é usando o

ralador de lado, inclinado ou de ponta-cabeça722.

É permitido picar verduras, legumes e frutas em pedaços bem

pequenos no yom tov de maneira habitual.

Evidentemente, tudo isso é permitido somente quando os

alimentos forem consumidos no mesmo dia723.

Descascar hortaliças

6) É permitido descascar batatas, frutas e hortaliças em geral,

no yom tov, próximo à refeição, com um descascador específico. É

permitido usar o espremedor de alho para moer alho necessário

para o mesmo dia724.

Espremer frutas

7) É proibido espremer frutas no yom tov para obter seu

suco725. Também é proibido espremer laranja sobre açúcar. Consta

no Shulchan Aruch (capítulo 505), que é permitido ordenhar uma

vaca no yom tov, recolhendo o leite sobre uma comida, uma vez

que a bebida que é adicionada à comida passa a ser considerada

como comida. Isso só é válido quando a bebida é absorvida

completamente pela comida, que fica, dessa maneira, mais

saborosa. Porém, com certeza é proibido ordenhar todo o leite

sobre um pedacinho de pão.

8) É permitido espremer limão sobre alimentos como saladas,

peixes, etc. Porém é proibido espremer limão em um utensílio

vazio para depois despejá-lo sobre a comida, tampouco espremê-

lo sobre líquidos726.

Coar chá e macarrão

9) É permitido coar as folhas de chá no yom tov727, bem como

coar macarrão728.

Capítulo 43

Como Peneirar Farinha e Tirar Chalá

Peneirar farinha

1) É proibido peneirar farinha no yom tov mesmo de maneira

diferenciada.

2) Se a farinha foi peneirada na véspera, é permitido peneirá-

la uma segunda vez no yom tov, para que o pão fique melhor,

desde que isso seja feito de maneira diferente da habitual (vide

item 5)729.

3) Há quem sustente ser permitido peneirar a farinha por

intermédio de um não judeu se ele modificar um pouco a maneira

de peneirar. Porém, o Peri Chadash proíbe mesmo mediante um

não judeu. Possivelmente ele o permita, se for peneirada de forma

completamente diferente da habitual, como por exemplo, usando

a peneira do lado contrário730.

4) Se a farinha foi peneirada na véspera do yom tov e depois

disso tiver caído nela uma pedrinha ou um graveto, é permitido

peneirá-la novamente no yom tov, mesmo de forma habitual 731. E

há quem permite somente da forma não costumeira732.

5) Como peneirar de maneira diferente da habitual:

Se normalmente a farinha é peneirada sobre uma bacia,

devemos peneirá-la sobre a mesa. Seguramente é suficiente se

for usado o lado contrário da peneira733. E isso será considerado

diferente do habitual.

Medição

6) É proibido medir farinha com exatidão. A medida deve

ser aproximada, sem a utilização de aparelhos de medição como

balanças. Tampouco fazer uso das escalas de medição contidas

em recipientes734.

7) É permitido medir com exatidão o tempero a ser adicionado

à comida se este for o costume em dias comuns. Porém, se

normalmente (em dias de chol – comuns) toma-se uma medida

aproximada, então é proibido medir com exatidão no yom tov735.

Separar chalá

8) É permitido – e deve-se – separar chalá de uma massa

que foi preparada no yom tov. Porém se a massa foi preparada na

véspera, é proibido separar chalá no yom tov736.

9) A obrigação de separar chalá de uma massa feita com

farinha de fora de Êrets Yisrael é um decreto de nossos sábios e de

massa feita com farinha de Êrets Yisrael é decreto da Torá. Por isso,

se alguém esqueceu de separar chalá de uma massa preparada na

véspera do yom tov e a farinha utilizada era de fora de Êrets Yisrael, o

produto dessa massa (pão ou bolo) poderá ser ingerido – contanto

que guarde um pedaço do pão ou bolo 737 para poder separar a

chalá após o yom tov. A quantidade a ser guardada deve ser maior

do que a porção de chalá, para que se possa separar chalá deste

pedaço após o yom tov. Esta é a conduta, pois, se deixar um pedaço

do tamanho de hafrashat chalá é como se tivesse separado chalá

no próprio yom tov738.

Se a farinha for de Êrets Yisrael, o produto da massa sobre

a qual a chalá não foi separada na véspera de yom tov, não

poderá ser ingerido até que a chalá possa ser separada após o

yom tov 739 .

Uma outra opção é preparar uma nova massa no yom tov, que

tenha a quantidade de farinha suficiente para separar chalá740 e

ajuntar à massa preparada na véspera. É permitido separar chalá

sobre o conjunto741.

Tudo isso somente será permitido quando aquela massa for

necessária, ou quando se quiser comer pão fresco no yom tov. Caso

contrário será proibido separar chalá de qualquer forma742.

Queimar chalá

10) É proibido queimar a chalá no yom tov743 e ela é considerada

muktsê (objeto que não pode ser movido no Shabat e yom tov).

Contudo, enquanto se estiver segurando a chalá que foi separada

no yom tov, pode-se levá-la aonde quiser para ser guardada. Então

em Chol Hamoed ou em um dia comum, a chalá deverá finalmente

será queimada744.

Capítulo 44

Não Cozinhar Para um Não Judeu no Yom Tov

1) É proibido fazer qualquer trabalho ou esforço de preparação

para um não judeu no yom tov. Não se deve convidá-lo para as

refeições745 (mesmo que a comida já esteja pronta746), pois se

poderia adicionar para ele no preparo da comida (e isto é proibido

no yom tov).

2) Mas se um não judeu vier nos visitar espontaneamente,

pode-se servi-lo do que já foi cozido para a família747.

Adicionar comida para uma empregada doméstica

3) É permitido adicionar comida para uma empregada

doméstica antes de a panela ir ao fogo, contanto que não se

faça um esforço especial, como fritar mais bolinhos ou ralar mais

alimentos748.t

Preparar café

4) Se um não judeu vier visitar no yom tov, é permitido fazer

uma grande quantidade de café de uma só vez, de maneira que o

dono da casa tome café junto com ele749.

254


LEIS DE YOM TOV cap. 45

1 - 3c

Capítulo 45

Leis Referentes a Esquentar Água

Introdução

1) É proibido criar e apagar fogo no yom tov.

2) É permitido somente passar fogo a partir de uma chama

acesa desde a véspera do yom tov.

Regras básicas

3) Leia com atenção as regras apresentadas a seguir, antes de

ler os itens deste capítulo e do capítulo 40. Estes detalhes são de

suma importância.

Fogões elétricos

3a) É proibido acender e apagar fogões elétricos.

Fogões a gás

3b) É proibido acender ou apagar fogões a gás cujo

acendimento é automático ao girar o botão ou ao acionar um

botão de ignição (disparador de faísca).

Aquecedores de passagem a gás com acendimento

automático

3c) Não podem ser usados no yom tov, pois ao abrir a torneira,

dispara uma faísca que acende o fogo (isto é considerado criar

fogo no yom tov) e ao fechar a torneira o fogo se apaga.

255

cap. 45

3d - 6

Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot

Aquecedores de passagem a gás com chama piloto

3d) Não podem ser usados no yom tov. Pois ao abrir e fechar

a torneira estará incorrendo em proibições (mesmo que a chama

do piloto continue acesa).

Torneiras elétricas

3e) É proibido o uso de torneiras elétricas.

Lavar o rosto, as mãos e os pés

4) É permitido esquentar água no yom tov para lavar o rosto, as

mãos e os pés, pois a limpeza destas partes é necessária a todas as

pessoas diariamente. Porém, é proibido esquentar água para lavar

todo o corpo, pois isso não é uma necessidade comum a todas as

pessoas diariamente750.

5) Também é permitido esquentar água no yom tov para lavar

outras partes do corpo, contanto que não esquente água para

lavar a maior parte do corpo751.

Hefsek Tahará

6) Uma mulher que necessite fazer Hefsek Tahará (exame

interno para o início da contagem dos sete dias limpos) pode

esquentar água para lavar-se752.

Bóiler

7) No yom tov é permitido abrir a torneira de água quente para

lavar o rosto, as mãos e os pés, mesmo que dessa forma entre água

fria no bóiler e ali se esquente, fato este proibido no Shabat753.

É evidente, que em todos os casos citados, são situações

em que ao fechar a torneira não se estaria apagando chamas

do aquecimento a gás (o tipo que funciona com uma chama

piloto que acende outras). Tampouco torneiras elétricas foram

permitidas.

Banho com água fria

8) Com relação ao banho com água fria, aplicam-se as mesmas

leis de banho no Shabat. Vide livro “Shomer Shabat”, capítulo 25

itens 2 a 4.

Água quente para lavar louça

9) É permitido abrir a torneira de água quente – mas não

torneiras elétricas e tampouco a gás que ao fechar a torneira

estaria apagando as chamas de aquecimento, como aquecedores

que funcionam com uma chama piloto – para lavar a louça

utilizada no yom tov e necessária para o mesmo dia754.

No Shabat ou no yom tov é proibido usar palha de aço (Bom

Bril), ou qualquer tipo de esponja ou material absorvente. Porém,

um material sintético, cujas fibras estão separadas umas das

outras, pode ser utilizado. Deve-se usar somente detergente

líquido e não sabão em pedra.

10) Se sobraram panelas ou pratos que não foram lavados

na véspera do yom tov e precisarmos deles durante o yom tov,

podemos abrir a torneira de água quente com outra finalidade

permitida, como, por exemplo, para cozinhar ou beber, e mantê-la

aberta para lavar estes recipientes755.

Atenção: Os próximos itens se referem unicamente e tão

somente a yom tov (e não a Shabat)756.

Banho para bebês e crianças

11) Pode-se dar banho no yom tov em bebês e crianças –

que estão habituados a tomar banho todos os dias – com água

aquecida na véspera do yom tov757.

Porém não é permitido esquentar água no yom tov exclusiva-

mente para esta finalidade758.

Se tiver necessidade, por exemplo, de esquentar água para

lavar a louça no yom tov, antes de levá-la para aquecer no fogo,

poderá encher um recipiente com muita água, e depois usar uma

parte desta água para dar banho no bebê ou na criança759.

Poderá também dar banho nos bebes e crianças seguindo as

orientações do parágrafo 9.

Ainda com relação a bebês e crianças, é permitido usar as

águas do bóiler que foram aquecidas na véspera ou aquecidas por

meio de timer760.

Banho para adultos com água aquecida na véspera

do yom tov

12) De acordo com o Bêt Yossef (legislador dos sefaradim), um

adulto pode tomar banho com água que foi aquecida na véspera

de yom tov761, contanto que use somente sabonete líquido (e não

sabonete em pedra). Deve tomar cuidado para não espremer os

cabelos e os pelos (não fazer sechitá), tanto ao lavá-los quanto

ao secá-los. Deve-se enxugá-los apenas apalpando com a toalha

delicadamente, sem fazer força762.

Já de acordo com o Remá (legislador dos ashkenazim) é

proibido lavar todo o corpo mesmo que a água tenha sido aquecida

na véspera do yom tov763. Isso, se lavar todo o corpo de uma só vez;

porém lavando-o em partes é permitido, contanto que não lave a

maioria do corpo764.

13) Se o indivíduo usar o boiler elétrico de acordo com o

esclarecido no item 7 e misturar esta água quente com água fria

a ponto de a água ficar morna – mais para fria – e tiver extrema

necessidade (como em dias que faz muito calor, ou se o indivíduo

estiver incomodado com a transpiração excessiva)765 – poderá

tomar banho. Deverá misturar a água quente com a água fria para

que a água quente se torne morna, mais para fria766.

Como escrito anteriormente, deverá usar somente sabonete

líquido (e não sabonete em pedra) e tomar cuidado para não

espremer os cabelos (não fazer sechitá), tanto ao lavar quanto

ao secar. Deve-se enxugá-los apenas apalpando com a toalha

delicadamente, sem fazer força. Este cuidado é necessário com

todas as partes do corpo onde há pelos.

Esta mistura de águas foi permitida somente nas residências

e não no box do chuveiro do micvê767.

Não se pode usar esponja ou outro material absorvente.

Os ashkenazim devem tomar cuidado para não lavar a cabeça,

para não entrar no problema de espremer os cabelos768.

Há ainda quem sustente que para fazer esta mistura da água

quente do bóiler com água fria – para que ela fique morna, mais

para fria – a torneira de água quente deverá ser aberta somente

por intermédio de um não yehudi769.

Leis Referentes ao Transporte

de Uma Propriedade a Outra

A última das 39 melachot proibidas no Shabat chama-se

Hotsaá, que é a proibição em transportar algo de um recinto

particular (reshut hayachid) para uma propriedade pública (reshut

harabim) ou vice-versa, assim como a proibição de carregar em

propriedades públicas. Isto, em parte, foi permitido no yom tov,

conforme será esclarecido neste capítulo.

1) Uma vez que no yom tov foi permitido levar comida de um

lugar para outro, foi também permitido transportar em domínio

público de maneira geral, com a condição que necessitemos770 do

objeto no mesmo dia.

Portanto, é permitido levar uma criança que não anda para

passear, podendo até levá-la em um carrinho de bebê, mesmo que

haja quem fique com ela em casa, pois isso é considerado parte da

alegria do dia e, portanto, é algo necessário.

Da mesma forma, é permitido levar objetos necessários

durante o yom tov como, por exemplo, o machzor, o sidur, o talet

ou o lulav771.

No entanto, não é permitido o transporte e o uso de guarda-

chuvas no yom tov, porque o abrindo ou fechando-o transgredimos

o preceito que proíbe assiyat e setirat ôhel – o ato de fazer e

desfazer tendas. Vide livro “Shomer Shabat”, capítulo 8 item 6.

Portanto, o guarda-chuva é muktsê.

Carregar para usufruto no mesmo dia

2) Embora seja permitido transportar algo (que não seja

muktsê) de um lugar para outro no yom tov, isso só é autorizado

quando se tem necessidade daquele objeto no mesmo dia. Por

isso, é proibido transportar no primeiro dia de yom tov algo

necessário para o segundo dia de yom tov, muito menos para ser

usado em um dia comum772.

Trasportar cargas de forma diferente no yom tov

3) Quando for permitido transportar no yom tov, deve-se

tomar o cuidado de não fazê-lo como se faz habitualmente nos

dias da semana. Não devemos transportar cargas pesadas. Quando

for necessário levar garrafas de vinho ou de refrigerante de um

lugar para o outro, não se deve transportá-las em caixas, cestos ou

engradados. Devem-se levar nas mãos, em uma sacolinha, apenas

algumas garrafas773.

É proibido usar carrinhos de feira e similares774.

Mesmo os trabalhos que foram permitidos por estarem

relacionados com o preparo da comida (como cozinhar ou

transportar o vinho), só podem ser feitos se forem necessários

para o próprio dia. Em caso de necessidade, se houver algum

tipo de dificuldade em transportar o vinho à noite, que será

o segundo dia de yom tov (pois se for chol hamoed ou chol é

proibido), é permitido transportá-lo durante o dia, mesmo com

a intenção de consumi-lo à noite. É preciso que isso seja feito

com certa antecedência do pôr do Sol, pois assim fica claro, a um

observador, que existe a possibilidade de que ainda venhamos a

usá-lo no próprio dia. De qualquer forma, devemos transportá-lo

de maneira diferente da habitual775.

Chaves

4) É permitido carregar as chaves de casa quando forem

necessárias para o mesmo dia, não esquecendo que não se pode

carregar algo de dia (do primeiro dia de yom tov) que possa se

precisar à noite (do segundo dia de yom tov)776.

Machzorim

5) Os machzorim de yom tov podem ser trazidos de volta para

casa, mesmo que eles não sejam mais necessários para o mesmo

dia, caso se tema perdê-los. Do contrário, ninguém os levaria para

o bêt hakenêsset (sinagoga) no yom tov.

Porém, os machzorim que já se encontravam no bêt

hakenêsset e que não serão mais necessários no mesmo dia,

devem ser deixados lá até o término do yom tov, mesmo que se

tema perdê-los777.

Carregar no interesse de um não judeu

6) É proibido carregar ou levar qualquer coisa, de uma

propriedade para outra, no interesse de um não judeu778.

Capítulo 47

Eruv Tavshilin

1) Quando o yom tov cai na véspera de Shabat, só nos é

permitido cozinhar para o Shabat se for feito o Eruv Tavshilin na

véspera do yom tov779.

Cozinhar de yom tov para Shabat sem ter feito o Eruv Tavshilin é

uma proibição de nossos sábios. Porém, há uma discussão quanto

ao período que a Torá isenta cozinhar no yom tov para Shabat.

Uma opinião sustenta que, pela Torá, seria permitido cozinhar

no yom tov (a qualquer hora) para o Shabat. Outra opinião sustenta

que, pela Torá, somente seria permitido cozinhar no yom tov com

certa antecedência do Shabat, ficando assim uma possibilidade

de ainda aparecerem alguns convidados inesperados no yom tov

e esta comida ser necessária no próprio yom tov.

Portanto, para não entrar nesta dúvida, por medida de

segurança, devemos preparar a comida do Shabat ainda cedo no

yom tov, em tempo de aparecerem possíveis convidados780.

Como deve ser o eruv

2) O eruv deve ser feito com a quantidade de cabetsá de

pão (ou matsá) equivalente a 57,6 ml – o que caberia, quando

esfarelado, em 1 1/3 (um mais um terço) de copinho descartável de

café (de 50ml) – e um cozido – como um ovo, um pedaço de peixe,

carne ou qualquer outro alimento cozido – na quantidade de um

cazáyit, equivalente a 28,8 ml – o que caberia, quando esfarelado,

em dois terços de um copinho descartável de café (de 50ml)781.

Se fizer o eruv somente com um cozido, a posteriori será válido.

Contudo se o fizer somente com pão, o eruv não terá validade nem

mesmo para fazer pão de yom tov para Shabat782.

3) O cozido usado no eruv pode ser uma comida assada,

cozida, defumada ou em conserva783.

É necessário que o cozido e o pão perdurem até que estejam

terminados todos os preparativos para o Shabat, como cozinhar,

assar, acender velas, etc. Por isso, convém que o eruv seja posto

de lado e guardado em separado, de forma que não se misture, se

perca, ou seja, consumido antes, por engano.

Se, antes que se terminem os preparativos de cozinhar, assar e

acender, o eruv se perder ou for consumido e não tiver sobrado dele

a quantidade de cazáyit do cozido, a partir daquele momento ficam

proibidos os preparativos para o Shabat (vide item 7 a seguir)784.

Quando preparar o eruv

4) O eruv deve ser feito na véspera do yom tov. Se o primeiro

dia de yom tov coincidir com uma quinta-feira, o eruv deverá ser

feito na quarta-feira e a comida de Shabat deve ser preparada na

sexta-feira.

Se o primeiro dia de yom tov coincidir com a sexta-feira, deve-

se fazer o eruv na quinta feira, que é a véspera do yom tov.

Se lembrar depois do pôr do Sol – antes do nascer das estrelas

– que não fez eruv, poderá fazê-lo neste período785 sem recitar a

berachá, apenas recitando a declaração Beden Eruvá (ou Bahaden

Eruvá, para ashkenazim), conforme explicado no item 6.

Se já estiver na sinagoga quando lembrar que não fez o eruv

e não houver tempo para voltar a sua casa para fazê-lo, poderá,

neste caso excepcional, considerar algum pão e algum alimento

cozido que tiver em sua casa e destinar – especificando-os – para

este fim. Isto pode ser feito apesar de não os estar segurando nesse

momento. Então fará a declaração, dizendo: que, por intermédio

desse pão e desse cozido (nos quais ele estiver pensando), ser-

nos-á permitido assar e cozinhar, etc., conforme explicado adiante

no item 6. Neste caso, não recitará a berachá786.

Proibição de cozinhar no primeiro dia de yom tov

para o Shabat

5) Quando o primeiro dia de yom tov coincidir com a quinta-

feira, e, portanto, o eruv tenha sido feito na quarta-feira, é proibido

cozinhar no primeiro dia de yom tov – quinta-feira – para Shabat,

pois o eruv se relaciona somente com a véspera do Shabat, ou seja,

só permite cozinhar na sexta-feira787.

Se o primeiro dia de yom tov coincidir com a sexta-feira, é óbvio

que se pode cozinhar na sexta para o Shabat788. Este caso somente

pode ocorrer nos últimos dois dias de Pêssach e em Shavuot.

Como proceder

6) O procedimento do Eruv Tavshilin é o seguinte:

Segure o pão e o cozido com as mãos e recite a seguinte

berachá: Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêlech haolam Asher

kideshánu bemitsvotav vetsivánu al mitsvat eruv – A Fonte das

Bênçãos és Tu, Hashem nosso D’us, Rei do Universo, Que nos

santificou com os Seus mandamentos e nos ordenou quanto ao

mandamento de eruv789.

Após esta berachá, deverá fazer a seguinte declaração790:

Para sefaradim:

“Beden eruvá yehê sharê lána laafuyê ulvashulê (ulashchutê)

uladlukê shargá ulmebad col tsorchana miyom tov Leshabat (lána

ulchol benê hair hazot).”

Para ashkenazim:

“Bahadên eruvá yehê sharê lána lemefê ulvashalá ul’atmaná

(velishchot) ul’adlacá sheragá ulme’bad col tsorchana miyomá tavá

Leshabetá (lánu ulchol Yisrael hadarim bair hazot)”.

“Em virtude deste eruv, ser-nos-á permitido assar, cozinhar,

acender fogo a partir de uma chama acesa desde a véspera do

yom tov, preparar e fazer no yom tov tudo o que for necessário

para o Shabat. (Isto será permitido a nós e a todos os yehudim

desta cidade).”

Portanto, por intermédio deste pão e deste cozido (frango,

peixe ou ovo) – em Pêssach: matsá e um cozido (como frango,

peixe ou ovo) – preparados na véspera do yom tov, é como se

já tivéssemos dado início aos preparativos da refeição do Sha-

bat, podendo então, na sexta-feira, dar prosseguimento aos

preparativos referentes ao Shabat.

Muitos sustentam que esta declaração é imprescindível791.

Fazer seu próprio eruv

7) É uma mitsvá que cada um faça seu próprio Eruv Tavshilin

a priori, e não se baseie no eruv feito pelos rabinos da cidade.

Contudo, a posteriori, no caso de ter esquecido de fazê-lo ou

ter perdido o eruv, é permitido apoiar-se naquele feito pelo

rabino da cidade792 ou por qualquer outra pessoa que tenha feito

eruv tendo a intenção de beneficiar a outros 793, conforme será

esclarecido no item 9.

8) Embora no caso de perder ou de ter esquecido de fazer o

eruv, seja permitido, a posteriori, apoiar-se no eruv feito por alguém

que o tenha feito com intenção de beneficiar os esquecidos – a

pessoa deverá ficar atenta para não esquecer de fazer o seu

próprio eruv, pois se for reincidente794, não poderá se basear no

eruv de outros, por ser considerado negligente795.

Quando um yom tov coincidir com a véspera de Shabat e

alguém se esquecer de fazer o eruv na véspera do primeiro dia de

yom tov, poderá se basear no eruv de alguém que ao fazê-lo teve

a intenção de beneficiar terceiros. Entretanto, se no próximo yom

tov796 que coincidir com a véspera de Shabat, ele se esquecer de

fazer o eruv, não poderá se basear no eruv de terceiros, porque

será um reincidente.

Portanto, alguém que esqueceu de fazer o eruv e precisou se

basear no eruv do rabino da cidade, não poderá se basear no eruv

do rabino no próximo yom tov que coincidir com a véspera de

Shabat. Mas, se nesta segunda oportunidade fizer o eruv, poderá

voltar a se basear no eruv do rabino novamente na próxima

oportunidade que esquecer.

Se um indivíduo esquecer de fazer o eruv e perguntar de um

rabino o que deve fazer, o rabino não deverá perguntar nada a ele

e dirá: “Você pode se basear sobre o meu eruv”797.

Exemplo: quando os dois primeiros dias de yom tov de Sucot

coincidirem com a quinta e a sexta-feira e, consequentemente, o

mesmo ocorrer com Shemini Atsêret. Se alguém se esquecer de

fazer o eruv na véspera do primeiro dia de Sucot, ele poderá se

basear no eruv de terceiros. Porém, se ele se esquecer de fazer

eruv também na véspera de Shemini Atsêret, não poderá se apoiar

no eruv de terceiros por ser um reincidente. Ele mesmo terá de

fazer um eruv uma vez depois desta ocorrência, para que se numa

próxima vez se esquecer novamente, a posteriori, possa se basear

no eruv de terceiros.

Eruv para terceiros

9) Alguém que faz eruv incluindo terceiros (ou incluindo todos

os yehudim da cidade que esquecerem de fazer) deve fazê-lo com

a ajuda de outra pessoa, em princípio que não more na mesma

casa. Esta pessoa deve levantar o eruv um têfach (10cm) com a

intenção de adquiri-lo para todos os beneficiados e entregá-lo na

mão do responsável798.

O responsável recitará a berachá sobre o eruv e fará a

declaração: “Em virtude deste eruv, ser-nos-á permitido assar,

cozinhar, acender fogo a partir de uma chama acesa desde a

véspera do yom tov, preparar e fazer no yom tov tudo o que for

necessário para o Shabat. Isto será permitido a nós e a todos os

yehudim desta cidade”.

Quando se lembrar que não fez o eruv no 1o dia de yom tov

10) Se alguém se esquecer de fazer o eruv na quarta-feira,

véspera de yom tov, mas se lembrar no primeiro dia de yom tov que

não o fez, fará o eruv al tenay (sob condição). Isto exceto quando o

primeiro dia de yom tov for Rosh Hashaná, ou se o yom tov cair na

sexta-feira e no shabat – nestes dois casos não poderá fazer o eruv

al tenay (sob condição).

Ao tomar o eruv em suas mãos, declarará: “Se hoje é yom tov,

não necessito fazer eruv; porém se hoje é chol (dia comum da

semana), com este eruv nos será permitido assar, cozinhar, etc.” No

segundo dia, não é necessário fazer nenhuma declaração799.

Neste caso o eruv deverá ser feito sem berachá800.

O pão e o cozido não poderão ser feitos no yom tov. Portanto,

deverão ser usados para eruv alimentos que sobraram da refeição

do primeiro dia de yom tov801.

Importante: É sempre melhor que a própria pessoa faça

seu eruv. Por isso, ainda que o rav da cidade tenha feito eruv

beneficiando as pessoas que porventura tenham se esquecido de

fazê-lo, caso alguém se lembrar no primeiro dia de yom tov, será

preferível fazer seu próprio eruv, a apoiar-se no eruv de outros802.

Quando consumir o eruv

11) Uma vez que os preparativos para o Shabat estejam

prontos e as velas estejam acesas, pode-se comer o eruv803. No

entanto, o costume é usar o pão do eruv como um dos lêchem

mishnê (dois pães) nas seudot de Shabat e consumi-lo na Seudat

Shelishit (terceira refeição de Shabat)804.

Se a pessoa costuma comer a Seudat Shelishit na sinagoga,

poderá consumir o eruv – o pão e o cozido – em qualquer uma das

duas outras refeições do Shabat.

Quando não houver necessidade de cozinhar

12) Quem souber que não precisará preparar comida do yom

tov para o Shabat, somente precisará acender as velas, deve fazer

o eruv sem berachá. Da mesma forma deve proceder aquele que

fizer suas refeições de Shabat em outra casa e que acende velas,

embora não tenha necessidade de cozinhar805.

Muitas pessoas preparam toda a comida do Shabat antes, na

véspera de yom tov. Assim sendo, farão o eruv sem berachá, para

acender as velas de Shabat.

O mesmo se aplica a quem precisará somente esquentar a

comida no yom tov. Deverá fazer o eruv sem berachá806.

Hóspedes

13) Pessoas que estejam se hospedando (para refeições e

pernoite) em casa de pais, parentes ou amigos, pedirão, de

preferência, ao dono da casa, que os inclua no seu eruv 807. Na

véspera do yom tov, o dono da casa entregará os alimentos do

eruv para uma terceira pessoa, ou para o próprio hóspede, e este –

chamado de “zochê” – deverá erguer os alimentos por 10cm (zikuy)

e, em seguida, devolver ao dono da casa. Procedendo desta forma,

o zochê adquire direito de propriedade (posse) para ele próprio ou

para o hóspede, que assim estará incluído no eruv do dono da casa,

podendo sua esposa acender as velas de Shabat (vide item 12) e

ele e sua esposa auxiliarem nos preparativos do Shabat.

E assim deverá proceder também quando se hospedar em

hotéis; pedirá ao responsável pelo eruv que inclua todos os

hóspedes no eruv por intermédio do zikuy808.

Caso não tenha procedido desta forma, sua esposa poderá

acender as velas de shabat normalmente809.

Viduy

A Confissão

Além do Viduy convencional, recitado por nós todos os dias após

as orações de Shachrit e Minchá (exceto nos dias em que não se diz

Tachanun, como Shabat, Yom Tov, Rosh Chôdesh, etc.), existe um Viduy

mais abrangente, recitado pelo público nas orações de Yom Kipur.

Abordaremos a seguir um destes textos de Viduy proferido no

Yom Kipur, no qual em cada item estão englobados outros itens.

Em Yom Kipur, o Viduy (confissão verbal) é dito dez ve-

zes. Ele foi feito para nos ajudar a lembrar das averot cometi-

das e, mais ainda, para elencar todo o tipo de erro que pode

ser praticado pelo homem (seja nesta vida ou em vidas ante-

riores). Sua composição segue a ordem das letras do alef-bêt,

iniciando-se com ashámnu (com álef) e terminando com tiatánu

(com tav). Este Viduy é proferido no plural, pois “Yisrael arevim

zê lazê” – somos responsáveis uns pelos outros. Muitas vezes teríamos

de alertar o próximo, e quando não o fazemos, arcamos com a conse-

quência de seu erro (vide “Ben Ish Chay”, Parashat Ki Tissá, parágrafo 1) 1.