Rosh Hashaná é o aniversário do universo, o dia em que Hashém criou Adam e Chava, e é celebrado como o mais importante do ano judaico.
É uma festa que ocorre no primeiro dia do primeiro mês ao pôr do sol de 29 de Tishrei
Shana Tová (em hebraico: שנה טובה) – Saudação tradicional do Rosh Hashaná e significa "bom ano".
Yom Teruá – Onde teruá é a palavra hebraica, que designa um tipo especifico de toque do shofar.
Semelhantemente, tereis santa convocação no sétimo mês, no primeiro dia do mês; nenhum trabalho servil fareis; será para vós dia de tocar o Shofar – Números 29:1 – No sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá um sábado para você, uma lembrança com toques de shofar, uma santa convocação – Levítico 23:24.
Yom ha-Din – Quando Dan nasceu para Bilhah, a empregada de Rachel, Rachel disse: “Deus me julgou [dannani], e também ouviu a minha voz...” (Gênesis [Bereshit] 30: 6). Dan e din (como em Yom HaDin, Dia do Julgamento) são ambos derivados da mesma raiz, simbolizando que Tishrei é o tempo do julgamento e do perdão divinos.
Rezas de Rosh Hashaná
Segurando o copo de vinho em sua mão direita, enquanto todos estão de pé, o
chefe da casa recita:
UVYOM SIMCHATCHEM UVMOADECHEM UVRASHÊ CHODSHECHEM
UTKAETEM BACHATSOTSEROT AL OLOTECHEM VEAL ZIVCHÊ
SHALMECHEM. VEHAYÚ LACHEM LEZIKARON LIFNÊ ELO-HECHEM ANI
ADO-NAI ELO-HECHEM.
No dia de seu regozijo, nas suas Festas e em suas luas novas, devereis soprar
com trombetas sobre suas oferendas de Olá e sobre os sacrifícios de suas
oferendas de paz; e elas deverão ser, para vós, como recordação perante teu
D’us, Eu sou o Eterno, teu D’us.
SAVRI MARANÁN
Com sua permissão!
(Os outros respondem: Lechaim)
BARUCH ATÁ ADO-NAI ELO-HÊNU MÉLECH HAOLÁM BORÊ PERI
HAGUEFÉN.
Bendito sejas Tu, Senhor nosso D’us, Rei do universo, que criaste o fruto da
videira.
BARUCH ATÁ ADO-NAI ELO-HÊNU MÉLECH HAOLÁM ASHER BACHAR
BÁNU MIKÓL AM. VEROMEMÁNU MIKÓL LASHÓN. VEKIDESHÁNU
BEMITSVOTÁV VATÍTEN LÁNU ADO-NAI ELOHÊNU BEAHAVÁ ET IOM
HAZIKARÓN HAZÉ VEET IOM TOV MIKRÁ KODESH HAZÉ IOM TERUÁ
BEAHAVÁ MIKRÁ KÓDESH ZECHÉR LYITSIÁT MITSRÁYIM. UDEVARÊCHA
MALKÊNU EMÉT VEKAYIÁM LAÁD. BARUCH ATÁ ADO-NAI MÉLECH AL
KÓL HAÁRETS MEKADESH YISRAEL VEIÓM HAZIKARÓN.
Bendito sejas Tu, Senhor nosso D’us, Rei do universo, que nos escolheste
dentre todos os povos, nos elevaste acima de todas as nações e nos
santificaste com teus mandamentos. E Tu nos tem dado com amor este dia de
recordação, um dia
festivo de santa convocação, dia do soprado do Shofar, com amor para uma
santa convocação, em memória do Êxodo do
Egito. Pois nos escolheste e nos santificaste sobre todos os povos; e Tua
palavra, nosso Rei, é verdadeira e determinada para sempre. Bendito sejas Tu,
Senhor, Rei de toda a Terra, que santificas Israel e o dia da recordação.
BARUCH ATÁ ADO-NAI ELO-HÊNU MÉLECH HAOLÁM SHEHECHEYIÁNU
VEKYIMÁNU VEHIGUIÁNU LAZEMÁN HAZÉ.
Bendito sejas Tu, Senhor nosso D’us, Rei do universo, que nos deste vida, nos
sustentaste e nos fizeste chegar a esta época.
Bênçãos para Rosh Hashaná
Após beber o vinho, todos os presentes lavam suas mãos e recitam as
bênçãos “e nos ordenaste lavar as mãos” e “fazes surgir o pão da terra”.
BARUCH ATÁ ADO-NAI ELO-HENU MELECH HAOLAM ASHER KIDESHANU
BEMITZVOTAV VETZIVANU AL NETILAT YADAIM.
“Bendito sejas Tu, Senhor nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificaste
com Teus mandamentos e nos ordenaste lavar as mãos”.
Tomam-se dois pães (chalot) e recita-se a bênção:
BARUCH ATÁ ADO-NAI ELO-HENU MELECH HAOLAM HAMOTZI LECHEM
MIN HAARETZ.
“Bendito sejas Tu, Senhor nosso D’us, Rei do Universo, que fazes surgir o pão
da terra”.
O chefe da família parte um pedaço de pão, imerge-o no mel ou açúcar e o
come, oferecendo em seguida um pedaço a cada um dos presentes.
É costume preceder a refeição da família com alimentos simbolicamente
selecionados, devido à conotação sugerida pelo seu nome. Antes de comer
esses alimentos são recitadas seguidas bênçãos:
Pega-se a maçã adoçada em açúcar e mel e recita-se:
BARUCH ATÁ ADO-NAI ELO-HENU MELECH HAOLAM BORE PERI HAETZ.
Pega-se mais um pedaço de maçã e recita-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU
SHETECHADESH ALENU SHANA TOBA UMTUCA (CADEVASH).
“Bendito sejas Tu, Senhor nosso D’us, Rei do Universo, que criaste o fruto da
árvore.
“ Que seja Tua vontade, Senhor nosso D’us, D’us de nossos pais, conceder-
nos um ano bom e doce” (como o mel).
Sobre a acelga, diz-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU
SHEYISTALEKU OYBENU VESONENU VECHOL MEVAKSHE RAATENU.
“Que seja Tua vontade, Senhor nosso D’us, D’us de nossos pais, que todos os
nossos inimigos e todos aqueles que queiram fazer-nos mal, sejam
eliminados”.
Sobre a tâmara, diz-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU
SHEYITAMU OYBENU VESONENU VECHOL MEVAKSHE RAATENU.
“Que seja Tua vontade, Senhor nosso D’us, D’us de nossos pais, que todos os
nossos inimigos e todos aqueles que queiram fazer-nos mal, sejam
exterminados”.
Pega-se o alho poró ou cebola, dizendo:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU
SHEYICARTU OYBENU VESONENU VECHOL MEVAKSHE RAATENU.
“Que seja Tua vontade, Senhor nosso D’us, D’us de nossos pais, que todos os
nossos inimigos e todos aqueles que queiram fazer-nos mal, sejam
eliminados”.
Sobre a abóbora, diz-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU
SHETIKRA RÔA GUEZAR DINENU VEYIKAR’U LEFANECHA ZACHIOTENU.
“Que seja Tua vontade, Senhor nosso D’us, D’us de nossos pais, que o Senhor
anule os decretos negativos e que nossas boas ações sejam lidas perante Ti”.
Sobre o feijão de corda (fradinho):
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU
SHEYIRBU ZACHIOTENU UTLABEBENU.
“Que seja Tua vontade, Senhor nosso D’us, D’us de nossos pais, que nossos
méritos e virtudes sejam aumentados”.
Sobre a romã:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU
SHENIHIE MELEIM MITZVOT CARIMON.
“Que seja Tua vontade, Senhor nosso D’us, D’us de nossos pais, que nossas
mitzvot sejam tão numerosas quanto os grãos da romã”.
Pega-se um pedaço da cabeça de carneiro, língua ou miolo e diz-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU
SHENIHIE LEROSH VELO LEZANAV, VETIZCOR LANU (AKEDATO VE) ELO
SHEL YITZ’CHAK ABINU ALAV HASHALOM, BEN ABRAHAM ALAV
HASHALOM.
“Que seja Tua vontade, Senhor nosso D’us, D’us de nossos pais, que sejamos
colocados na cabeça (bem- sucedidos) e não na cauda, e que Te lembres,
para o nosso bem, do carneiro sacrificado no lugar do nosso patriarca Isaac”.
Em seguida faz-se a refeição de Rosh Hashaná, com muita alegria.
Selichot – Em hebraico significa ‘desculpas’, a coleção de salmos e rezas de arrependimento e pedidos de piedade e perdão a Hashem que as comunidades judaicas se acostumaram a recitá-los desde os dias que antecedem Rosh Hashana até a véspera de Yom Kipur e em dias de jejum.
A oração de mussaf – Ela é feita somente em dias especiais do calendário judaico: aos sábados; no início dos meses judaicos; nas festividades que têm origem na Torá. Normalmente a oração de mussaf é composta pelas bençãos comuns a todas as rezas. Porém, somente em Rosh hashaná são acrescentadas três bençãos no meio, em vez de uma só. Ao final de cada uma destas três bênção, costuma-se tocar o shofar:
Tekiat Shofar: é literalmente tocando no chifre do carneiro. O dia de Rosh Hashanah é um muito sério na religião judaica. É considerado como um dia de julgamento quando Deus julga Israel e os povos. É celebrado dois dias e também o consideram um dia de renascença espiritual.
Segundo uma tradição rabínica Deus ordenou que Israel tocasse ou trombetas ou chifres do carneiro pelas seguintes razões:
1. Para chamar o povo ao arrependimento.
2. Para fazer lembrar o próprio Senhor que Ele fez uma aliança com Israel dando muita promessas para a semente de Abraão. (um meio de pedir misericórdia enfim).
3. Para confundir satanás neste dia porque os rabinos pensavam que ele ia acusá-los neste dia.
O chifre usado no dia de Rosha Sahanah é o chifre de carneiro para trazer a memória do Senhor o sacrifício de Isaque pelo seu pai Abraão. Também um pedido para misericórdia.
Comidas especiais – No jantar da véspera de Rosh Hashaná , costuma-se trazer à mesa comidas típicas como sinal para um novo ano bom e doce. Segundo a mística judaica da cabala, esses símbolos têm o poder de mudar o destino, mas, de acordo com linhas mais racionalistas, eles são símbolos que fazem nosso ponto de vista mudar com relação a fatos passados e futuros – a perspectiva que temos de um fato pode mudar o significado do que ele é para nós.
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ELUL 5781/5782
CHAG SAMEACH!
ROSH HASHANÁ – ANO 5782
CALENDÁRIO
Rosh Hashaná
Ao anoitecer, 6 de Setembro de 2021
8 de Setembro de 2021
Yom Kipur
Ao anoitecer, 15 de Setembro de 2021
16 de Setembro de 2021
Rosh Hashaná, literalmente, a “cabeça do ano”, é o início de um novo ano. É a oportunidade de cada pessoa de
começar sua vida de novo. Certamente, a cada dia – ou mesmo, a qualquer momento em nossa vida – podemos optar
por tomar diferentes caminhos na vida – melhorar o que é preciso – mas Rosh Hashaná é o momento mais auspicioso
do ano para fazê-lo. Trata-se de um novo começo. Um novo ano representa novas possibilidades.
OBS.: Este pequeno passo a passo foi compilado somente detalhes referentes a preparação da festa. Maiores
detalhes sobre os ritos consulte seu rabino.
Vamos começar com a lista de coisas que temos que começar a preparar bem antes da festa pois você tem que estar
bem nesse dia com shalom e tranquilidade. Um conselho: Não deixe pra comprar a lista de compras em cima da hora
pois ao invés de você aproveitar a festa e ter tempo para rezar você terá aborrecimentos com a correria. Prepare seu
jantar com antecedência, se possível congele. Existem alimentos que são bem conservados nos congelador. Não tenha
dor de cabeça, se organize e aproveite esse dia especial de reflexão e de espiritualidade.
Bem vamos lá então:
Alguns ítems que sua lista deve conter:
1.Maçãs
2.Mel
3.Açúcar
4.Vinhos
5.Fruta nova (que você não comeu ha 1 ano, antigamente diziamos "fruta da estação", mas como hoje em dia devido
as importações, há todo tipo de fruta o ano inteiro, então é bom pensar em uma que você não come há 1 ano, tipo uma
fruta exótica, tipo uma carambola, algo que você passou longe no último ano).
6.Roupa nova (pelo menos 1 ítem... no caso de mulheres que acendem velas, 1 item para o segundo dia também)
7.Velas Piloto de 48h para Rosh Hashaná, Sukot 1 e Sukot 2
Não esqueça das velas de Yom Kipur.
Não confie nessas velas de 24h... Procure acender 2 velas pois se uma apagar tem a outra.
8.Comidas dos simanin (se você segue esta tradição... não é uma obrigação, mas para algumas famílias, é importante
tê-los a mesa).
SIMANIN - Há uma tradição em Rosh Hashanah para comer alimentos simbólicos ( simanim ) para ajudar a garantir
um bom ano novo. Esta lista combina as tradições Ashkenazi (Europa Oriental) e Sephardi (Mediterrâneo) e inclui
sugestões de receita para integrar alimentos simbólicos em seus menus yom tov.
Sefaraditas geralmente servem como simanin:
Feijão fradinho
Alho-poró
Acelga
Beterrabas
Abobora
Romã
Tâmaras
Cabeça de um peixe (hoje em dia é muito raro encontrar alguém que coloque a cabeça de um carneiro a mesa)...
embora algumas famílias Sefaraditas ainda sigam este costume, Ashkenazim só usam a cabeça de peixe mesmo. Não
precisa comer a cabeça do peixe! Ela é só colocada a mesa para simbolizar 'cabeca e não a cauda'.
Rosh Hashaná estilo Sefaradí .
Como é costume, os Sefaradim têm por tradição ingerir certos alimentos especiais logo após Kidush e de comer
Hamotzi, são parte dos ''Yehi Ratzon'', cada alimento têm conotação sugerida pelo seu nome, o seder (ordem) é a
seguinte:
1)Tapuach Badevash: Maçã no mel, o costume sefaradí é fazer uma calda de açúcar, Não caramelo, e cozinhar a maçã
nela, há também o costume de mergulhar um pedaço da maçã crua na mesma calda. A Brachá é:''Borê Peri Haetz"
Depois fala-se: ''YEHI RATZON MILEFANECHA H' ELOKÊNU VE ELOKÊ AVOTENU, SHETECHADESH
ALÊNU SHANÁ TOVÁ UMETUKÁ KADEVASH.''
''Seja da Tua Vontade H'' Nosso D's e D's de nossos pais, renovar sobre nós um ano bom e doce como o mel.''
2)Silka: Acelga, cortadinha fininha, devidamente verificada antes, refogadinha e juntada numa omelete, deve se ter
mais acelga que omelete. Recita-se ao comer: ''YEHI...SHEYISTALEKU OYVÊNU VECHOL MEVAKSHÊ
RAATENU''
"Seja da Tua Vontade...eliminar todos nossos inimigos e todos que queiram nosso mal.''
3)Karti: Alho-poró, cortadinho, fininho, devidamente verificado antes, refogadinho no caldo de legumes, com fio de
azeite. Recita-se ao comer: ''YEHI...SHEYCARTÚ OYVÊNU VESSONÊNU VECHOL MEVAKSHÊ RAATENU.''
''Seja da Tua Vontade...que extermine nossos inimigos e todos que queiram nosso mal.''
4)Temarim: Tâmaras, pode ser cruas, SEM CAROÇO, pois tirar o caroço seria ''borer'' atividade proibida no Chag ou
no Shabat, ou cozidas antes, em forma de pasta. Recita-se ao comer: “YEHI...SHEYTAMÚ OYVÊNU VESSONÊNU
VECHOL MEVAKSHÊ RAATENU.''
''Seja da Tua vontade...desapareçam nossos inimigos e todos que queiram nosso mal.''
5)Kará: Abóbora, cozida, feita purê, com azeite, simples. Recita-se ao comer: ''YEHI...SHETIKRÁ RÔA GUEZAR
DINÊNU VEYKARÚ LEFANÊCHA ZACHIOTÊNU.''
''Seja da Tua Vontade...que anule os decretos negativos e nossas boas ações sejam lembradas diante de Ti.''
6)Rubia: Feijão-fradinho, cozido como pra salada: pode por uns tomatinhos picadinhos, azeite, tempero. Recita-se ao
comer: ''YEHI... SHEYRBÚ ZACHIOTÊNU UTLABEVÊNU.''
"Seja da Tua Vontade...aumentar nossos méritos e virtudes''
7)Rimon: Romãs, costume é comer no mínimo 7 sementes. Recita-se ao comer: ''YEHI...SHENIHIÊ MELEIM
MITZVOT KARIMON.''
"Seja da Tua Vontade... que nossas mitzvot sejam numerosas como (as sementes) da Romã.''
8)Rosh Keves: Cabeça de carneiro. Pode ser também no lugar do Keves assado, um peixe assado ao seu gosto. Recita-
se ao comer: ''YEHI...SHENIHIÊ LEROSH VELO LEZANAV.'' "Seja da Tua Vontade... que sejamos considerados
como cabeça e não como calda.'' Se comer mesmo a cabeça do carneiro ( melhor para cumprir min'hag) continua
recitando:'' VETIZCOR LANU AKEDATÔ VE ELÔ SHEL YITZCHAK AVINU ALAV HASHALOM BEN
AVRAHAM AVINU ALAV HASHALOM.''
"Te lembres para nosso bem, do carneiro sacrificado no lugar de Yitzchak nosso Pai, que descanse em Paz, filho de
Avraham nosso Pai, que descanse em Paz.''
Agora é hora de comer a refeição festiva!
Vamos pra algumas receitas :
Para prato principal temos duas sugestões: Um frango e uma carne.
1) Frango caramelizado:
Ingredientes:
4 peitos de frango, limpo
4 alhos picados em cubinhos pequenos
4 colheres de sopa de açúcar mascavo
1 colher de sopa de óleo
Modo de Preparo:
Pré aqueça o forno a a 200oC. Em uma assadeira cubra com papel
alumínio e unte com óleo. Tempere o frango com sal e pimenta do
reino ou o tempero de sua preferência. Em uma panela coloque o
óleo e alho e deixe dourar. Desligue o fogo e acrescente o açúcar e
misture. Coloque o frango no papel alumínio e regue com o açúcar.
Não feche com alumínio. Leve ao forno por 15 a 30 minutos, isso vai depender da necessidade de cozimento do
frango.
Sirva com arroz e legumes.
2)Tajine ou Tagine: Prato típico marroquino com cuzcuz de
acompanhamento
1 kg de lombo bovino, ou músculo ou qualquer carne boa pra cozimento de
seu gosto,
200gr de cebola caramelada no açúcar com um fio de óleo,
150 gr de azeitona preta s/c ou grega,
200 gr de favas ''Full'', previamente cozidas na pressão,
50gr de alcaparras,
2 colheres de cominho em pó,
2 colheres de gengibre em pó,
6 dentes de alho socados ou partidos ao meio e retirados o bulbo,
1 à 2 copos de vinho tinto ''concord'' ou doce mesmo.
Refogue em azeite a cebola caramelada, as azeitonas, os temperos secos e o Full, depois a carne, até criar uma calda,
acrescente o vinho aos poucos e lgo ponha numa panela própria para forno e deixe assando lá por uns 90 min! A
intenção é a carne quase desmanchar, ficar muito bem cozida e coradinha por cima, não deixe de forma alguma secar
o molho, acrescente aos poucos o restante do vinho. Sirva numa travessa com tampa de cone, a famosa "tajine'' é o
nome da travessa marroquina típica pra servir esse cozido, pois o vapor da carne volta pra o fundo da travessa.
Acompanha com um Cuzcuz simples ou batatas ao seu gosto.
3)Cuzcuz marroquino:
2 xícaras (chá) de cuscuz marroquino
2 xícaras (chá) de água
2 colheres de sopa de grão de bico
2 colheres (sopa) de uvas-passas brancas
2 colheres (sopa) de damascos picados
pimenta-do-reino a gosto
1⁄2 xícara (chá) de castanha-de-caju
1⁄2 xícara (chá) de folhas de salsinha
1 colher (sopa) de azeite
Sal
Preparo:
Ferva a água e acrescente o azeite. Em uma tigela, regue o cuscuz com a água fervida, misture e abafe. Deixe hidratar
por cinco minutos. Pique rusticamente a castanha-de-caju e a salsinha bem fina. Destampe a tigela e solte os grãos do
cuscuz com um garfo, para não endurecer. Junte a salsinha, o grão de bico cozido e a castanha-de-caju e misture
delicadamente.Depois coloque as uvas e os damascos. Enfeite com folhas da salsa.Sirva a seguir.
Não podemos esquecer da Chalá!!!
4)Chalá
A coroa da mesa é sem dúvida as chalot que embelezam e tornam o kidush (o
momento de reza antes das refeições) muito especial, é a receitinha indispensável
para a mesa de rosh hashaná!
Aqui vamos deixar a receita e um passo a passo de como trançar a sua chalá
redonda.
Ingredientes
2 xícara de água morna (400ml)
1 ovo
2 tabletes de fermento biológico
9 colheres de açúcar
1 pitada de sal
1/4 xíc de óleo de sua preferência
5 xíc. de farinha de trigo (relativo a 1kg)peneirada
Melado para pincelar ou mel
Em uma bacia coloque o fermento biológico e o açúcar para marinar por 15 minutos. Após acrescente o ovo e o óleo
de sua preferência e misture bem. Depois vá acrescentando a farinha de trigo e o sal misturando e sovando até a
massa soltar da mão sem grudar.
A massa deve ficar leve e não pode grudar nas mãos. O truque é amassar sempre com a
polpa das mãos e não com a ponta dos dedos...
Deixe na bacia, tampando com um pano de prato molhado, ou ensacada por no mínimo
3h em local escuro e sem vento. Após, amasse mais uma vez a massa, corte as tirinhas
e modele as tranças, se quiser rechear esta é a hora!
Uma sugestão de recheio são uvas passas, damascos ou frutas cristalizadas.
Pincele com melado ou com mel ou outro líquido adocicado de sua preferência e
decore com linhaça, gergelim ou outro grão...
Outra dica pra facilitar a nossa vida é forrar a forma com papel manteiga...uau..isso vai te ajudar a não ter trabalho na
hora de lavar a louça.
Veja o passo a passo da modelagem das chalot de Rosh Hashaná
Agora o próximo passo é colocar no forno pré aquecido por 10 minutinhos e deixar assar por
aproximadamente 30 minutos em fogo médio. O pronto é ficarem douradas como na foto.
5)Biscoito de Mel
Ingredientes
3 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de açúcar
3 ovos
1/2 xícara de gordura vegetal
4 colheres (sopa) de mel
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (sopa) de canela
1 colher (chá) de fermento em pó
Preparo
Misture todos os ingredientes mexendo bem. Abra a massa e corte no formato desejado. Asse em forno pré-aquecido
por 10 minutos num tabuleiro untado.
6)Bolo de Mel
Ingredientes:
3 ovos
1 copo de chá forte
1 copo de mel
3/4 de copo de óleo de sua preferência
1 colher de sopa de fermento
1 colher de chá de bicarbonato
1 copo de açúcar
1 colher de chá de canela em pó
2 xícaras de farinha de trigo
1 limão grande (ralar a casca)
Modo de fazer:
Bater as claras em neve com uma pitada de sal. À parte bater as gemas com o açúcar, acrescentar o óleo, o mel
(ligeiramente aquecido), o chá, a casca ralada de limão e, por fim a farinha peneirada com o fermento, o bicarbonato e
a canela. Juntar por último as claras em neve. Pode-se juntar pedaços de nozes à massa para ficar mais saboroso.
Enfarinhar a forma e levar ao forno e quando o bolo estiver crescido baixar a temperatura.
7)Mousse de Chocolate
Ingredientes:
8 ovos separados
250 g de chocolate em barra
1 colher (chá) de baunilha
6 colheres (sopa) de açúcar
6 colheres (sopa) de óleo
2 colheres (sopa) de nozes moídas
Preparo
Derreta o chocolate em banho-maria. Bata as claras em neve e reserve. Misture no liquidificador as gemas, o
chocolate, a baunilha, o açúcar, o óleo e as nozes. Junte as claras e mexa devagar, com uma colher, até ficar uniforme.
Coloque em taças e leve à geladeira por cerca de 3 horas. Enfeite com raspas de chocolate ou chocolate granulado.
BENÇÃOS PARA ROSH HASHANÁ
PRIMEIRO DIA DE ROSH HASHANÁ
ACENDIMENTO DAS VELAS DE YOM TOV – Verifique na sua cidade o horário através do site:
http://www.chabad.org.br/datas/calendario/velas.html
Ao acender as velas nas duas noites de Rosh HaShaná recitam-se as bênçãos:
BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊ-NU MÊLECH HAOLAM, ASHER KIDESHANU BEMISVOTAV
VETSAVANU LEHADLIC NER SHEL YOM HAZICARON.
Bendito És Tu Eterno nosso D-us, Rei do Universo que nos santificou com seus mandamentos e nos ordenou acender
as velas do Dia da Lembrança.
OBS.: Para os bnei Noach recita-se em português: “Bendito és Tu Eterno nosso D-us, Rei do Universo que nos
santificou e nos permitiu acender as velas do Dia da Lembrança”.
BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊ-NU MÊLECH HAOLAM, SHEHECHEYANU VEKIYEMANU
VEHIGUIANU LIZMAN HAZÊ.
Bendito És Tu Eterno nosso D-us, Rei do Universo, que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até a presente
época.
***Na sinagoga – Na primeira noite de Rosh Hashaná, após a prece noturna (Arvit), todos se cumprimentam com o
voto: “Possas tu ser inscrito e selado para um Ano Bom!”
Ao retornar da Sinagoga, recita-se o kidush da noite de Rosh Hashaná sobre uma taça repleta de vinho.
Após beber o vinho, todos os presentes lavam suas mãos e recitam a bênção do pão. (costuma-se usar chalot redondas
para essa ocasião).
BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HE-NU MELECH HAOLAM ASHER KIDESHANU BEMITZVOTAV
VETZIVANU AL NETILAT YADAIM.
"Bendito sejas Tu, Senhor nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenaste
lavar as mãos".
***O Bem Noach recita: "Bendito sejas Tu, Senhor nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificaste e nos
permitiu lavar as mãos".
Tomam-se dois pães (chalot) e recita-se a bênção:
BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HE-NU MELECH HAOLAM HAMOTZI LECHEM MIN HAARETZ.
"Bendito sejas Tu, Senhor nosso D'us, Rei do Universo, que fazes surgir o pão da terra".
O chefe da casa parte um pedaço de pão, imerge-o no mel ou açúcar e o come, oferecendo em seguida um pedaço a
cada um dos presentes.
É costume preceder a refeição da família com alimentos simbolicamente selecionados, devido à conotação sugerida
pelo seu nome. Antes de comer esses alimentos são recitadas seguidas bênçãos:
Pega-se a maçã adoçada em açúcar e mel e recita-se:
BARUCH ATÁ ADO-NAI ELO-HENU MELECH HAOLAM BORE PERI HAETZ.
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU SHETECHADESH ALENU
SHANA TOBA UMTUCA (CADEVASH).
"Bendito sejas Tu, Senhor nosso D'us, Rei do Universo, que criaste o fruto da árvore.
"Que seja Tua vontade, Senhor nosso D'us, D'us de nossos pais, conceder-nos um ano bom e doce" (como o mel).
Sobre a acelga, diz-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU SHEYISTALEKU OYBENU
VESONENU VECHOL MEVAKSHE RAATENU.
"Que seja Tua vontade, Senhor nosso D'us, D'us de nossos pais, que todos os nossos inimigos e todos aqueles que
queiram fazer-nos mal, sejam eliminados".
Sobre a tâmara, diz-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU SHEYISTAMU OYBENU
VESONENU VECHOL MEVAKSHE RAATENU.
"Que seja Tua vontade, Senhor nosso D'us, D'us de nossos pais, que todos os nossos inimigos e todos aqueles que
queiram fazer-nos mal, sejam exterminados".
Pega-se o alho poró ou cebola, dizendo:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU SHEYICARTU OYBENU
VESONENU VECHOL MEVAKSHE RAATENU.
"Que seja Tua vontade, Senhor nosso D'us, D'us de nossos pais, que todos os nossos inimigos e todos aqueles que
queiram fazer-nos mal, sejam eliminados".
Sobre a abóbora, diz-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU SHETIKRA RÔA GUEZAR
DINENU VEYIKAR'U LEFANECHA ZACHIOTENU.
"Que seja Tua vontade, Senhor nosso D'us, D'us de nossos pais, que o Senhor anule os decretos negativos e que nossas
boas ações sejam lidas perante Ti".
Sobre o feijão de corda (fradinho):
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU SHEYIRBU ZACHIOTENU
UTLABEBENU.
"Que seja Tua vontade, Senhor nosso D'us, D'us de nossos pais, que nossos méritos e virtudes sejam aumentados".
Sobre a romã:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU SHENIHIE MELEIM
CARIMON.
"Que seja Tua vontade, Senhor nosso D'us, D'us de nossos pais, que nossas mitzvot sejam tão numerosas quanto os
grãos da romã".
Pega-se um pedaço da cabeça de carneiro, peixe, língua ou miolo e diz-se:
YEHI RATZON MILEFANECHA ADO-NAI ELO-HENU VELO-HE ABOTENU SHENIHIE LEROSH VELO
LEZANAV, VETIZCOR LANU (AKEDATO VE) ELO SHEL YITZ'CHAK ABINU ALAV HASHALOM, BEN
ABRAHAM ALAV HASHALOM.
"Que seja Tua vontade, Senhor nosso D'us, D'us de nossos pais, que sejamos colocados na cabeça (bem- sucedidos) e
não na cauda, em todos os nossos empreendimentos, e que Te lembres, para o nosso bem, do carneiro sacrificado no
lugar do nosso patriarca Isaac".
Em seguida faz-se a refeição de Rosh Hashaná, com muita alegria.
Após a refeição fazemos o BIRKAT HAMAZON
SEGUNDO DIA DE ROSH HASHANÁ
ACENDIMENTO DAS VELAS DE YOM TOV – O horário você deve ter anotado antes de Rosh Hashaná e só
podem ser acesas a partir da vela piloto que você acendeu antes de Yom Tov.
O procedimento é igual ao do primeiro dia com rezas e refeições.
O Kidush tanto na primeira noite quanto na segunda noite de Rosh Hashaná recitamos a berachá Shehecheyanu.
|porém na segunda noite é correto colocar uma fruta nova na mesa e recitar o Shehecheyanu.
É importante ter uma roupa nova no segundo dia, caso não tenha pode substituir pela fruta nova. E se não tiver
nenhum dos dois faça a berachá Shehecheyano assim mesmo.
APRENDENDO SOBRE SIMANIM: OS ALIMENTOS SIMBÓLICOS DE ROSH HASHANÁ
MAÇÃS MERGULHADAS NO MEL é um tratamento bem conhecido de Rosh Hashaná , mas existem outras. De
fato, maçãs e mel representam apenas um dos Simanim (alimentos de Rosh Hashaná com significado simbólico). Há
vários Simanim que servem como um lembrete do significado especial do Ano Novo Judaico.
MAÇÃS E MEL - Provavelmente o tratamento mais popular de Rosh Hashaná, maçãs e mel são alimentos
historicamente simbólicos.
Afinal, Israel é conhecida como "uma terra que flui com leite e mel" (Êxodo 3: 8) - uma macieira cresce de
maneira diferente das outras árvores frutíferas. “Na maioria das árvores frutíferas, as folhas aparecem antes da
fruta, proporcionando assim uma cobertura protetora para a fruta jovem” - “A maçã, no entanto, faz um
movimento preventivo aparecendo diante das folhas. O povo judeu é comparado a uma maçã porque estamos
dispostos a viver nossa vida judaica, mesmo que isso pareça nos deixar desprotegidos. ”
Mergulhar maçãs no mel representa uma analogia simbólica das abelhas. "Uma abelha pode infligir dor por sua
picada, mas também produz mel delicioso", ele escreve. “A vida tem essa mesma dualidade de potencial. Oramos
para que nossas escolhas resultem em um ano doce. ”
CHALLAH REDONDA - É tradicional comer chalá no Shabat e em outros feriados judaicos. Em Rosh Hashaná,
no entanto, o chalá é especialmente cozida em uma forma redonda para representar o ciclo interminável da vida e
da criação, um ciclo no qual não há começo nem fim.
Muitas famílias acrescentam passas e mel ao chalá para obter um doce Rosh Hashaná. Quando a chalá é cortada
em fatias na refeição, é tradicional espalhar mel adicional para obter ainda mais doçura nas férias.
ROMÃS - Romãs têm muitas sementes. Essas sementes simbolizam os muitos méritos que criaremos com
nossas mitzvot no próximo ano.
A romã: um símbolo de Rosh Hashaná ”, a tradição da Cabala “relatou que havia 613 sementes em cada romã,
igualando o número de mitsvot comandadas por Deus”.
CABEÇA DE PEIXE NA MESA - Rosh Hashaná significa literalmente “cabeça do ano”. Algumas famílias
comemoram a “cabeça do ano” com a tradição de colocar uma cabeça de peixe na mesa durante as refeições de
Rosh Hashaná. “E Deus te fará como a cabeça, e não como a cauda, e você estará apenas no topo e não estará no
fundo” (Deuteronômio 28:13). A cabeça do peixe serve como “um suporte: um lembrete palpável das decisões
tomadas ao longo de Rosh Hashaná, que afetam a totalidade do próximo ano."
CHADASH (“NOVA FRUTA”) - Na segunda noite de Rosh Hashaná, é costume comer uma “nova fruta”, que
não foi consumida no ano passado - ou, uma fruta que “os participantes não provam há muito tempo.”
O Talmud menciona o costume de trazer certos alimentos simbólicos para a mesa em Rosh Hashaná como bons sinais.
Pouco depois, no período dos Geonim, surgiu a prática de recitar benções específicas para estes alimentos na forma de
um jogo de palavras pedindo boas notícias. Estas comidas simbólicas são uma forma de começar o ano com um
experiência positiva, e elas têm o propósito de dirigir a nossa atenção para o significado de Rosh Hashaná mesmo
durante a refeição. O costume específico de comer maçãs e mel em Rosh Hashaná, além de ser um sinal para um Ano
Novo doce, também inclui o recebimento da Torá no Monte Sinai e a benção que Itzchak deu a Iaacov em Rosh
Hashaná.
IMPORTANTE SABER:
. Não se come nada temperado com vinagre em Rosh Hashaná ou raiz forte para não ter um ano amargo. Nozes
também não devem ser ingeridas nestes dias. Um dos motivos é porque as nozes provocam pigarro que pode
atrapalhar as orações do dia; outro motivo é que o valor numérico da palavra egoz (noz) corresponde ao da
palavrachet (pecado)sem o alef.
. Deve-se tomar muito cuidado para não ficar nervoso, sempre, em qualquer situação, mas especialmente em Rosh
Hashaná. Ficar nervoso ou irado em Rosh Hashaná não é um Siman Tov (não é um bom augúrio) ficar com raiva
nesse dia festivo...isso pode refletir no próximo ano D- us nos livre!
É recomendável estudar “Igueret Harambam” Uma carta escrita pelo Rambam (Nachmanides) para seu filho
na qual ele explica, de forma clara, o quanto devemos nos afastar deste vício tão destrutivo que é a raiva e
como agir para nos acostumarmos a ser calmos e humildes.
MITZVÁ DE FICAR FELIZ – É uma mitzvá ficar feliz nos moadim(dias festivos), até mesmo em Rosh
Hashaná, junto com seu cônjuge, filhos e os que estão em sua companhia.
Não se deve esquecer de órfãos, viúvas e carentes, pois temos obrigação de atender as suas necessidades
para o Yom Tov.
Segulot especiais para Rosh HaShana:
"É vital todos os dias não ficar com raiva, mas em particular no primeiro dia de Rosh Hashaná, este é o dia
em que o povo judeu é julgado, os gentios são julgados no segundo dia." Neste dia, há um julgamento
estrito em Shamayim e é imperativo não ficar com raiva de forma alguma, nem mesmo pensar de forma
irada. Não convide pessoas que você sabe que "apertarão seus botões" que você não poderá controlar,
espere por eles no segundo dia. Não se deixe levar pela preocupação, raiva e, definitivamente, também não
pela tristeza.
A maneira como você começa o ano é a maneira como o próximo ano irá fluir. Não se permita falar mal.
- Antes de sentar no Seder, olhe nos olhos de todos e abençoe-os individualmente, sinta o perdão por todos
ao seu redor. Permita que o amor e a paz entrem em seu coração. Todos deveriam dizer um "L'Chaim" em
voz alta e se abençoar com sincha completa.
- A mesa de Rosh Hashanah deve ser preenchida com uma abundância de cores diferentes tipos de
alimentos.
- Maças e Mel: use “maçãs vermelhas”, é uma segulá para um zivug, para encontrar a alma gêmea / shalom
bayit e engravidar.
- É um et ratzon, um momento sagrado muito especial, antes de comer a maçã, cheire a maçã e peça o que
quiser. Foi nessa época que Ya'akov recebeu a bênção de seu pai Yitzchak. Quando ele cheirou Ya'akov,
ele sentiu a fragrância de Gan Eden, da maçã, e embora ele não merecesse a braja (bênção), devido ao fato
de que ele deveria ir para Esav, ele a recebeu. Peça o que quiser.
- Romã: peça a Hashem para destacar seu potencial. Todos nós temos um potencial infinito, devemos usá-
lo ao máximo? Peça ajuda a Hashem ... assim como é difícil espalhar as sementes, por favor, Hashem nos
ajude a realizar nosso potencial e ser quem devemos ser.
- Alho-poró, beterraba, tâmaras: peça a Hashem para remover qualquer sentimento de ressentimento, raiva
ou amargura em relação a alguém. Peça a Hashem para nos ajudar a expulsar esses sentimentos de nós
mesmos e removê-los de nossos corações. Peça a Hashem para permitir que você reconstrua seus
sentimentos e seu relacionamento com essas pessoas.
- Cabeça de peixe: peça a Hashem para ajudá-lo a dirigir sua casa e mais ninguém (como nossos filhos que
tendem a nos controlar ...) quando você olhar para os peixes, peça a Hashem para protegê-lo do mau olhado.
- Ao longo do seder, peça a Hashem para fazer de sua casa um palácio: você a rainha e seu marido o rei,
seus filhos os príncipes / princesas. Peça a Hashem para torná-los verdadeiros filhos do Rei, isso exige que
hajamos como filhos do Rei, o que significa novamente: * NÃO SE IRRITA *, NÃO SE PREOCUPE NÃO
SE ESTRESSE, seja realeza.
- Levante-se cedo no Rosh Hashanah: isso abençoa o próximo ano com facilidade. Um ano em que seus
desejos serão rapidamente atendidos. Tente adiar o intervalo da tarde para depois das 13h00
- “É vital pedir parnassá tová em Rosh Hashanah, de acordo com Rav Dessler ztk'l. Isso proclama que
confiamos em Hashem e sabemos que tudo vem Dele. Peça para ser um doador de tzadakah.
- Muito importante se vestir bem festivamente, até mesmo usar branco e ser FELIZ !!!
- Antes de ouvir o shofar, aceite sobre você: v’Ahavta L’Reiacha Kamoja (Ame seu próximo como você
ama a si mesmo).
- Se você guardar rancor de alguém no shul, o shofar não será capaz de ascender e suavizar os julgamentos.
- Durante o shofar * pense no seguinte: a ressurreição dos mortos, que Hashem pode reviver tudo o que
"morreu" em você, tanto física quanto espiritualmente.
- Não fale enquanto o shofar estiver tocando. Pense em tudo que você deseja ser. Estamos renascendo!
- Muito importante derramar lágrimas durante o toque do shofar e enxugar as gotas na testa (ou seja,
enxugar as transgressões (AriZal zt’l).
- Isso serve como um escudo durante todo o ano contra qualquer coisa ruim, ou seja, doenças. Quem
consegue derramar uma lágrima pode ter certeza de que está sendo julgado naquele momento e se voltar à
teshuvá naquele momento, será abençoado com um bom ano.
- Durante o primeiro toque do shofar, pegue uma transgressão específica que você cometeu e peça perdão.
Durante os segundos toques do shofar, o shevarim, ele sofre / chora por aqueles que sofrem e são maus, ou
seja, as famílias das vítimas do terror, as famílias que perderam seus entes queridos, aqueles que estão
doentes ...
- Durante a próxima série de toques, aceite uma nova mitzvah: tzniut, tefillah, tzedakah ...
A intenção deve estar em seu coração, sem dizer uma palavra.
- Durante a oração de Mussaf no nakdishaj, quando o chazan diz a palavra: * SIM * sim, você pode
perguntar uma das três coisas, sussurre para si mesmo:
1) Parnassah (provisão)
2) Ruach Hakodesh (inspiração divina)
3) Filhos Tzadikim
“Uma vez que ouvimos o shofar no primeiro dia de Rosh Hashanah, os julgamentos são reduzidos e
adoçados e há menos rigor no Shamayim.
“Não coma nada azedo ou picante no Rosh Hashanah, apenas alimentos doces. Tudo o que você faz tem
impacto no ano todo. Não use nozes ou uvas pretas.
* Outro segulot *
1) Prepare a mesa do seder no início da tarde, é uma segula para evitar contratempos ao longo do ano, B’H.
2) Tente fazer ta’anit dibur, sem falar, na manhã de Rosh Hashanah (fale apenas palavras da Torá). Se
possível, rápido também; Desta forma, 1/3 de suas transgressões serão apagadas. Isso termina na manhã de
quarta-feira.
3) Velas para Rosh Hashaná: antes de acender, dê 18 de algo (moedas, notas) para tsedacá: 18 centavos, 18
dólares, real shekel, etc. Isso serve como um pidyon nefesh (troca pelo nosso perdão). Peça a Hashem que
tsedacá nos defenda como um protetor contra ela.
4) Compre uma faca nova e use-a na véspera de Rosh Hashaná para cortar a chalá e maçã. É uma segula
para uma vida longa e para parnassah.
5) Faça Chalah: asse em forma de círculo.
6) Bircat Hamazon: o primeiro que você disser sobre Erev Rosh Hashana, diga com entusiasmo e alegria, é
uma segula para uma abundância de parnassah.
7)Recite os seguintes versos de Tehilim 119 Alef (vs 1 a 8), Beit (de 9 a 16), Gimmel (de 17 a 24) e Daled
(de 17 a 24) antes de dormir em ambas as noites para evitar pesadelos.
8) É muito bom acender uma vela para Sarah Imenu no primeiro dia de Rosh HaShaná. Antes de acender as
velas e você pode acender essa vela para a elevação da nossa matriarca e dizer: Que todas nós possamos ser
esposas virtuosas e mães maravilhosas como ela era uma verdadeira Tsadeket. É um momento propício para
pedir um casamento, alma gêmea, filhos tsadikim, shalom bait, curas e milagres na família.
לודג ןהכ עשילא ןב לאעמשי יבר תכרב םימחרבו דסחב שדחתתש םישעמה לכ ןוביר תומשנה לכ ןודא ינפלמ ןוצר יהיו: ןוצר יהי
ןידה תרושמ םינפל ונמע גהנתתו ךיתודימ לע ךימחר ולוגיו ךסעכ תא ךימחר ושבכיש ךינפלמ
SHANÁ TOVAH UMETUKÁ, 5782 COM MUITAS BERACHOT
PARA TODOS VOCÊS!!!
DEDICAMOS ESSA OBRA EM MEMÓRIA DE:
Ari ben Francis Z’L Que sua alma repouse em paz.
Henriette Carla Mansur Z’L Bat Shaul vê Simcha Z’L – Que sua alma seja elevada e que seus méritos
sempre sejam lembrados.
BIBLIOGRAFIA:
O Guia Fundamentos judaicos para iniciantes. Revista Morashá, Chabad, Coisas judaicas, Vida prática judaica, Rosh Hashaná,
Yom Kipur e Sucot – Rabino Isaac Dish, esefaradi.com, Editado em pdf por: Ednah Winter para os grupos do Torah
com Você. 8 Elul,5781
*A reprodução desse material sem citar as fontes é plágio
O que é teshuvá?
“Levad reê zê matsáti asher assá Haelokim et haadam yashar
vehêma vikshu chishevonot rabim” (Cohêlet 7:29) – O Todo-Pode-
roso criou o homem com a natureza de ser correto. O instinto
espiritual sadio nos faz seguir em direção a nossa origem Divina
e nos aponta o rumo e a tendência para nos aproximarmos do
Todo-Poderoso. Porém, as ponderações que o homem faz e as
muitas influências que recebe da mídia e da ciência, fazem com
que perca sua fé e afaste-se do Criador, de Sua Torá e de Suas mi-
tsvot. Assim como o corpo, que através do sono durante a noite,
renova-se e recupera as forças que se esgotaram durante o dia, da
mesma forma, nosso lado espiritual recupera suas energias me-
diante a teshuvá. Portanto, a teshuvá nada mais é do que a volta
a nossas origens, ao caminho da Torá e à verdade que está oculta
em nossos corações.
O que devemos fazer para cumprir as exigências da teshuvá?
Rambam, em Hilchot Teshuvá (cap.2, §2) escreve o seguinte:
“Quem pecou, que abandone o pecado, tire-o de seu pen-
samento e tome em seu coração a decisão de não mais voltar a
cometê-lo, conforme está escrito (Yesha’yáhu 55:7): “Yaazov rashá
darcô veish áven machshevotav” – Abandone, o perverso, o seu
caminho e seus maus pensamentos. Que se arrependa sobre o
passado, conforme está escrito (Yirmeyáhu 31:18): “Ki acharê shuvi
nichámti” – Após meu retorno me arrependi (sobre o passado).
“Veyaíd alav Yodêa Taalumot shelô yashuv lezê hachet leolam” – E
que o Todo-Poderoso testemunhe – sobre aquele que fez teshuvá
– que este não voltará mais a incorrer no mesmo erro. Além disso,
é necessário fazer uma confissão com seus lábios, sobre as trans-
gressões que cometeu. Este último detalhe é referente ao Viduy
pronunciado diariamente nas orações de Shacharit e Minchá após
a Amidá, através do qual o indivíduo confessa perante D’us even-
tuais irregularidades que praticou.”
A mitsvá de Teshuvá, portanto, tem três condições:
1) Viduy – יודיו – chazcarat hachet, reconhecimento do peca-
do, pronunciando o Viduy (confissão), desculpando-se perante o
Todo-Poderoso.
2) Charatá al Heavar – הטרח – arrependimento pelos atos co-
metidos no passado.
3) Cabalá al Heatid – דיתעה לע הלבק – resolução para o futuro,
abandonando o pecado.
Sabemos que a mitsvá de teshuvá não faz parte das mitsvot
dependentes de um tempo específico (mitsvot shehazeman guera-
má). Portanto, devemos fazer teshuvá durante o ano todo. Porém,
nossos mestres concordam que, quando a teshuvá é feita durante
o mês de Elul e em Asseret Yemê Teshuvá – os dez dias que se ini-
ciam em Rosh Hashaná e terminam no Yom Kipur – ela é aceita ime-
diatamente, conforme escrito (Yesha’yáhu 55:6): “Dirshu et Hashem
behimatseô kerauhu bihyotô carov” – Procura Hashem quando Ele
pode ser encontrado, invoca-O quando Ele está próximo.
Somente o Todo-Poderoso tem a possibilidade de apagar as
manchas negativas do passado, abrindo à nossa frente uma nova
possibilidade de recuperação e aproximação a Ele e a Seus man-
damentos, conforme o próprio Rambam (Hilchot Teshuvá cap. 7): “É
grandiosa a teshuvá, pois aproxima o ser humano de D’us.”
Os que ontem estavam distantes de D’us, podem tornar-
se hoje queridos e próximos a Ele por intermédio da teshuvá.
Quem ontem estava muvdal (separado) do Criador, conforme o
versículo (Yesha’yáhu 59:2): “Ki im avonotechem hayu mavdilim
benechem leven Elokechem” – Vossos pecados vos separavam de
vosso D’us – hoje pode estar mudbak (unido) a D’us, conforme
está escrito (Devarim 4:3): “Veatem hadevekim Bashem Elokechem
chayim culechem hayom” – E vós, que vos unistes ao vosso D’us,
estais hoje todos vivos.
Mais esclarecimentos sobre teshuvá podem ser encontrados
em nosso livro “Iluminando o Retorno”.
ELUL cap. 1
1 - 2
Capítulo 1
Leis Referentes ao Mês de Elul
Selichot
1) Os sefaradim costumam recitar Selichot a partir do segundo
dia do mês de Elul até Yom Kipur1. Este costume está ligado com
o fato de que quando Moshê Rabênu subiu no Monte Sinay para
receber as segundas Tábuas da Lei, no Rosh Chôdesh Elul, o povo foi
avisado por intermédio do toque do shofar para que não houvesse
outro equívoco, como o da vez anterior. Portanto, a partir desta
data, é um período propício para que D’us aceite nossas orações2.
2) Os ashkenazim costumam tocar o shofar (ת"רשת – tekiá,
shevarim, teruá, tekiá) a partir do segundo dia de Rosh Chôdesh Elul,
após a tefilá de Shacharit3 – exceto no Shabat e véspera de Rosh Ha-
shaná4 – e começam a recitar Selichot no domingo que antecede
Rosh Hashaná. Caso o primeiro dia de Rosh Hashaná coincida com
uma segunda ou terça-feira, os ashkenazim começam a recitar
Selichot no domingo da semana anterior5.
cap. 1
3 - 6
Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot
3) Embora os ashkenazim comecem a recitar Selichot apenas
no domingo anterior a Rosh Hashaná, eles devem despertar mais
cedo durante o mês de Elul, acrescentar na avodá de Hashem (orar
com mais devoção e concentração, estudar mais Torá, realizar as
mitsvot com maior dedicação, etc.) e cumprir o versículo (Echá
2:19): “Cúmi, rôni baláyla lerosh ashmurot, shifchi camáyim libech
nôchach penê Hashem...” – Levanta-te, suplica de noite no início das
vigílias! Derrama teu coração como água na Presença de D’us...6
4) Para as Selichot e as orações de Rosh Hashaná e Yom Kipur
deve-se designar para chazan a pessoa mais qualificada, a mais
erudita em sabedoria da Torá e a mais praticante de mitsvot e
maassim tovim (boas ações). O mesmo se aplica ao tokêa – aquele
que toca o shofar. Devem também ter mais de trinta anos e
serem casados7. Caso haja necessidade de optar entre um talmid
chacham (um estudioso da Torá) que não seja casado e que não
tenha a idade mínima de 30 anos e um outro que, não sendo
talmid chacham, possua estes requisitos, deve-se dar a preferência
ao talmid chacham8.
5) É correto que o chazan e o tokêa sejam pessoas tementes a
Hashem e façam uma teshuvá completa, que estudem as regras e
cavanot (intenções) das preces e dos toques do shofar9.
6) Só é permitido recitar as Selichot a partir de Chatsot Láyla
(o meio da noite) e não se deve recitá-las antes deste horário.
ELUL cap. 1
7 - 8
Especialmente, antes de Chatsot Láyla, não se deve recitar as Treze
Midot Harachamim – exceto no Yom Kipur10, quando são recitadas
na tefilá de Arvit.
7) As Selichot que são proferidas na língua aramit (aramaico)
como Rachamaná (o livro Torá Lishmá do Ben Ish Chay, capítulo
49, permite dizer este trecho “Rachamaná” sem minyan), Machê
Umassê, Rachamaná Di Vishmayá e Deanê Laaniyê Anenan, não
devem ser ditas caso não haja minyan 11 . Portanto, se deram
início às Selichot e não havia minyan, estas partes não devem ser
recitadas até que o minyan se complete, e só então os trechos que
foram omitidos devem ser retomados12. Aqueles que proferirem
sem minyan as partes das Selichot que são em aramaico têm sobre
quem se apoiar13.
8) As Selichot conforme o nussach dos sefaradim têm doze
trechos que iniciam com o alef bêt. Dez estão na ordem progressiva
do alef bêt, um está na ordem regressiva e um está composto
alternadamente na ordem progressiva e regressiva.
O primeiro dos doze trechos está na ordem progressiva e
inicia com “Rachamaná idcar lan”, a partir de “Rachamaná arem
(álef) yeminach” – ךנימי םירא אנמחר.
O segundo está na ordem progressiva e inicia com “Anshê
(álef) emuná” –
Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot
O terceiro está na ordem regressiva (tav) Tamáhnu meraot,
(shin) sháchnu ad lim’od, (resh) rachum cach hi midatênu – ונהמת
ונתדמ איה ךכ םוחר ,דואמל דע ונחש ,תוערמ.
O quarto está composto na ordem progressiva e regressiva
alternadamente e inicia com “Elokênu Velokê avotênu” (álef) al taas
imanu, (tav) tochez, (bêt) bevô tochechá, (shin) shemênu missifrechá
– ךרפסמ ונמש ,החכות אבב ,ךדי זחות ,שעת לא.
O quinto está na ordem progressiva e é o “Viduy” (confissão) –
Ashámnu (álef), bagádnu (bêt) – ונלזג ,ונדגב ,ונמשא.
O sexto está na ordem progressiva “Ashámnu (álef) micol am,
bôshnu (bêt) micol goy” – יוג לכמ ונשוב ,םע לכמ ונמשא.
O sétimo trecho está na ordem progressiva e inicia com
“Elokênu shebashmáyim”, a partir de “al (álef) teabedênu beorech
galutênu” – רוכז ךתירב ,ונדבאת לא.
O oitavo trecho está na ordem progressiva: Anênu Avínu (álef)
anênu, anênu Boreênu (bêt) anênu, anênu Goalênu (guimel) anênu –
O nono trecho está na ordem progressiva e inicia com Adon
hasselichot, Bochen levavot – תובבל ןחוב תוחילסה ןודא.
O décimo trecho está na ordem progressiva e inicia com “Assê
lemáan Shemach” assê lemáan amitach (álef), assê lemáan beritach
(bêt) – ךתירב ןעמל השע ,ךתמא ןעמל השע.
O décimo primeiro trecho está na ordem progressiva e é o
“Nefilat Apáyim” – “Ledavid Elecha Hashem nafshi essá” – ךילא דודל
השובא לא יתחטב ךב יקלא .אשא ישפנ 'ה
O décimo segundo trecho está na ordem progressiva Elêcha
(álef ) Hashem nassáti enay, beshimchá (bêt) batáchti, gaveru
(guímel) yegonotay – יתונוגי ורבג יתחטב ךמשב 'ה ךילא.
36
ELUL cap. 1
9 - 11
9) Os Treze Atributos de Misericórdia Divina, Shelosh Esrê
Midot Harachamim (“Hashem, Hashem, El rachum vechanun...”),
também não devem ser pronunciados sem minyan. Aquele que
estiver rezando sozinho poderá recitá-los somente com os taamim
da Torá (melodia indicada nos livros da Torá por meio de sinais
diacríticos)14.
Nas segundas e quintas, se estiver rezando sem minyan, dirá
o primeiro “Vayaavor” com os taamim da Torá e não deverá recitar
os outros nem mesmo com taamim. Apenas recitará “El Mêlech
yoshev al kissê rachamim” até “kemô shehodáta leanav mikêdem”15.
10) Ao recitar os Shelosh Esrê Midot Harachamim, deve-se
fazer uma interrupção entre as duas primeiras palavras: Hashem,
Hashem16.
Ledavid Hashem Ori
11) É correto recitar todos os dias, a partir de Rosh Chôdesh
Elul, até Shemimi Atsêret inclusive, após a oração de Shacharit, o
capítulo “Ledavid Hashem Ori Veyishi” (Tehilim 27).
Os ashkenazim recitam-no após Shacharit e também após a
oração de Minchá17.
.ה"ס ה"סקת 'יס ע"וש
Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot
Leshaná tová ticatev vetechatem
12) A partir de Rosh Chôdesh Elul, quando se envia uma
carta a algum amigo, costuma-se escrever: “Leshaná Tová Ticatev
Vetechatem” – Que sejas inscrito e selado para um ano bom18.
Birchot Hasháchar
13) É correto recitar Birchot Hasháchar antes do início das
Selichot19.
Teshuvá
14) O mês de Elul é época de teshuvá para todos. Temos que
nos cuidar de forma exclusiva neste mês e nos dez dias de Rosh
Hashaná até Yom Kipur. Devemos buscar em nossas atitudes as
não corretas e que não condizem com o comportamento ditado
pela Torá, melhorando o que estiver errado. A cada noite antes de
dormir e de pronunciar o Viduy, devemos procurar o que fizemos
de errado no dia e confessarmo-nos perante o Criador. Após essa
introspecção, devemos receber sobre nós o arrependimento e
assumir não voltarmos a cometer os mesmos erros. Esta conduta
deveria ser feita todas as noites do ano, como fazem os tsadikim.
Ao menos que o façamos nestes 40 dias propícios para a teshuvá20.
ROSH HASHANÁ cap. 2
1 - 2
Capítulo 2
Leis Referentes à Véspera
de Rosh Hashaná
Hatarat Nedarim – Anulação de Promessas
1) Costuma-se fazer Hatarat Nedarim na véspera de Rosh Ha-
shaná21. Os sefaradim costumam fazer Hatarat Nedarim três vezes:
a primeira vez quarenta dias antes de Rosh Hashaná, a segunda
vez na véspera de Rosh Hashaná e uma terceira vez na véspera de
Yom Kipur22.
Jejum
2) Há um costume de jejuar na véspera de Rosh Hashaná23. Há
aqueles que completam o jejum até o anoitecer (quebram com o
Kidush); há quem termine o jejum antes do pôr do Sol e há ainda
quem costume jejuar somente até o horário de Minchá Guedolá24.
3) Os sefaradim costumam receber o taanit no término da
Amidá de Minchá, antes de “ossê shalom bimromav” do dia anterior
ao jejum 25. Se não o acolherem antes de “ossê shalom bimromav”,
poderão fazê-lo a qualquer momento antes do pôr do Sol. Se não o
acolheram antes do pôr do Sol, poderão fazê-lo no período entre o
pôr do Sol e o nascer das estrelas26. Os sefaradim costumam jejuar
até depois do kidush27. Se quebrarem o jejum antes do nascer das
estrelas, não dirão “Anênu”28.
Os ashkenazim não precisam receber este taanit, como citado
acima29.
4) Todas as vezes que um indivíduo (particularmente) decidir
jejuar, deverá receber o jejum na véspera, antes de dar os três
passos para trás na tefilá de Minchá, caracterizando “Cabalat
Taanit” – acolhida ou aceitação do jejum30.
Não há necessidade de receber os jejuns denominados de
taanit tsibur (jejuns públicos) como Dezessete de Tamuz, Nove de
Av, Tsom Guedalyá, Dez de Tevet e Taanit Ester, no fim da oração de
Minchá do dia anterior31.
Anênu - Sefaradim
5) Quem estiver jejuando na véspera de Rosh Hashaná e
pretende jejuar até o nascer das estrelas (até o Kidush), deverá
dizer Anênu em Shomêa Tefilá (na Amidá de Minchá)32. (Isto como
em todo Taanit Tsibur, que o indivíduo insere Anênu em Shomêa
Tefilá e somente o chazan, na Chazará, insere Anênu entre as
berachot de “Goel Yisrael” e “Refaênu” e conclui com Baruch Atá
Hashem Haonê leamô Yisrael beet tsará)33.
Os sefaradim não devem dizer Anênu se pretendem terminar
o jejum antes do nascer das estrelas.
Anênu - Ashkenazim
6) Os ashkenazim dirão Anênu em Shomêa Tefilá mesmo que
pretendam jejuar somente até depois de Minchá34.
7) A seguir o texto de Cabalat Taanit – compromisso para
receber o jejum na véspera – conforme impresso nos sidurim de
nússach sefaradi e edot hamizrach.
Proceda da seguinte maneira: Reze a Amidá, e antes de recuar
três passos, declare a aceitação do jejum “Ribon Haolamim” –
Senhor dos Mundos. Se esquecer de fazê-lo em Minchá, poderá
declarar a aceitação até mesmo no crepúsculo, desde que não
tenha ainda rezado Arvit35.
Ribon Haolamim! Harêni Lefanêcha al tenay betaanit nedavá
lemachar mealot hasháchar ad achar tefilat arvit veim lô uchal ô lô
ertsê, kesheomar “Mizmor Ledavid Hashem Roí”, uchal lehafsik velô
yihyê bi shum avon. Aval yehi ratson Milefanêcha Ad-nay El-hay
Vel-hê avotay, shetiten bi côach uvriut veezkê lehit’anot lemachar
utcabelêni beahavá uvratson, utzakêni lashuv bitshuvá shelemá
vetaanê atirati vetishmá tefilati ki Atá shomêa tefilat col pê. Baruch
shomêa tefilá.
Senhor dos Mundos! Assumo perante Ti, condicionalmente,
um jejum voluntário amanhã, desde a aurora até depois da
oração de Arvit. E se eu não puder ou não quiser (completar o
jejum), quando eu recitar “Salmo de David. Hashem é meu pastor,
(etc.)” [Salmo 23], poderei interromper (meu jejum) e não haverá
em mim nenhum pecado. Porém, seja da Tua vontade, Hashem,
meu Deus e Deus dos meus antepassados, que Tu me concedas
forças e saúde para que eu consiga jejuar amanhã, e que Tu me
aceites com amor e agrado. E concede-me o mérito de retornar
em arrependimento (penitência) absoluto (perfeito) e responde
à minha súplica e aceita (escuta) minha oração, pois Tu ouves a
oração de todas as bocas. A Fonte das Bênçãos és Tu, Que ouve a
oração.
8) Quem não estiver bem de saúde, estará isento deste jejum36.
O Sandak (aquele que segura o bebê durante o Berit Milá), o Mohel
e o pai do bebê cujo Berit Milá se realiza neste dia, não só deixam
de jejuar, como é mitsvá que comam37. Os convidados para a seudá
do Berit Milá também poderão comer38, mas somente depois do
Berit Milá39.
Entre os convidados, aqueles que receberam sobre si – na
tefilá de Minchá do dia anterior – jejuar no Êrev Rosh Hashaná, não
deverão comer40.
Tachanun
9) Na oração de Shacharit de Êrev Rosh Hashaná não se recita
Tachanun e Nefilat Apayim41. Porém, nas Selichot se diz Tachanun e
Nefilat Apayim, mesmo que as Selichot se prolonguem até depois
de Alot Hasháchar42.
Toque do shofar
10) Os que costumam tocar o shofar durante o mês de Elul, não
o tocam na véspera de Rosh Hashaná43, mesmo que o primeiro dia
de Rosh Hashaná coincida com o Shabat44.
Visita ao cemitério
11) Costuma-se visitar o cemitério na véspera de Rosh Ha-
shaná e dar Tsedacá45.
Não se deve visitar o mesmo túmulo duas vezes no mesmo
dia46
.
O cemitério é o local de descanso dos tsadikim (justos) e,
portanto, é um lugar sagrado onde a tefilá é mais bem acolhida.
Ao rezar ao pé dos túmulos dos justos, podemos pedir que
as almas destes tsadikim orem por nós, fazendo tefilá perante o
Criador47. Nossa intenção, no entanto, deve ser a de pedir a Hashem
que tenha piedade de nós pelo mérito dos tsadikim que ali jazem.
Não se deve colocar nossa esperança e confiança nos mortos que
se encontram lá.
12) Se mais de 30 dias passaram sem que tenha ido ao
cemitério, quando vir os túmulos deverá recitar a berachá (Ba-
ruch... asher yatsar etchem bedin... Baruch Atá Hashem mechayê
hametim)48.
13) Ao sair do cemitério faz-se Netilat Yadáyim49 sem berachá
14) Os cohanim, por não poderem se impurificar pelos mortos,
devem se cuidar ao visitar o cemitério. Não devem nem mesmo
visitar os túmulos dos tsadikim50. Os cohanim que cuidam em não ir
a túmulos de tsadikim, o zechut (mérito) destes tsadikim prevalecerá
mais ainda e Hashem atenderá seus anseios51. Vide orientações nos
livros “Ner Lechayim” (cap. 12) e “Vaani Tefilá” (pág. 341 a 343).
Cortar o cabelo, tomar banho, imergir no micvê
15) Corta-se o cabelo52 , toma-se banho com água quente53
e costuma-se imergir no micvê na véspera de Rosh Hashaná54.
Roupas festivas (sociais) de yom tov devem ser vestidas antes
de ir para a sinagoga e devem ser melhores que as de Shabat 55.
Eruv Tavshilin
16) Quando Rosh Hashaná cair quinta e sexta-feira, devemos
lembrar de fazer Eruv Tavshilin, para poder cozinhar na sexta-feira
também para o Shabat. Vide halachot de Eruv Tavshilin, cap. 47.
Obs.: É proibido criar (e apagar) fogo no yom tov, mas é
permitido passar fogo (desde que não seja Shabat) a partir de uma
chama que está acesa desde a véspera do yom tov (vide cap. 40).
Portanto, devemos deixar um fogo aceso desde a véspera de Rosh
Hashaná, que dure quarenta e oito horas.
Minchá
17) Deve-se ter um cuidado especial na oração de Minchá
(não se apressar concentrando-se nas palavras) da véspera de Rosh
Hashaná por ser ela a última oração do ano56.
Preparativos antes de Rosh Hashaná
18) Deve-se entrar em Rosh Hashaná, que é o Yom Hadin – o
Dia do Julgamento – com seriedade e com teshuvá completa,
lembrando as palavras do Rambam, que define estes dias como
dias de teshuvá e de temor e não dias de alegria demasiada57.
19) Consta dos livros sagrados que em Rosh Hashaná
devem-se evitar conversas de “chol” (corriqueiras; não alusivas
ao yom tov). Deve-se dormir menos, fazer mais tefilá, suplicar
tachanunim do fundo do coração e recitar Tehilim. Antes de Rosh
Hashaná é adequado tomar a decisão de receber sobre si um bom
comportamento que não lhe era comum até então, ou um bom
ato que não costumava praticar.
Velas de Rosh Hashaná
Berachá
1) Costuma-se acender velas como em todo yom tov e a
bênção é: Baruch... asher kideshánu... lehadlik ner shel Yom Tov59. E
se Rosh Hashaná cair no Shabat dir-se-á: Baruch... asher kideshanu...
lehadlik ner shel Shabat Veyom Tov (ashkenazim: lehadlik ner shel
Shabat veshel Yom Tov)60.
Shehecheyánu
2) As mulheres que têm o costume 61 de fazer a berachá de
Shehecheyánu na hora de acender as velas, podem responder
amen quando o Shehecheyánu for pronunciado pelwa pessoa
que estiver fazendo o Kidush62. De qualquer forma, é correto não
fazer esta bênção ao acender as velas, e sim ouvi-la de quem faz
o Kidush e responder amen63. E aquelas que costumam recitar a
berachá de Shehecheyánu na hora de acender as velas, não devem
ser impedidas de assim proceder64.
Procedimento
3) Ao acender as velas de yom tov, deve-se primeiro fazer a
berachá e depois acender as velas65, diferentemente de Shabat que
primeiro se acende e depois se recita a berachá. O fósforo deve
ser aceso antes da berachá para que não haja hefsek (interrupção)
entre a berachá e o acendimento.
Há quem diga que no yom tov faz-se a berachá após acender
as velas, como no Shabat66.
As mulheres sefaradiyot que na véspera de Shabat recitam a
berachá primeiro e depois acendem as velas, podem continuar
com seu costume67.
4) No primeiro dia de yom tov é correto que as velas sejam
acesas vinte minutos antes do pôr do Sol, como na véspera do
Shabat68.
5) Se as velas de yom tov forem acesas quando já for noite,
sem dúvida que primeiro se faz a berachá e depois se acendem as
velas69 a partir de fogo que foi aceso antes do início do yom tov.
6) Porém as velas do segundo dia de yom tov devem ser
acesas somente após o nascimento das estrelas (em São Paulo, 40
minutos após o pôr do Sol), a partir de fogo que foi aceso antes do
início do yom tov.
Capítulo 4
Orações de Rosh Hashaná
e Assêret Yemê Teshuvá
Amidot de Assêret Yemê Teshuvá
1) Nos dez dias (de Rosh Hashaná até Yom Kipur) denominados
Assêret Yemê Teshuvá, acrescentamos ou trocamos alguns trechos
nas três Amidot diárias, no Mussaf de Rosh Hashaná, no Mussaf de
Shabat e no Mussaf de Yom Kipur:
a) Acrescentamos zochrênu lechayim Mêlech chafets bachayim...,
antes de Mêlech Ozer Umoshia umaguen. Ao dizer zochrênu lechayim
deve-se ter em mente atrair vida para a neshamá. Ao dizer cotvênu
bessêfer chayim deve-se ter em mente atrair vida para o corpo70.
b) Acrescentamos mi Chamocha Av Harachaman (ou
Harachamim)..., antes de veneeman Atá lehachayot metim.
c) Na berachá de Atá Cadosh, em vez de concluir com Hael
Hacadosh, trocamos para Hamêlech Hacadosh.
d) Na berachá de Hashíva Shofetênu, em vez de concluir com
Mêlech ohev tsedacá umishpat, trocamos para Hamêlech hamishpat.
e) Acrescentamos uchtov lechayim tovim..., antes de vihalelu
vivarechu (ashkenazim: antes de vechol hachayim).
f ) Acrescentamos uvsêfer (ashkenazim: bessêfer) chayim
berachá veshalom..., na berachá de Sim Shalom, antes de Baruch...
Hamevarech et amô...
g) No final da Amidá e no final do Cadish (para os sefaradim
somente do Cadish Titcabal em Shacharit e Minchá, após a Chazará,
e no Cadish Titcabal de Arvit de sexta feira71) fala-se Ossê Hashalom
em vez de Ossê Shalom.
2) As alíneas a, b, e, f e g do item anterior seguem a mesma
regra no caso de esquecimento total: não é preciso repetir a
Amidá72. Mas se o indivíduo perceber antes de proferir Hashem da
bênção posterior, voltará para falar a frase.
Por exemplo, se disse: Mêlech ozer umoshia umaguen, baruch
Atá e nesse momento lembrou que não disse zochrênu lechayim,
voltará para zochrênu lechayim e continuará com Mêlech ozer...73
3) Se não disser zochrênu lechayim no lugar correto, poderá
dizê-lo em “Shemá Colênu” antes de ki atá shomea tefilat col pê, ou
antes de dar os três passos para trás no término da Amidá. No Sha-
bat e em Rosh Hashaná poderá dizê-lo antes de dar os três passos
do término da Amidá.
Mas se não disser “Mi Chamocha Av Harachaman” no devido
lugar não o inserirá em nenhuma parte da tefilá.
No caso de “uchtov lechayim tovim” e “uvsêfer (askenazim:
bessêfer) chayim” se não recitar no lugar certo, dirá antes de dar os
três passos para trás74.
4) Com relação à alínea c do item 1, caso tenha esquecido de
dizer Hamêlech Hacadosh e lembrou-se imediatamente (toch kede
dibur – o intervalo de tempo que leva para se dizer três palavras)75
após ter dito Hael Hacadosh, corrigirá dizendo Hamêlech Hacadosh.
Se já disse atá (de Atá Chonen) ou se demorou um pouco (mais
do que toch kedê dibur) para perceber ou se lembrar em qualquer
lugar daqui para frente, voltará ao início da Amidá76.
Esta regra se aplica também para alguém que esteja em
dúvida se disse ou não Hamêlech Hacadosh77. Porém, veja no item
9 que a halachá é diferente para os dias de Rosh Hashaná e Yom
Kipur.
5) Se no início da Amidá tinha intenção clara de dizer Hamêlech
Hacadosh, porém depois ficar na dúvida, não será necessário
repetir a Amidá78.
Se no início da Amidá não tinha intenção clara de dizer
Hamêlech Hacadosh:
a) Se a dúvida surgir quando ainda estiver recitando a Amidá,
deverá repetir a Amidá.
b) Caso a dúvida sobrevenha após a tefilá, não será necessário
repetir a Amidá79.
6) Com relação à alínea d do item 1, caso tenha esquecido
de dizer Hamêlech Hamishpat e percebeu logo, deverá corrigir
imediatamente (toch kedê dibur – o intervalo de tempo que leva
para se pronunciar três palavras) dizendo Hamêlech Hamishpat80.
Se lembrar após ter começado a bênção seguinte:
Ashkenazim – Seguem em frente81.
Sefaradim (há opiniões divergentes82):
Há os que procedem como os ashkenazim e não voltam.
Há os que procedem como o Bêt Yossef e retomam do início da
berachá de Hashíva Shofetênu.
Tudo indica que o costume dos sefaradim é de não retomar,
seguindo a regra de “safek berachot lehakel” – de que não se recita
uma berachá em situações de incerteza83.
Meên Sheva de Shabat Teshuvá
7) Na berachá de Meên Sheva do Arvit de Shabat (Te)shuvá, o
chazan dirá Hamêlech Hacadosh em vez de Hael Hacadosh84.
No caso de esquecimento, se lembrar antes de falar Hashem
de baruch Atá Hashem mecadesh Hashabat, voltará para Hamêlech
Hacadosh85. Se esquecer totalmente de dizer, não será necessário
repetir86.
8) Em Rosh Hashaná e Yom Kipur, na terceira berachá da Amidá
(Hamêlech Hacadosh), acrescentam-se os parágrafos que iniciam
com “uvchen”. Caso tenha concluído baruch Atá Hashem Hamêlech
Hacadosh sem acrescentar estes parágrafos, não deverá repetir e
dará sequência de Atá Vechartánu em diante87.
9) Se nas amidot de Rosh Hashaná e Yom Kipur disse Uvchen
Ten... e está em dúvida se terminou Hael Hacadosh ou Hamêlech
Hacadosh, não deverá repetir a Amidá 88, mas sim, continuá-la
normalmente.
No caso de dúvida se recitou Hamêlech Hacadosh, a halachá
é diferente nos sete dias entre Rosh Hashaná e Yom Kipur – pois
repete-se a Amidá. Vide item 4.
Shir Hamaalot Mimaamakim
10) No nússach dos sefaradim – comunidades orientais – e
no nússach sefarad (Europa Oriental: Polônia, Rússia, Romênia)
acrescenta-se nos Assêret Yemê Teshuvá, depois de Yishtabach
(antes do Cadish), o capítulo 130 do Tehilim “Shir Hamaalot
Mimaamakim Keraticha Hashem”89 . No caso de esquecimento,
poderá recitar este capítulo após “Alênu Leshabêach”90.
No nússach ashkenaz – Europa Central (Alemanha e França),
Lituânia e Hungria – há aqueles que não acrescentam este mizmor
para não fazer hefsek (interrupção), há aqueles que o recitam
depois de Yishtabach e há aqueles que o recitam depois da Amidá,
antes de Avínu Malkênu (vide Mishná Berurá, capítulo 54 item 4).
Hashem Hu Haelokim
11) Durante os Assêret Yemê Teshuvá, antes de Hashem Mêlech,
os sefaradim costumam recitar duas vezes o versículo Hashem Hu
Haelokim, Hashem Hu Haelokim91.
Capítulo 5
Avínu Malkênu
1) Durante os Assêret Yemê Teshuvá (depois da Amidá de
Shacharit e Minchá) se diz Avínu Malkênu92.
Sefaradim
2) Os sefaradim costumam dizer Avínu Malkênu todos os dias
de Assêret Yemê Teshuvá.
Recitam-no inclusive no Shabat e nos seguintes dias: Rosh
Hashaná, Minchá de Êrev Shabat Teshuvá, Shabat Teshuvá, Êrev Yom
Kipur (Shacharit e Minchá) e Yom Kipur. Nestes dias, porém, não se
recita os trechos de Avínu Malkênu que contêm termos alusivos a
pecados93, que são:
Avínu Malkênu chatánu lefanêcha.
Avínu Malkênu mechol uslach lechol avonotênu.
Avínu Malkênu mechok berachamêcha harabim col shitrê
chovotênu.
Avínu Malkênu mechê vehaaver peshaênu minêgued enêcha.
No Yom Kipur, mesmo quando coincide com o Shabat, não se
omitem os trechos alusivos a pecados94.
Os ashkenazim não dirão Avínu Malkênu nos seguintes dias:
a) Em Rosh Hashaná se coincidir com o Shabat95. Mas se cair
durante a semana, os ashkenazim devem dizer o Avínu Malkênu
na íntegra, mesmo os trechos que contêm termos alusivos a
pecados96. Contudo, não costumam bater com o punho sobre o
coração mesmo no segundo dia de Rosh Hashaná97.
b) Em Minchá da véspera de Shabat Teshuvá98.
c) Em Shabat Teshuvá 99.
d) No Êrev Yom Kipur (Shacharit e Minchá). No caso de Yom
Kipur coincidir com o Shabat, entretanto, fala-se Avínu Malkênu
na sexta-feira na oração de Shacharit100, porém não em Minchá101.
Capítulo 6
Refeições de Yom Tov
Colocar o pão no mel
1) Na noite de Rosh Hashaná há o costume, após a berachá de
Hamotsi (Baruch... hamotsi lêchem min haárets), de colocar o pão
no mel102.
Contudo, não se deve, por isso, eliminar o costume de pôr o
pão no sal103. Há quem costume colocar um lado da fatia do pão
sobre o qual se recitou a berachá de Hamotsi no mel, morder um
pedaço e depois pôr o outro lado da mesma fatia do Hamotsi no
sal e comer104.
Fazer duas refeições em yom tov
2) A cada yom tov há a obrigação, tanto para homens como
para mulheres, de fazer duas refeições com pão 105: uma depois
da oração de Arvit, após o Kidush, e a outra de manhã, depois de
Mussaf, após o Kidush.
3) Em cada uma destas duas refeições de yom tov é necessário
comer pão na quantidade de um pouco mais que dois cazáyit, ou
seja, um pouco mais de um cabetsá (mais que 57,6 ml). Este shiur
é calculado em volume – o que caberia, quando esfarelado, em 1
1/6 (um mais um sexto) de copinho descartável de café de 50ml. E
no mínimo é necessário comer um cazáyit (que equivale a 28,8 ml)
– o que caberia, quando esfarelado, em dois terços de um copinho
descartável de café de 50ml aproximadamente106.
4) A berachá de Hamotsi deverá ser feita sobre Lêchem
Mishnê107 (dois pães inteiros) como se faz sempre nas três refeições
do Shabat.
Se o yom tov coincidir com o Shabat, devem-se fazer três
refeições (acrescenta-se a Seudá Shelishit) como em todos os
shabatot108.
Os costumes da refeição da noite de Rosh Hashaná
5) Nas duas noites de Rosh Hashaná, depois do Kidush,
costuma-se comer determinados alimentos que, pelos seus
nomes, parecem ser um bom sinal para o ano novo que se inicia
e cada um fará conforme o costume de sua família.
Para não incorrer no erro da superstição, nossos sábios
instituíram pedidos que invocassem o perdão e o arrependimento
sobre estes alimentos. E quando se fala da “aniquilação dos
inimigos”, o objetivo são os nossos verdadeiros inimigos – as idéias
ímpias, descrentes e as más intenções que nos levam ao pecado
(Rav Menachem ben Shelomô Hameiri em “Chibur Hateshuvá”).
Embora a bênção de Hamotsi já tenha sido recitada sobre o
pão, deve-se dizer a bênção apropriada para os frutos da árvore
(“Haêts”, ao comer o primeiro deles). No entanto, com relação aos
frutos da terra, é correto ou comê-los com um pedaço de pão110,
ou fazer a berachá de “Borê Peri Haadamá” sobre melão, pepino,
banana ou melancia e assim poderá comer dos frutos da terra sem
o acompanhamento do pão111.
A ordem dos alimentos a serem ingeridos antes das refeições
nas noites de Rosh Hashaná, segundo recomendação do Ben Ish
Chay (costume sefaradi), é a seguinte: tamar (tâmara), rubia (feijão
de corda), carti (alho-poró), silcá (acelga), cará (abóbora), rimon
(romã), tapúach (maçã) e rosh kêves (cabeça de carneiro).
O procedimento sefaradi é o seguinte:
Após o Kidush, faz-se Netilat Yadayim com berachá, a berachá
de Hamotsi e come-se um pedaço de pão.
Em seguida, recita-se a bênção que se faz antes de comer uma
fruta da árvore:
Baruch Atá Ad-nai El-hênu Mêlech haolam borê peri haêts (A
Fonte das Bênçãos és Tu, Hashem, nosso D’us, Rei do Universo, Que
cria o fruto da árvore).
Come-se a tâmara.
Em seguida, toma-se na mão uma segunda tâmara e antes de
ingeri-la diz:
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,
sheyitámu oyevênu vessoneênu vechol mevakshê raatênu.
Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us e D’us de nossos
pais, que sejam exterminados os nossos inimigos, aqueles que nos
odeiam e todos aqueles que querem o nosso mal112.
Isto porque tamar (tâmara) lembra o shôresh (radical) “tám”
(exterminar).
Observação: A primeira vez a cada ano que alguém come uma
fruta sazonal, ou seja, uma fruta que cresce somente numa certa
época do ano, esta futa é considerada fruta nova e requer uma
berachá de “Shehecheyánu”. Portanto, caso a tâmara ou a romã
forem frutas novas, devemos colocá-las na mesa antes do Kidush,
para que, ao recitarmos a berachá de “Shehecheyánu” no Kidush,
ficarmos isentos de recitar a berachá de “Shehecheyánu” sobre a
fruta especialmente113.
Logo depois, serve-se com um pouco de feijão de corda e um
pedaço de pão (se já tiver feito berachá de “Borê Peri Haadamá”
sobre uma fruta da terra – como um pedaço de pepino ou banana
– poderá comer o feijão de corda sem o acompanhamento de pão)
e antes de comer diz:
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,
sheyirbu zachiyotênu utlabevênu.
Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us e D’us de nossos
pais, que os nossos méritos aumentem; que logremos Tua estima
e propicia-nos sabedoria.
Isto porque rubia (feijão de corda) lembra o shôresh (radical)
“ravá” (aumentar).
Depois, serve-se com a omelete de alho-poró e um pedaço
de pão (se já tiver feito berachá de “Borê Peri Haadamá” sobre uma
fruta da terra – como um pedaço de pepino ou banana – poderá
comer a omelete de alho-poró sem o acompanhamento de pão)
e antes de comer diz:
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,
sheyicaretu oyevênu vessoneênu vechol mevakshê raatênu.
Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us e D’us de nossos
pais, que sejam eliminados os nossos inimigos, aqueles que nos
odeiam e todos aqueles que querem o nosso mal.
Isto porque carti (alho-poró) lembra o shôresh (radical) “carat”
(eliminar).
Em seguida, serve-se com a omelete de acelga e um pedaço
de pão (se já tiver feito berachá de “Borê Peri Haadamá” sobre uma
fruta da terra – como um pedaço de pepino ou banana – poderá
comer a omelete de acelga sem o acompanhamento de pão) e
antes de comer diz:
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,
sheyistalecu oyevênu vessoneênu vechol mevakshê raatênu.
Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us e D’us de nossos
pais, que sejam afastados os nossos inimigos, aqueles que nos
63
cap. 6
5
Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot
odeiam e todos aqueles que querem o nosso mal114.
Isto porque silcá (acelga) lembra o shôresh (radical) “silec”
(afastar).
Logo depois, serve-se com o doce de abóbora e um pedaço
de pão (se já tiver feito berachá de “Borê Peri Haadamá” sobre uma
fruta da terra – como um pedaço de pepino ou banana – poderá
comer o doce de abóbora sem o acompanhamento de pão) e
antes de comer diz:
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,
sheticrá rôa guezar dinênu, veyicareú lefanêcha zachiyotênu.
Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us e D’us de nossos
pais, que se anulem todos os maus decretos decididos para nós e
que sejam lidos nossos méritos perante o Senhor.
Isto porque cará (abóbora) lembra o shôresh (radical) “cará”
(anular).
Depois, serve-se com um pouco de romã e antes de comer diz:
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,
shenihyê meleim mitsvot carimon.
Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us e D’us de nossos
pais que sejamos repletos de mitsvot da mesma forma que a romã
é repleta de grãos.
Toma-se a maçã com mel ou açúcar e antes de comer diz:
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,
shetitchadesh alênu shaná tová umtucá.
Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us e D’us de nossos
pais, que tenhamos um ano bom e doce.
Em seguida, serve-se com a cabeça de cordeiro (ou na falta,
cabeça de peixe) e antes de comer, diz:
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu,
shenihyê lerosh velô lezanav, vetizcor lanu (akedatô ve)elô shel
Yitschak Avínu alav hashalom, ben Avraham Avínu alav hashalom.
Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us e D’us de nossos
pais, que sejamos cabeça e não cauda e lembra do cordeiro
sacrificado no lugar de Yitschak, nosso patriarca, filho de Avraham,
nosso patriarca).
Observação: Quando se serve cabeça de peixe, se diz apenas
Yehi ratson Milefanêcha Hashem Elokênu Velokê avotênu, shenihyê
lerosh velô lezanav – Que seja a Tua vontade, Hashem nosso D’us
e D’us de nossos pais, que sejamos cabeça e não cauda – sem
mencionar a lembrança do sacrifício de Yitschak115.
Já os ashkenazim têm o costume de consumir os seguintes
alimentos: tapúach (maçã), guêzer (cenoura), keruv (repolho), sêlek
(beterraba), tamar (tâmaras), abóbora (cará), rimon (romã), dag
(peixe) e rosh dag (cabeça de peixe). E há aqueles que vivem em Êrets
Yisrael que têm o costume de usar também carti (alho-poró) e silcá
(acelga) conforme o sêder impresso no sidur Minchat Yerushalayim.
6) Deve-se fazer primeiramente o Kidush, depois Netilat
Yadayim e a berachá de Hamotsi. Em seguida comem-se os
alimentos citados (Simaná Tavá)116.
7) Quando fizer a berachá de Borê Peri Haêts sobre a tâmara ou
sobre a maçã, deverá comer imediatamente parte da fruta. Somente
depois recitará o Yehi Ratson para que não haja interrupção entre a
berachá e o ato de comer117.
Há um costume que se começa esta série comendo a maçã –
neste caso não se deve colocar a tâmara na mesa antes de comer
a maçã; contudo é preciso ter em mente, quando recitar a berachá,
que depois comerá a tâmara.
Caso seja servido na sobremesa algum fruto de árvore, antes
do Bircat Hamazon, não dirá “Borê Peri Haêts”, porque já foi dito
no início da refeição sobre a tâmara ou sobre a maçã (conforme
o costume).
Evitar o nervosismo
8) Deve-se tomar muito cuidado para não ficar nervoso
sempre, em qualquer situação. Em Rosh Hashaná deve-se ter
um cuidado ainda maior, pois não é um siman tov (não é um
bom augúrio) ficar com raiva nestes dias. Devemos ficar felizes e
contentes com nosso quinhão, fazendo teshuvá e maassim tovim118
e ter “bitachon” em Hashem – palavra que significa segurança,
confiança, garantia e tranquilidade – de que tudo o que acontece
é a Vontade de Hashem.
O Rav Chayim Vital ל"ז, aluno do Ari ל"ז traz, em seu livro Shaarê
Kedushá, que há no homem quatro yessodot (fundamentos): fogo,
ar, água e terra. O que vêm a ser estes fundamentos está além do
âmbito de nossa compreensão. O importante é saber que tudo
em nós é uma combinação única destes quatro yessodot. As midot,
virtudes e vícios, também se originam destes quatro yessodot.
O yessod de fogo é o desejo de se erguer e dominar, assim
como o fogo. Pode causar que nos elevemos espiritualmente
(para o bem) ou que queiramos nos elevar e dominar (para o mal).
O yessod do fogo é a origem da raiva e do orgulho. Uma pessoa
dominada pelo “fogo” fica nervosa rapidamente (quando as
coisas não forem como ela quer) e se torna orgulhosa, exigente e
inflexível. Por intermédio da virtude da humildade é que podemos
superar este vício.
É recomendável estudar “Iguêret Haramban”, uma carta escrita
pelo Ramban (Nachmânides) para seu filho, na qual ele explica,
de forma clara, o quanto devemos nos afastar deste vício tão
destrutivo que é a raiva e como agir para nos acostumarmos a ser
calmos e humildes.
Mitsvá de ficar feliz
9) É mitsvá ficar feliz nos moadim (dias festivos), até mesmo
em Rosh Hashaná119, junto com sua esposa, filhos e os que estão
em sua companhia120.
Não se deve esquecer de órfãos, viúvas e carentes, pois temos
obrigação de atender às suas necessidades para o yom tov121.
Shehecheyánu no Kidush
10) No Kidush, tanto na primeira como na segunda noite de
Rosh Hashaná, deve-se fazer a bênção de Shehecheyánu.
Porém, na segunda noite é correto vestir uma roupa nova ou
colocar uma fruta nova na mesa.
Caso não tenha roupa nova ou fruta nova, fará assim mesmo
a bênção de Shehecheyánu122.
O Ben Ish Chay instituiu que sejam recitados alguns versículos
e pedidos antes do Kidush e recomenda-se fazê-lo123. Estes podem
ser encontrados nos machzorim sefaradim.
Nozes
11) Há os que não comem nozes no Rosh Hashaná, porque o
valor numérico da palavra זוגא – egoz (noz) é 17 = ט"ח que tem o
mesmo som de אטח – chet (pecado).
Outro motivo é que também causam irritação na garganta
e isso pode incomodar e impedir que o indivíduo faça uma tefilá
fluente e concentrada124.
Portanto, convém evitar todas as frutas secas e sementes
como amendoim, avelã, amêndoas, pistaches, semente de girassol,
sementes de abóbora, etc125.
Estudo de mishnayot
12) É recomendável estudar mishnayot de Rosh Hashaná
durante as duas refeições das noites de Rosh Hashaná. São quatro
capítulos – número análogo à quantidade de letras do Nome
Inefável de Hashem126.
Este estudo tem um efeito muito positivo para que a seriedade
de Rosh Hashaná se mantenha, uma vez que comparecem
muitas pessoas para o jantar e é inevitável que haja conversas
desnecessárias. Com o estudo das mishnayot evita-se esta situação.
Capítulo 7
Leis de Bircat Hamazon
Yaalê Veyavô no Bircat Hamazon
1) É necessário recitar no Bircat Hamazon de yom tov o trecho
“Yaalê Veyavô” antes da berachá de Bonê Yerushaláyim.
Se esquecer de recitar Yaalê Veyavô
2) Nas duas primeiras noites de Pêssach e Sucot (fora de Êrets
Yisrael observam-se dois dias de yom tov), tanto ashkenazim
quanto sefaradim que terminaram o Bircat Hamazon e perceberam
que não disseram Yaalê Veyavô, deverão recitar o Bircat Hamazon
novamente desde o início127.
3) Os sefaradim repetirão o Bircat Hamazon em caso de
esquecimento nas duas noites de Sucot somente se tiverem
comido pão na sucá128.
4) Nas outras refeições de yom tov os ashkenazim repetem
o Bircat Hamazon desde o início caso se esqueceram de recitar
Yaalê Veyavô 129; porém os sefaradim não refazem o Bircat Hamazon
nestes casos130. Mulheres que esquecerem de recitar Yaalê Veyavô
nas duas noites de Pêssach deverão recitar o Bircat Hamazon
novamente desde o início. Nos outros Yamim Tovim, até mesmo
em Sucot, não refazem131.
5) As regras que se seguem são válidas tanto para sefaradim
como ashkenazim:
a) Caso o indivíduo se lembrou que não disse Yaalê Veyavô
antes de pronunciar Hashem de Bonê Yerushaláyim, deve dizer
Yaalê Veyavô e continuar com Vetivnê (Uvnê) Yerushaláyim132.
b) Caso o indivíduo tenha se lembrado que não disse Yaalê
Veyavô após ter pronunciado o nome de Hashem, mas antes de
dizer Bonê, deverá então dizer “lamedêni chukêcha”, pois assim
estará completando um versículo do Tehilim (119:12): “Baruch Atá
Ad-nai lamedêni chukêcha”. Em seguida, deve recitar o Yaalê Veyavô
e seguir Vetivnê (Uvnê) Yerushalayim133.
c) Caso tenha acabado de concluir a bênção de Bonê
Yerushalayim (ainda antes de recitar o próximo nome de Hashem)
e tenha percebido que não disse Yaalê Veyavô, acrescentará uma
bênção especial com o seguinte texto134:
Em Rosh Hashaná: Baruch Atá Ad-nai El-hênu Mêlech Haolam
shenatan yamim tovim leamô Yisrael, et Yom Hazicaron hazê; Baruch
Atá Ad-nai mecadesh Yisrael veyom Hazicaron135. Há legisladores
que sustentam que em Rosh Hashaná esta bênção é mencionada
sem Shem Umalchut 136 (sem pronunciar “Atá Hashem Elokênu
Mêlech Haolam”), ou seja: Baruch shenatan yamim tovim... Baruch
mecadesh Yisrael veyom Hazicaron.
Em Sucot, Pêssach, Shavuot e Shemini Atsêret: Baruch Atá Ad-nai
El-hênu Mêlech Haolam asher natan yamim tovim Leyisrael lessasson
ulsimchá et yom (em Sucot: Chag Hassucot hazê) (em Pêssach:
Chag Hamatsot hazê) (em Shavuot: Chag Hashavuot hazê) (em
Shemini Atsêret: sefaradim: Shemini Chag Atsêret hazê, ashkenazim:
Shemini Atsêret hachag hazê). Baruch Atá Hashem mecadesh Yisrael
vehazemanim137.
Se coincidir com o Shabat e tiver esquecido também Retsê
Vehachalitsênu, deverá mencionar o Shabat no texto desta berachá,
conforme textos impressos nos sidurim.
d) Se a quarta bênção foi iniciada e o indivíduo se lembrou
que não falou Yaalê Veyavô e já recitou Baruch... Mêlech Haolam,
ele deve concluir dizendo: Asher natan yamim tovim...138.
e) Caso tenha se lembrado depois de já ter dito “Hael” de Hael
Avínu, deverá voltar ao início do Bircat Hamazon 139. Os sefaradim
deverão repetir o Bircat Hamazon somente nas duas primeiras
noites de Sucot e Pêssach. Os ashkenazim devem repetir em todas
as refeições de yom tov.
Neste caso (depois de Hael Avínu), com relação a Rosh Hasha-
ná, existem três opções diferentes. Para o Dêrech Hachayim140, se o
indivíduo esqueceu nas duas refeições, não deverá repetir. Para o
Shulchan Aruch Harav141, exceto Rosh Hashaná de dia não se deve
repetir. E para o Mishná Berurá142, não há diferença entre Rosh Hasha-
ná e os outros yamim tovim: deve-se repetir. Conforme mencionado
anteriormente, os sefaradim repetem o “Yaalê Veyavô” em caso de
esquecimento somente nas duas primeiras noites de Pêssach e de
Sucot.
f) A respeito de Chol Hamoed (os dias intermediários das festas
de Pêssach e Sucot) e Rosh Chôdesh, caso tenha terminado de
recitar o Bircat Hamazon sem dizer o trecho de Yaalê Veyavô, não
deverá repetir. Outros detalhes a respeito no livro “Vaani Tefilá”,
capítulo 8 item 5, e “Veten Berachá”, capítulo 22 itens 10 a 12.
Capítulo 8
Assêret Yemê Teshuvá
Pão
1) O ideal é comer sempre pães assados por judeus observantes.
Aqueles que comem pão assado por não judeus durante o
ano todo, devem se certificar, antes de consumi-lo, que este não
contém nenhum ingrediente proibido (não casher). Caso tenha
algum ingrediente não casher (ou é assado com outros alimentos
não casher no mesmo forno) o seu consumo é proibido em
qualquer circunstância.
Estes que costumam comer pão assado por não judeus
durante o ano todo – seguindo o esclarecido acima – durante
os dez dias, de Rosh Hashaná até Yom Kipur, deverão consumir
somente pão assado por judeus143.
Teshuvá
2) Todos devem realizar um exame de consciência durante os
dez dias de Rosh Hashaná a Yom Kipur e fazer teshuvá sobre todos
os atos, atitudes e comportamentos que não condizem com a Torá.
No livro Shalmê Moed (cap. 15), o Rav Shelomô Zalman
Auerbach ל"צז menciona, que ao fazermos teshuvá, devemos nos
privar de algum dos supérfluos que realmente gostamos – luxos
que estamos acostumados – porém não são nem salutares nem
fortalecedores. Portanto, devemos nos abster nestes dias de
guloseimas que não trazem benefício algum.
É necessário fazer teshuvá de maneira especial com relação a
“safek averá” (dúvida se o pecado foi cometido ou não). Neste caso, a
teshuvá tem de ser com maior intenção, porque nos arrependemos
mais facilmente quando temos certeza de que foi um pecado, do
que quando estamos em dúvida. Por este motivo, a Torá estipulou
que o Corban Asham Taluy (sacrifício trazido na época do Bêt Ha-
micdash sobre safek averá) fosse mais caro do que o Corban Chatat
(sacrifício sobre um pecado feito involuntariamente)144.
3) Nestes dias devemos estudar, nos livros que abordam sobre
a teshuvá, sua importância e como ela deve ser feita145.
4) O Rav Yonatan Eybeschütz זצ"ל escreveu, em seu livro Yaarot
Devash146, que os sete dias entre Rosh Hashaná e Yom Kipur estão
ligados com os sete dias da semana. Em cada um destes sete dias
devemos fazer teshuvá com relação ao respectivo dia de todas as
semanas do ano.
Capítulo 9
Leis Referentes ao Toque do SHOFAR
Ouvir o shofar é uma mitsvá da Torá
1) A principal mitsvá de Rosh Hashaná é a mitsvá da Torá de
ouvir o toque do shofar. As leis ligadas com o toque do shofar são
extensas e, neste resumo, trataremos principalmente das leis que
se referem ao público.
O tokêa
2) O tokêa ou báal tokêa (quem toca o shofar), deve ser uma
pessoa qualificada para fazer esta mitsvá e cumpridora de seus
deveres para com a Torá e as mitsvot, pois é de sua responsabilidade
ser o intermediário do público para o cumprimento desta importante
mitsvá da Torá. O tokêa deve se preparar adequadamente para
o exercício da mitsvá, estudando as leis do Shulchan Aruch e dos
Acharonim (legisladores) ligadas com a mesma e, de preferência,
aconselhar-se com um talmid chacham (estudioso da Torá) a respeito
das leis, para que possa fazer a mitsvá da melhor forma possível.
Comportamento do público durante o toque do shofar
3) Ao ouvir o toque do shofar, o público deve ter intenção de
cumprir a mitsvá. Da mesma forma, o tokêa deve ter a intenção
de ser o intermediário para o cumprimento da mitsvá de todos
76
ROSH HASHANÁ cap. 9
4 - 6
aqueles que estão ouvindo seu toque de shofar147.
4) O público deve ouvir as bênçãos que o tokêa recita –
“Baruch Atá Hashem Elokênu Mêlech Haolam Asher kideshanu
bemitsvotav vetsivanu lishmoa col shofar”, bem como a de
“Shehecheyánu” – e responder amen depois de cada berachá. Não
se deve responder Baruch Hu Uvaruch Shemô148. O shofar deve ficar
coberto até o término das duas berachot e o tokêa deve segurar o
shofar coberto na hora das bênçãos149.
5) Os sefaradim recitam a berachá de “Shehecheyánu” pelo
toque do shofar somente no primeiro dia de Rosh Hashaná150. Os
ashkenazim recitam esta berachá no primeiro e no segundo dia 151.
Caso o primeiro dia de Rosh Hashaná coincida com o Shabat,
certamente que os sefaradim recitarão a berachá de “Shehecheyánu”
somente no segundo dia – que coincidirá com o domingo – pois
não se toca shofar no Shabat152.
Referente ao “Shehecheyánu” que se faz no kidush da primeira
e da segunda noite, vide capítulo 6 item 10.
6) Aquele que estiver distante do tokêa e não conseguir ouvir
as bênçãos, ele mesmo deverá recitá-las153.
7) O tokêa e o público não devem falar entre os toques do
shofar; devem permanecer em silêncio até o término dos toques154.
Ouvir os toques de pé ou sentado
8) Os sefaradim ouvem sentados as berachot e os primeiros
trinta toques, denominados demeyoshev155. Os toques do Mussaf,
denominados demeômed, são de qualquer forma ouvidos de pé156.
Os ashkenazim, por sua vez, ouvem as berachot e todos os
toques, até mesmo os primeiros trinta toques, de pé157.
O tokêa, tanto para sefaradim quanto para ashkenazim, deverá
ficar de pé nas berachot e nas tekiot11. Não deve sequer encostar-se
em algo, que se retirado, o fará cair158.
Crianças
9) Temos de educar os menores de treze anos, que já entendem o
conceito da mitsvá, trazendo-os à sinagoga. Devem ficar perto do pai
para que este possa controlá-los. Porém, crianças pequenas, que não
entendem o conceito da mitsvá, não devem ser trazidas à sinagoga,
para que não atrapalhem o decurso das preces e das tekiot159.
Mulheres
10) Quando um báal tokêa tiver que tocar o shofar para uma
mulher ashkenaziyá, ela fará as duas berachot nos dois dias, caso
saiba recitá-las160. Se ela não souber recitá-las e o báal tokêa já tiver
cumprido a mitsvá, ele tocará para ela sem recitar as berachot161.
No caso de mulheres sefaradiyot, nem elas nem o báal tokea
farão as berachot162.
Nestes casos será suficiente que o báal tokêa toque para ela
trinta toques: três vezes tashrat, três vezes tashat, três vezes tarat163.
Homens que não ouviram os toques do shofar na Sinagoga
11) Caso um homem esteja doente ou por conta de algum
imprevisto não possa ir à sinagoga para ouvir os toques do shofar,
terá de cumprir a mitsvá em algum momento durante o período
diurno nos dois dias de Rosh Hashaná. Neste caso também será
suficiente que o báal tokêa – que vier a sua casa – toque para ele
trinta toques: três vezes tashrat, três vezes tashat, três vezes tarat17.
Se o doente souber fazer as berachot e o báal tokêa já cumpriu
a mitsvá, o doente as recitará. Caso o doente não saiba fazer as
berachot, o báal tokêa as fará164.
Para sefaradim, o báal tokêa recitará no primeiro dia as duas
berachot: “Lishmoa Col Shofar” e “Shehecheyánu”. No segundo dia,
somente a primeira berachá – “Lishmoa Col Shofar”165.
No caso dos ashkenazim, fará nos dois dias as duas berachot166.
Caso o doente esteja em condições, deverá ficar em pé para
ouvir as tekiot167.
Pacientes em UTI
12) Para pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva,
onde não seja possível tocar três vezes tashrat, três vezes tashat,
três vezes tarat, no total trinta toques – quantidade de toques pela
halachá que se costuma tocar para doentes ou para aqueles que
não puderam comparcer à sinagoga, (vide item 11 acima) – será
suficiente tocar três vezes tashrat168.
Caso o tokêa precise tocar o shofar para vários doentes
hospitalizados individualmente em quartos ou departamentos
diferentes, e perceber que lhe será difícil tocar 30 toques (três
vezes tashrat, três vezes tashat, três vezes tarat) para cada um, será
preferível que ele toque três vezes tashrat para cada doente, em
vez de tocar os 30 toques para cada um e, no final, ficar sem forças
para tocar para os outros.
Interrupções
13) Da mesma forma que não se pode conversar entre
os toques do shofar, até o final dos 100 toques, não se deve
recitar Tehilim ou completar partes da tefilá que não foram
ditas antes. Pode-se, entretanto, recitar a berachá de Asher
Yatsar (bênção que se recita após o uso do toalete) ou as
bênçãos sobre raios e trovões169.
14) Nossos sábios encontraram em um versículo da Torá
(Devarim 27:9) – “...Hasket ushmá Yisrael...”– Silencia e ouve,
Yisrael – uma alusão aos trechos das orações nos quais não
se deve conversar. Cada letra das duas primeiras palavras
refere-se a uma parte da reza170:
"לארשי עמשו תכסה"
Halel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .ללה
Sêfer Torá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .הרות רפס
Cohanim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . םינה כ
Tefilá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ה ליפת
Viduy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . יודיו
Shofar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . רפוש
Meguilá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . הליגמ
Ômer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . רמוע
15) Não se deve locomover com automóvel, mesmo que o
condutor não seja yehudi, para ouvir os toques do shofar171.
Capítulo 10
O Toque do SHOFAR Quando Rosh Hashaná
Cair no Shabat
Shofar no Shabat
1) Quando o primeiro dia de Rosh Hashaná cai no Shabat, não
se toca shofar – mesmo em lugares que há eruv – por receio que se
venha a transportá-lo em via pública, que é proibido no Shabat172.
A partir desta regra, devemos refletir o quanto é grave
transportar no Shabat, a ponto que foi abolida uma mitsvá tão
grande, para que não se venha a carregar no Shabat.
2) O shofar no Shabat é muktsê173 – não pode ser movido nem
mesmo em casa.
Shehecheyánu
3) Os sefaradim fazem a berachá de Shehecheyánu sobre o
toque do shofar, somente no primeiro dia de Rosh Hashaná. Os
ashkenazim fazem a bênção de Shehecheyánu nos dois dias174 de
Rosh Hashaná. Quando o primeiro dia de Rosh Hashaná coincide
com o Shabat, tanto ashkenazim quanto sefaradim devem fazer a
bênção de Shehecheyánu no segundo dia175.
ROSH HASHANÁ cap. 11
1
Capítulo 11
Toques do SHOFAR
Os cem toques
1) Em Rosh Hashaná toca-se um total de cem toques176.
a) Trinta toques denominados Miyoshev (derivado de leshev –
sentar) – porque o público pode permanecer sentado. E este é o
costume dos sefaradim. Entretanto, os ashkenazim têm o costume
de permanecer de pé, também nesta sequência de toques do
shofar. Estes toques são feitos antes da devolução do Sêfer Torá
ao Hechal177.
b) Trinta toques no decorrer da Amidá da oração de Mussaf178
denominados Tekiot Demeomed (Dim’umad) – de pé – pois todos
devem permanecer de pé. Estes trinta toques se encontram nos
seguintes lugares da Amidá de Mussaf:
Dez toques após a bênção de Mecadesh Yisrael Veyom
Hazicaron ת"רת ת"שת ת"רשת;
Dez toques após a bênção de Zocher Haberit ת"רת ת"שת ת"רשת;
Dez toques após a bênção de Shomêa Col Teruat Amô Yisrael
Hayom Berachamim
cap. 11
Há aqueles que não tocam o shofar nesta oportunidade, mas
sim após o Mussaf (antes de Alênu Leshabêach)179.
c) Trinta toques na Chazará de Mussaf (quando o chazan
repete toda a Amidá em voz alta), de pé, nos mesmos locais citados
no item “b”180.
d) Dez toques, no meio do Cadish Titcabal após a Chazará do
Mussaf181.
e) Os sefaradim costumam tocar uma Teruá Guedolá no fim
da tefilá182 e os ashkenazim costumam tocar uma Tekiá Guedolá
(uma Tekiá mais comprida do que as outras), na última sequência
de toques do shofar no encerramento das cem vozes183. Há ainda
aqueles que costumam fazer a Tekiá Guedolá no fim de cada sêder
(encerrando a sequência), ou seja: no final da primeira sequência
de trinta toques (Miyoshev – sentado); no final da sequência de
trinta toques da Amidá (Láchash – a oração em voz baixa); no
final da sequência de trinta toques da Chazarat Hashats (quando
o chazan repete a Amidá) e no final dos dez toques do Cadish
Titcabal.
Tekiá, Shevarim e Teruá
2) Os toques do shofar são três:
ROSH HASHANÁ cap. 11
3 - 4
a) Tekiá (ת) – um sopro comprido, corrido, sem interrupção184.
b) Shevarim (ש ) – três cochot (sopros) mais curtos do que a
Tekiá e mais compridos do que a Teruá185.
c) Teruá ( ר) – nove cochot (sopros) curtos e seguidos um ao
outro186.
3) O toque do shofar segue três séries187:
1a – “Tashrat” – Tekiá, Shevarim, Teruá, Tekiá – (ת"רשת).
2a – “Tashat” – Tekiá, Shevarim, Tekiá – (ת"שת).
3a – “Tarat” – Tekiá, Teruá, Tekiá – (ת"רת).
A ordem dos toques
4) a) Os toques denominados Miyoshev (explicados acima no
item 1a) seguem a seguinte ordem:
Três vezes a 1a série (ת"רשת): Tekiá, Shevarim, Teruá, Tekiá
(3 x 4 = 12 toques).
Três vezes a 2a série (ת"שת): Tekiá, Shevarim, Tekiá
(3 x 3 = 9 toques).
Três vezes a 3a série (ת"רת): Tekiá, Teruá, Tekiá
(3 x 3 = 9 toques).
(total = 30 toques)
b) Os toques denominados Tekiot Demeomed (explicados
acima no item 1b) seguem a seguinte ordem:
Uma vez a 1a série (ת"רשת): Tekiá, Shevarim, Teruá, Tekiá
(4 toques).
Uma vez a 2a série (ת"שת): Tekiá, Shevarim, Tekiá
(3 toques).
Uma vez a 3a série (ת"רת): Tekiá, Teruá, Tekiá
(3 toques).
(total = 10 toques)
Repete-se esta sequência de 10 toques (as três séries) três
vezes (nos lugares da Amidá descritos acima no item 1b).
(total = 3 x 10 = 30 toques)
c) Os toques da Chazará do Mussaf (também escutados em pé)
seguem a mesma ordem do item 1b.
(total = 30 toques)
86
ROSH HASHANÁ cap. 11
5
d) Os toques do Cadish Titcabal (item 1d) seguem a seguinte
ordem:
Uma vez a 1a série (ת"רשת): Tekiá, Shevarim, Teruá, Tekiá
(4 toques).
Uma vez a 2a série (ת"שת): Tekiá, Shevarim, Tekiá
(3 toques).
Uma vez a 3a série (ת"רת): Tekiá, Teruá, Tekiá
(3 toques).
(total = 10 toques)
(itens a+b+c+d = 100 toques)
Duração da Tekiá
5) A duração da Tekiá – tanto a primeira quanto a última da
série – deve ser um pouco maior do que o toque que estiver no
meio da série – o toque do meio pode ser: Shevarim (ש), Teruá (ר),
ou Shevarim-Teruá (רש).
Os Três Casos Possíveis de Tekiá188
:
a) Na série “Tashrat” (ת"רשת), vide acima item 3, a Tekiá deve
ser um pouco mais comprida que o Shevarim-Teruá; tanto a Tekiá
que os antecede como a que vem depois. Os Shevarim duram nove
tempos e a Teruá mais nove tempos, portanto, a Tekiá desta série
deverá durar mais que dezoito tempos – aproximadamente vinte
tempos – que calculado em segundos corresponde a 4 segundos189
.השעמל גהנתהל ךיא םוכיס ו"ט ק"ס םש ב"מו .םש תועדה יתש ,ג"ס צ"קת 'יס ע"וש 'ייע 188
ךרעל אוהש ב"כ הרעהב ףיסוהו ,ו"ס תועיקת יניד םידעומ תוכלה רוציק רפסב רכזנ הז ןמז
189
87
cap. 11
6
Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot
no mínimo. Não há limite superior para o tempo da Tekiá.
b) Na série “tashat” (ת"שת), a Tekiá deverá ser de acordo com
os Shevarim, tanto a Tekiá que antecede como a que vem depois
dos Shevarim. Os Shevarim duram pouco mais de nove tempos –
cada um três tempos. A Tekiá anterior e a posterior devem durar,
no mínimo, pouco mais de nove tempos190.
c) Na série “tarat” (ת"רת), a Tekiá deve ser de acordo com as
Teruot. Tanto a Tekiá que antecede como a que vem depois das
Teruot. As Teruot duram nove tempos, portanto a Tekiá anterior e a
posterior devem durar, no mínimo, nove tempos191.
Com um só fôlego
6) Conforme esclarecido no parágrafo 2, a Tekiá deve ser feita
sem interrupção. O mesmo se aplica aos Shevarim e às Teruot, que
devem ser sopradas com um só fôlego192.
Shevarim-Teruá
7) a) A respeito de Shevarim-Teruá (רש), o correto é tocá-los
com um só fôlego nos trinta primeiros toques (em Tekiot Miyoshev),
quando aparecem três vezes193. Não se interrompe nem tomando
fôlego, nem com o tempo que se leva para tomar fôlego. Logo
que terminar os Shevarim de forma completa (sem ligá-las com os
toques seguintes) fará as Teruot194.
b) Porém nos toques do Mussaf, fará Shevarim Teruá tomando
um fôlego no meio195. Isto significa que fará os Shevarim, tomará
um fôlego na prática196 (e não mais que um fôlego)197 e em seguida
fará as Teruot. Se “bediavad” (post-factum) fez os dois tomando um
só fôlego, cumpriu com a mitsvá198.
c) Nas kehilot que se toca tashrat, tashat, tarat (ת"שת ת"רשת
ת"רת) depois de Malchuyot, Zichronot e Shofarot, poderá inverter
esta recomendação: no Mussaf fazer Shevarim-Teruá sem tomar
fôlego no meio, e antes do Mussaf (nos toques Miyoshev) fazer
tomando fôlego199.
Som defeituoso
8) Quando acaba saindo um outro som do shofar que não é
aquele que deveria ter sido tocado naquele momento, há casos
nos quais será necessário recomeçar a série e há situações que não
será preciso200. No caso de um tokêa que não conhece exatamente
estas leis, deverá sempre recomeçar201.
9) Toda vez que for necessário recomeçar, o tokêa deverá tocar
de novo somente aquela série (tashrat, tashat ou tarat, e não a
linha inteira de toques). Se, por exemplo, tocou corretamente duas
vezes tashrat, ou duas vezes tashat, ou duas vezes tarat e errou a
terceira série, não é necessário tocar todas novamente; tocará de
novo somente aquela série na qual houve erro202.
O shofar
10) Há várias halachot (leis) para que o shofar esteja apto para
o toque. Quando o shofar estiver rachado ou se houver nele algum
defeito, deve-se consultar um rav203.
Capítulo 12
Leis Referentes a Ditar os Toques
e Outros Detalhes
Ditar os toques
1) Da mesma forma que o tokêa deve saber minuciosamente
as halachot ligadas com o toque do shofar, conforme citado no
capítulo 9 item 2, o macrê (quem dita os toques para o tokêa)
também deve estudar as leis dos toques204.
2) É costume ditar ao tokêa a ordem dos toques antes de cada
um: “Tekiá”, “Shevarim”, “Teruá”, “Tekiá”, e assim a cada vez, todas as
vezes205 .
3) Entre os sefaradim há quem sustente que se dita também
a primeira tekiá após as berachot206. E há quem sustente que a
primeira tekiá não deve ser ditada. Este inicia o toque por si só e
depois desta primeira tekiá é que o macrê começa a ditar207. Cada
comunidade fará de acordo com seu costume (min’hag).
Por outro lado, os ashkenazim costumam ditar inclusive a
primeira tekiá208.
Todas as vezes que ditar “Shevarim-Teruá”, ditará as duas de
uma só vez, mesmo quando o tokêa as faz tomando um fôlego
entre Shevarim e Teruá209 (vide cap. 11 item 7).
4) No Mussaf Beláchash (a Amidá do Mussaf que o público
reza em voz baixa), o tokêa toca sem que ninguém lhe dite, para
não interromper o Mussaf210. Porém, há opiniões que se pode ditar
inclusive no Mussaf211.
Os toques durante a Amidá
5) Durante o Mussaf (láchash) – nos lugares que se toca o
shofar após as bênçãos de Malchuyot, Zichronot e Shofarot – o
indivíduo que terminar uma destas bênçãos antes do chazan,
deverá aguardar em silêncio, após terminar de recitar a berachá,
até que o tokêa termine esta berachá também e faça os toques do
shofar212.
6) Se uma pessoa estiver ainda no meio de Malchuyot,
Zichronot ou Shofarot, ou seja, está atrasada em relação ao tokêa,
e o tokêa iniciar o toque do shofar, esta deverá ficar em silêncio
para ouvir os toques do shofar213. Depois deverá continuar a tefilá
a partir de onde estava antes de ouvir o shofar.
Outros detalhes
7) Depois que foram concluídos os toques de mitsvá, não se
deve mais tocar o shofar sem necessidade214.
8) Mesmo aquele que está encarregado de tocar o shofar no
segundo dia de Rosh Hashaná, não deverá tocar no primeiro dia
para treinar215.
9) Não se deve transportar o shofar em recinto público, a
não ser que se necessite dele para tocar para alguém que esteja
doente, ou para alguém que não ouviu ainda o toque do shofar216.
10) É correto que o tokêa coloque a embocadura do shofar no
lado direito de seus lábios e, se puder, deve virar para cima a parte
do shofar da qual sai o som217.
cap. 13
1 - 3
Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot
Capítulo 13
Alguns Detalhes Ligados às Orações
de Rosh Hashaná
1) É necessário preparar a tefilá antes de cada yom tov218,
para que se torne fluente nos lábios. Há quem sustente que,
como atualmente se reza com o sidur (machzor), isto não seja
necessário 219. Porém, deve-se procurar aprender o significado
das rezas antes do yom tov (principalmente as mais difíceis) para
entender seu sentido220 e poder rezar com cavaná, aplicando e
concentrando a mente, o pensamento, a atenção, o sentimento e
a emoção de modo intenso, profundo e exclusivo às preces.
2) Quando o primeiro dia de Rosh Hashaná coincidir com o
Shabat, deve-se tomar o devido cuidado para não esquecer de
citar o Shabat nas partes da tefilá em que este é mencionado 221
(constam nos machzorim entre parênteses ou em letra menor).
Subir para ler a Torá e para abrir o Hechal (Aron Hacôdesh)
3) É recomendável ser chamado (aliyá) para ler a Torá nos
Yamim Noraim e, se tiver condições, é preferível adquirir a aliyá,
ROSH HASHANÁ cap. 13
4 - 6
pois uma mitsvá adquirida tem valor maior222. É oportuno também
adquirir a abertura do Hechal nestes dias223.
4) O costume dos sefaradim, ao abrir o Hechal em Rosh Hasha-
ná que coincide com o Shabat, é começar com “Atá hor’eta ladáat”.
Se Rosh Hashaná coicidir com um dia de semana, os sefaradim
iniciam dois versículos depois – “Yehi Hashem Elokênu imánu”. Em
seguida se diz doze vezes o versículo “Leolam Hashem devarecha
nitsav Bashamáyim”; “Yehi Ratson”; três vezes os “Treze Atributos
de Misericórdia” (Shelosh Esrê Midot Harachamim)224; “Ribonô shel
Olam” (instituído pelo Ari z”l) e por último “Berich Shemêh Demarê
Alma”.
Hayom Harat Olam
5) Mesmo quando o primeiro dia de Rosh Hashaná coincidir
com o Shabat diz-se “Hayom Harat Olam”225; vide no Ben Ish Chay,
Parashat Nitsavim parágrafo 22 sobre a importância do trecho
“Hayom Harat Olam”.
6) É necessário dizer no Mussaf de Rosh Hashaná o termo “et
Musfê”226 mesmo quando não coincida com o Shabat, conforme
consta nos machzorim, e não confundir com “et Mussaf”.
Kidush de Shacharit
7) Em Rosh Hashaná, após o término da oração de Mussaf,
recita-se o Kidush antes da refeição, conforme é costume em todos
os shabatot e yamim tovim227 (vide capítulo 6, item 2).
96
ROSH HASHANÁ cap. 14
1 - 4
Capítulo 14
Sêder Tashlich
1) Depois da tefilá de Minchá do primeiro dia de Rosh Hashaná,
diz-se o Sêder Tashlich (texto impresso nos machzorim de Rosh Ha-
shaná) próximo a um rio ou fonte228 de água, quando for possível
chegar a pé (sem nenhum meio de transporte). De preferência, o
rio ou a fonte de água deve conter peixes vivos229.
No caso em que o primeiro dia de Rosh Hashaná coincidir com
o Shabat, vide capítulo 15, item 1.
2) Onde não houver rio ou fonte de água, dir-se-á o Sêder
Tashlich próximo a um poço de água230.
3) Quando disser o versículo “Vetashlich bimtsulot yam col
chatotam” – E lançarás nas profundezas do mar todos os seus
pecados – é costume sacudir as pontas da roupa (paletó) em
direção às águas231.
4) Quem teve um contratempo e não pôde fazer o Tashlich no
primeiro dia, deverá fazê-lo no segundo dia após o Mussaf232.
Se o Tashlich não foi feito em Rosh Hashaná, pode-se fazê-lo
durante Assêret Yemê Teshuvá (Os Dez Dias de Penitência)233.
Capítulo 15
Rosh Hashaná no Shabat
Tashlich
1) Nos lugares que se faz o Tashlich em recinto fechado, onde é
permitido transportar no Shabat, se o primeiro dia do Rosh Hasha-
ná cair no Shabat, deve-se fazer o Tashlich normalmente234.
Porém, se o Tashlich teria de ser feito em lugares onde não se
pode transportar no Shabat, será adiado para o segundo dia de
Rosh Hashaná para evitar o transporte dos machzorim no Shabat.
Entretanto, há comunidades que sempre fazem o Tashlich no
segundo dia de Rosh Hashaná quando o primeiro dia coincide
com o Shabat235.
Avínu Malkênu e Tsidcatechá
2) Se Rosh Hashaná coincidir com o Shabat, os sefaradim
costumam dizer a passagem Tsidcatechá, como em todo Sha-
bat, após a Amidá de Minchá236, mas dirão primeiramente Avínu
Malkênu e em seguida Tsidcatechá237. Vide capítulo 5, item 2.
3 - 4
Os ashkenazim não dizem nem Avínu Malkênu238 (vide capítulo
5 item 2) nem Tsidcatechá em Rosh Hashaná que cai no Shabat239.
Vatodiênu
3) Quando o primeiro dia de Rosh Hashaná cair no Sha-
bat, acrescenta-se o trecho de “Vatodiênu” na Amidá de Arvit do
segundo dia; que é o substituto de Atá Chonantánu (recitado
todo Motsaê Shabat)240. Se esquecer, não será necessário repetir a
Amidá241.
Mesmo que tenha dito somente as palavras “vatiten lánu
Hashem”, deverá seguir em frente e não voltar para Vatodiênu242.
Vela de Havdalá no yom tov que Cai Motsaê Shabat
4) Sempre que o yom tov coincidir com o Motsaê Shabat, a
berachá “Borê Meorê Haesh” será feita sobre as velas que foram
acesas em honra ao yom tov, não sendo necessário juntar outra
vela como se faz todo Motsaê Shabat243.
99
cap. 15
5 - 7
Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot
Kidush da segunda noite de Rosh Hashaná quando coincidir
com Motsaê Shabat
5) O Kidush segue a seguinte ordem quando o segundo dia de
Rosh Hashaná cair no domingo: “YaKN-HaZ” – ז"הנקי 244.
ןיי – י Yayin: Baruch... borê peri haguêfen (hagáfen).
שודק – ק Kidush: Baruch... mecadesh Yisrael veyom Hazicaron.
רנ– נ Ner: Baruch... borê meorê haêsh.
הלדבה – ה Havdalá: Baruch... hamavdil ben côdesh lecôdesh.
ןמז – ז Zeman: Baruch... shehecheyánu vekiyemánu
vehiguiyánu lazeman hazê (vide capítulo 6 item 10).
6) Quando o segundo dia de Rosh Hashaná ou qualquer outro
yom tov, (sendo primeiro ou segundo dia) coincidir com Motsaê
Shabat, deve-se esperar, no mínimo, 40 minutos após o pôr do Sol,
para começar a preparar a refeição da noite de yom tov que cai no
Motsaê Shabat.
As mulheres devem recitar “Baruch Hamavdil ben côdesh
lecôdesh” antes de iniciar os preparativos.
Os homens que não recitaram “Vatodiênu” – que é o trecho
que se diz na Amidá de yom tov que coincide com Motsaê Shabat, também deverão dizer “Baruch Hamavdil ben côdesh lecôdesh”.
Havdalá no Motsaê Rosh Hashaná
7) No fim do segundo dia de Rosh Hashaná faz-se a Havdalá
como no fim de cada yom tov, sem pronunciar as bênçãos de Borê
Minê Vessamim e Borê Meorê Haêsh – que são proferidas somente
no Motsaê Shabat245 (vide capítulo 27, itens 7 e 8).
Caso o segundo dia de Rosh Hashaná coincida com a sexta-
feira, Êrev Shabat, a Havdalá será feita após a saída do Shabat,
conforme todo Motsaê Shabat.
ROSH HASHANÁ
A Função do Shofar
“Im yitacá shofar beir veam lô yecherádu?!” (Amôs 3:6).
Se o shofar for tocado na cidade, as pessoas não estremecerão?!
A mitsvá mais importante relacionada com Rosh Hashaná é a de
ouvirmos o toque do shofar, conforme consta na Torá (Vayicrá 23:24):
“Bachôdesh hashevií beechad lachôdesh yihyê lachem shabaton zi-
chron teruá micrá côdesh” – No sétimo mês, o primeiro dia do mês será
para vós descanso solene, memorial de toque de shofar, convocação de
santidade.
O Rei David diz sobre o shofar (Tehilim 81:4-5): “Tik’u vachôdesh
shofar bakesse leyom chaguênu, ki choc Leyisrael hu, mishpat Lelokê
Yaacov” – Toquem o shofar no mês em que a Lua está coberta (Rosh
Hashaná cai no início do mês judaico de tishri, quando a Lua é nova e
está oculta) no dia do nosso chag, pois esta mitsvá é choc (mitsvá que
desconhecemos seu motivo) para o povo de Israel, porém é mishpat
(mitsvá cujo motivo é conhecido) para o D’us de Israel. Neste versículo,
a expressão “vachôdesh shofar” alude a “chidshu maassechem” – re-
novem suas atitudes.
O Rambam escreve, em Hilchot Teshuvá (cap. 3 par. 4), que a
mitsvá do toque do shofar é um decreto do Criador. Porém, ele diz
que esta mitsvá possui um indício: “Uru yeshenim mishenatchem ve-
nirdamim hakítsu mitardematchem vechipsu bemaassechem vechizru
bitshuvá vezichru Boraachem” – Acordai de vosso sono, vós que estais
dormindo, e despertai de vossa sonolência, vós que estais cochilando,
375
ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT
e buscai em vossos atos e fazei teshuvá e lembrai-vos do vosso Criador.
Diz o Rambam, que o versículo se refere aos que acabaram sendo ar-
rastados pelas futilidades da vida, esquecendo a tarefa principal pela
qual o ser humano foi enviado para o mundo, que é o cumprimento
das mitsvot e o estudo da Torá.
A mitsvá e o som do shofar, em sua essência, despertam cora-
ções para a teshuvá. Por isso, o Ben Ish Chay, em seu livro Adêret Eli-
yáhu, diz que combinando as letras da palavra shofar (shin, vav, pê e
resh), podemos obter quatro diferentes palavras, que aludem ao nos-
so comportamento nesta época do ano e às nossas decisões para o
ano que se inicia.
- Pirshu (de lifrosh, afastar-se) – afastar-se do pecado.
- Pareshu (de lefaresh, confessar) – confessar o pecado perante o
Criador por intermédio do Viduy.
- Pishru (de peshará, conciliação) – a teshuvá faz a conciliação en-
tre nós e o Criador.
- Shipru (de leshaper, melhorar) – o toque do shofar nos faz des-
pertar para melhorar nosso comportamento.
Em Rosh Hashaná, os toques do shofar estão distribuídos da se-
guinte forma:
Dezoito vezes tekiá no início, antes de devolver o Sefêr Torá ao Aron
Hacôdesh, dezoito vezes tekiá no Mussaf Beláchash e dezoito vezes tekiá
na Chazará do Mussaf, perfazendo um total de 54 toques (3 X 18 = 54).
Tocamos seis vezes shevarim no início, antes de devolver o Sêfer
Torá ao Aron Hacôdesh, seis vezes shevarim no Mussaf Beláchash e seis
vezes shevarim na Chazará do Mussaf, perfazendo um total de 18 to-
ques (3 X 6 = 18).
Tocamos seis vezes teruá no início, antes de devolver o Sêfer
Torá ao Aron Hacôdesh, seis vezes teruá no Mussaf Beláchash e seis
vezes teruá na Chazará do Mussaf, perfazendo um total de 18 toques
(3 X 6 = 18).
376
ROSH HASHANÁ
O versículo diz (Cohêlet 7:2): “...Vehachay yiten el libô” – ...E o vivo
dará a seu coração. Separando a palavra “hachay” (o vivo ) em duas
partes, obtemos: hê = 5 e chet + yud = 18, que se refere às cinco vezes
que tocamos dezoito toques. Portanto, ao ouvirmos o som do shofar,
devemos despertar nossos corações para a teshuvá. Assim estaremos
captando a verdadeira essência do toque do shofar.
Desta maneira, melhorando nossos atos e corrigindo nossos er-
ros, nós nos aproximamos do Criador e de suas mitsvot.
377
ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT
Conhecendo o Yêtser Hará
O homem foi criado com o bom e o mau instinto – o yêtser hatov
e o yêtser hará. O livre arbítrio de cada um garante a possibilidade de
seguir os conselhos do yêtser hatov (o bom instinto) e ignorar os do
yêtser hará (o mau instinto). Sem dúvida não é uma tarefa fácil, mas
é o que nos diferencia das outras criaturas e permite que nos eleve-
mos e sejamos merecedores das maravilhosas recompensas do Olam
Habá – o Mundo Vindouro.
Conhecendo os métodos de persuasão, argumentação e algu-
mas técnicas de desorientação utilizados pelo yêtser hará em seu tra-
balho, torna-se mais fácil escapar de suas artimanhas.
Vejamos uma breve abordagem a este respeito feita pelo livro
Chidushê Halev:
Do episódio da Akedat Yitschac (o Sacrifício de Yitschac), relata-
do pela Torá, aprendemos, por intermédio de Avraham Avínu alav
hashalom, duas lições neste sentido.
Quando Avraham Avínu se dirigia ao local onde sacrificaria Yits-
chac Avínu, conforme a ordem do Todo-Poderoso, o Satan (o anjo
mau) abordou-o com o seguinte argumento: “Se você fizer o sacri-
fício de Yitschac, posteriormente o Todo-Poderoso chama-lo-á de
shofêch damim – assassino.” Com isso, ele queria dizer que provavel-
mente D’us não ordenara a morte de Yitschac e que Avraham tinha
interpretado mal as palavras do Criador.
A resposta de Avraham a isso foi: “Al menat ken” – Mesmo as-
sim! – Ou seja: “Apesar disto, estou disposto a fazer o sacrifício.”
À primeira vista, este argumento não é lógico, pois Avraham ti-
nha certeza absoluta de que estava cumprindo uma ordem de D’us e
378
ROSH HASHANÁ
de que havia compreendido perfeitamente Suas palavras, conforme
consta na parashá lida em Rosh Hashaná (Bereshit 22:2): “Vayômer:
cach ná et binchá et yechidechá asher ahavta et Yitschac velêch lechá
el êrets Hamoriyá vehaalêhu sham leolá al achad heharim asher omar
elêcha” – E disse: Toma, rogo, teu filho, teu único, a quem amas, a Yits-
chac e vai-te para a terra de Moriyá e oferece-o ali como holocausto, so-
bre um dos montes que te direi. Por que, então, Avraham não replicou
que o argumento utilizado pelo Satan não tinha fundamento?
A resposta a isso é que Avraham não quis entrar em discussão
com o Satan. Ele achou melhor responder a ele que, apesar de que
poderia ter compreendido mal, estava disposto a continuar em
sua missão. Com isso, a discussão estava encerrada. Caso Avraham
retrucasse que o argumento não tinha fundamento, a discussão
continuaria. O Satan tentaria justificar sua afirmação, talvez dizendo
que Avraham já estava muito velho (ele tinha 90 anos) e poderia
ter-se equivocado, ou vir com outros argumentos. Assim, haveria a
possibilidade de o Satan envolver Avraham aos poucos com algum
tipo de raciocínio e esfriar o seu ânimo de cumprir a vontade de D’us.
Isso poderia até acarretar que Avraham desistisse de concretizar a
ordem do Todo-Poderoso, o que comprometeria o futuro de todo o
Povo de Israel!
Disto aprendemos que não se deve argumentar com o yêtser
hará. A melhor técnica é evitar a discussão. Se temos certeza que o
caminho é correto, não devemos retrucar nem mesmo a um argu-
mento obviamente equivocado, pois com isso nos dispomos a uma
discussão. Atrás deste virão outros argumentos, até que nos sensibi-
lizemos com algum. É comum, por exemplo, surgir o argumento de
que “você já faz muito, mesmo sem cumprir este mandamento” ou
“você não deve dar um passo tão grande em sua elevação espiritual
para não correr o risco de decair” ou “ainda não chegou o momento
desta conquista espiritual” e tantos outros.
379
ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT
Este mesmo raciocínio, de que devemos evitar o enfrentamento
com o yêtser hará, aprendemos de outro episódio descrito na Torá.
Quando Yossef Hatsadic servia na casa do Potifar, ministro do
Faraó, resistiu às provocações da mulher de Potifar que queria se-
duzi-lo. Certa vez, ela arrancou uma vestimenta de Yossef e, como
vingança pela recusa, utilizou-a para incriminá-lo. Disse que esta era
a prova de que ele tentou seduzi-la à força. Yossef tinha força sufi-
ciente e poderia ter recuperado a vestimenta para evitar a calúnia,
porém não o fez. Isto lhe custou caro, pois foi enviado para a prisão.
Conforme explica o Rabino Chayim Shmulevits zt”l, Yossef não quis
reaver sua vestimenta porque, talvez, nestes poucos momentos que
entrasse em discussão, pudesse acabar cedendo às provocações da
esposa de Potifar.
Portanto, jamais devemos nos expor a uma discussão com o yêt-
ser hará!
Depois que Avraham dispôs-se a cumprir a vontade de D’us e
foi informado de que tudo era apenas um teste, era necessário fa-
zer o sacrifício substituindo Yitschac Avínu por um carneiro. Hashem
enviou, então, um carneiro para este fim. Antes que o carneiro che-
gasse onde Avraham estava, o Satan interveio novamente e fez com
que ele ficasse preso num arbusto, conforme consta (Bereshit 22:13):
“Vayissá Avraham et enav vayar vehinê áyil achar neechaz bassevach
becarnav” – E levantou Avraham seus olhos e viu, e eis que um carneiro
estava embaraçado na brenha por seus chifres.
Qual era a verdadeira intenção do anjo mau ao fazer com que
o carneiro ficasse preso? Será que ele pensou que Avraham poderia
desistir de cumprir a mitsvá de sacrificar o carneiro somente por es-
tar preso num matagal? Com um pequeno esforço Avraham chegaria
até o carneiro e o soltaria. Além do mais, o Satan sabia que este car-
neiro havia sido criado durante os Seis Dias da Criação e aguardava
este momento especial da História.
380
ROSH HASHANÁ
Um importante conceito no cumprimento das mitsvot escon-
de-se neste episódio. A cavaná (intenção) é fundamental. Deve-se
cumprir os mandamentos Divinos no momento em que o propósi-
to é o mais nobre possível e os pensamentos puros. Assim, o verda-
deiro plano do anjo mau neste episódio era atrasar o desenrolar dos
acontecimentos, para tentar esfriar as nobres intenções de Avraham
Avínu. Assim, apesar de a mitsvá ser cumprida, ela não teria mais o
mesmo valor. Não obstante tudo isso, Avraham não se abalou com o
atraso e a mitsvá foi cumprida no mais alto nível espiritual.
Em outro fato relatado pela Torá, podemos observar este mes-
mo conceito de cumprir a vontade do Criador sem delonga, para não
decair o nível da cavaná:
Três anos após Akedat Yitschac, Avraham Avínu envia seu ser-
vente, Eliêzer, para trazer uma moça para se casar com Yitschac. Para
saber qual deveria ser a moça indicada, Avraham transmite a Eliêzer
alguns sinais que deveriam ser verificados. Quando Eliêzer encon-
trou-se com Rivcá, filha de Betuel e observou que todos os sinais re-
comendados por Avraham efetivaram-se, mesmo sem saber quem
era ela, Eliêzer deu-lhe um aro e duas pulseiras de ouro como presen-
te, conforme consta (Bereshit 24:22-23): “Vayicach haish nêzem zah-
av beca mishcalô ushnê tsemidim al yadeha assará zahav mishcalam.
Vayômer bat mi at” – E tomou o homem um aro de ouro, de meio siclo de
peso e duas pulseiras para as mãos dela, do peso de dez siclos de ouro. E
disse: Filha de quem és? Diz o Rashi que, com estas joias, Eliêzer, discí-
pulo e servente de Avraham, quis fazer alusão à futura descendência
desta jovem, o Povo de Israel. O peso do aro de ouro, meio siclo, era
um rêmez (dica, referência) à mitsvá de machatsit hashêkel – o meio
siclo de prata doado pelos homens do povo na época do Bêt Hamic-
dash a cada ano. As duas pulseiras eram em referência às duas Tábuas
da Lei e o peso das pulseiras, dez siclos de ouro, era uma referência
aos Dez Mandamentos.
381
ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT
Eliêzer tinha uma enorme fé no Todo-Poderoso e bastou cumpri-
rem-se os sinais predeterminados, para que ele tivesse a certeza de
que aquela era a moça indicada para casar-se com Yitschac. Por isso,
primeiramente entregou as joias a ela, como demonstração de sua
intenção em efetivar um compromisso e somente depois perguntou
quem eram seus pais. No entanto, quando foi conversar com os pais
dela e relatou todo o sucedido durante sua missão, Eliêzer inverteu a
ordem dos acontecimentos. Disse que perguntou quem era seu pai
e depois deu-lhe os presentes (24:47). Ele sabia que o nível espiritual
do pai e do irmão de Rivcá – Betuel e Lavan – era muito baixo. Eles
não possuíam emuná – fé – em D’us e não entenderiam como ele
pôde dar presentes tão valiosos a uma “desconhecida”. Assim, Eliêzer
teve de dizer que só deu os presentes, após saber que a moça era de
“boa família”.
Sobre isso, o “Gur Ariyê” indaga: Por que Eliêzer não perguntou
logo de início, antes de dar os presentes, quem eram os pais de Riv-
cá? Mesmo tendo plena confiança em D’us e tendo notado os sinais
de que ela era a pessoa indicada, qual seria o problema em fazer esta
pequena pergunta? Qual o motivo de tanta pressa?
A explicação para isso vem em função do conceito de concreti-
zar as mitsvot com a melhor intenção possível, em alto nível espiri-
tual. Como vimos, a intenção de Eliêzer era a mais nobre, fazendo alu-
sões, inclusive, ao futuro de Am Yisrael. Uma vez que já tinha certeza
do que deveria fazer, não cabiam mais delongas. Mesmo os poucos
segundos, consequência de mais uma pergunta, poderiam alterar
o nível de suas intenções. Preferiu, então, primeiramente concluir a
mitsvá e depois perguntar sobre sua família.
Disso aprendemos uma importante e bela lição do judaísmo: no
trajeto de elevação espiritual, procurando cumprir os mandamentos
do Criador, mesmo depois de já se estar cumprindo alguma mitsvá,
ainda é possível aperfeiçoar a forma de servir ao Criador. Isto aconte-
382
ROSH HASHANÁ
ce através das cavanot (intenções) durante o cumprimento das mits-
vot. Os homens não se parecem com robôs e apenas o cumprimento
prático das ordens de D’us não é o ápice do que se espera. Quanto
mais nobres as intenções, maior o mérito e a satisfação obtidos. A
fase de aperfeiçoamento interior das intenções de nossos atos, bus-
cando níveis cada vez mais elevados, é a mais bela e gratificante.
383
ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT
A Submissão em Rosh Hashaná
“Todo Ano que é Pobre em seu Início, Enriquece em seu Final”
Consta em Massêchet Rosh Hashaná (16b): “Disse Rabi Yitschac:
Todo o ano que é pobre em seu início, enriquece em seu final”. Expli-
ca o Rashi que isto se refere a quando o Povo de Israel se considera
necessitado em Rosh Hashaná; então, suplica e ora, conforme está
escrito: “súplicas dirá o necessitado”.
Rabi Yitschac explica que, o modo de se dirigir a D’us no começo
do ano, influencia o veredicto que é então dado sobre todo o ano.
Se o indivíduo se considera pobre e necessitado, sem possuir nada,
receberá uma fartura de bênçãos Divinas na continuação deste pe-
ríodo.
Sendo assim, é importante entender o que deve ser especial e
diferente no modo de nos dirigirmos a D’us em Rosh Hashaná, uma
vez que durante o ano inteiro rezamos e suplicamos, com todo o co-
ração!
É obrigatório dizer, que nossos sábios não se referem apenas ao
modo exterior e a que palavras usamos. Eles vêm dizer que, então,
cada um deve sentir, no âmago de seu coração, que não possui nada,
que é pobre e necessitado e que toda a sua salvação depende inte-
gralmente da Bondade Divina e de Seu salvamento.
Um dos trechos das selichot é: “como pobres e necessitados ba-
temos à Sua porta” (kedalim uchrashim dafaknu delatêcha). Devemos
sentir isso também no fundo do coração, pois sem isso é possível ex-
trair de nossas bocas diversas súplicas e estarmos repletos de orgu-
lho por dentro.
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ROSH HASHANÁ
É muito difícil escapar do orgulho, não sendo raro alguém fa-
lar que só D’us pode salvar e, no mesmo instante, pensar no próprio
orgulho. Em Rosh Hashaná há um dever especial de se afastar disso,
sentindo a própria pobreza e falta de poderes. Por mérito disso, o
ano fica rico no final, com D’us escutando as preces, recebendo-as e
enviando Sua bênção dos Céus.
É trazido em Massêchet Rosh Hashaná (26) que, no começo do
ano, costuma-se tocar em um shofar curvo. A Guemará explica que
“em Rosh Hashaná, quanto mais a pessoa encurva (subjuga) suas
ideias, melhor”.
Este é o modo correto de entender Rosh Hashaná. Cada um deve
sentir que não possui nada e que o que D’us lhe conferiu no ano pas-
sado já não é relevante para o futuro. É necessário se curvar perante
o Eterno, o que é indicado pelo shofar curvo.
O Orgulho Atrapalha o Serviço Divino
No Lêcach Tov, sobre os Yamim Noraim (página 267) são trazidas
as palavras do livro Mipcudecha Etbonan, segundo o qual os prin-
cipais fatores que impedem as pessoas de chegarem a níveis espi-
rituais elevados, que poderiam alcançar, são as más qualidades de
caráter (midot), que se encontram no coração. Destas, a principal é o
orgulho.
Uma reflexão sobre o assunto ensina uma lição profunda sobre
os poderes alma. É compreensível, à primeira vista, que uma pessoa
possa se orgulhar em relação à outra, mas não que o faça quanto a
D’us, pois em relação a quê poderá se sentir superior a seu Criador,
Que tudo pode fazer?
No entanto, encontra-se que há aqueles que são orgulhosos
mesmo em relação a D’us, o que atrapalha muito para rezar como se
deve, dirigir-se ao Eterno apropriadamente, etc.
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ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT
Assim consta no midrash em Bereshit Rabá (19):
“Quatro são os que D’us conferiu e descobriu serem como um
jarro repleto de dejetos”. Um deles é Chizkiyáhu, rei de Yehudá, que
se enalteceu perante D’us.
É impossível chegar a compreender o elevadíssimo nível de Chi-
zkiyáhu, que era um justo extremamente elevado. Em seu reinado
não havia ninguém do povo que não conhecesse até mesmo as par-
tes mais difíceis da Torá. Ainda assim, aprende-se das palavras deste
midrash que, mesmo com relação a ele houve um certo tipo de críti-
ca, que proveio do fato de ter ele se orgulhado perante D’us.
O coração do ser humano é capaz de ser teimoso e falso, sen-
tindo-se mais elevado até que o Próprio Criador. Rosh Hashaná é a
época apropriada para purificá-lo, sentir-se efetivamente pobre e ne-
cessitado e reconhecer o fato de se encontrar perante o Rei dos reis;
o Único Que merece a Honra.
Bondade e Misericórdia
Sobre o trecho trazido no início deste ensaio, que “todo o ano
que é pobre em seu início, enriquece em seu final”, explica o Tossafot
que uma vez que o Povo de Israel é pobre, seu coração fica alquebra-
do e apiedam-se dele, nos Céus, conforme está escrito: “a oferenda
do Eterno é o espírito alquebrado”.
D’us é Misericordioso, não havendo limites para Sua Bondade.
Para que esta seja posta em prática, no entanto, é necessário que o
indivíduo constitua um utensílio apropriado para recebê-la.
Aquele que possui um coração alquebrado tem o interior igual
ao exterior, realmente não possuindo nada. Assim, ele torna-se apto
a receber a bênção Divina, que lhe é concedida em forma de riqueza
e alívio durante o ano inteiro.
Escreve o Rav Chayim Friedländer zt”l, em uma carta: “em Rosh
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ROSH HASHANÁ
Hashaná é decretado ao indivíduo, cada dia e dia do próximo ano, o
que ele terá, quanto será capaz de usufruir do que possui e até quan-
to isso lhe adiantará”.
“Uma vez que é assim, o indivíduo deve receber novamente
tudo, estando agora perante o Trono do Julgamento como um pobre
e necessitado, que não possui nada e que depende totalmente da
Misericórdia Divina – tanto ele quanto todos os seus dependentes”.
Aquele que sente que não possui nada e que seu destino, assim
como o de sua família, será selado no começo do ano, certamente se
sentirá submisso. Esta reflexão é capaz de levar a uma grande sub-
missão, que contém em si a chance de obter sucesso no julgamento
de Rosh Hashaná.
A Submissão Total
Escreve o Rabênu Yoná, no Shaarê Teshuvá (sháar 1, 23):
“O sétimo fundamento (da teshuvá) é a submissão com todo o
coração e o rebaixamento. Isto porque quem conhece seu Criador
sabe o quanto aquele que transgride Suas palavras é baixo, despre-
zível e sem valor.
“Assim também o Rei David, ao confessar seu pecado quando
veio Natan, o profeta, disse, no fim de suas palavras: ‘a oferenda de
D’us é o coração alquebrado; um coração quebrado e submisso o
Eterno não desprezará’ (Tehilim 51:19). Um espírito alquebrado, um
espírito submisso”.
“Aprendemos disso que a submissão faz parte dos fundamentos
da teshuvá, pois este capítulo do Tehilim (51) é uma base ética para os
fundamentos da teshuvá. Com a submissão, o indivíduo se reconcilia
com D’us, conforme está escrito: ‘A este olharei, ao pobre e de espíri-
to alquebrado...’ (Yesha’yáhu 66:2)”.
Considerando que a submissão é um dos grandes fundamentos
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da teshuvá, que ela aproxima o indivíduo de seu Criador e o auxilia
a receber Sua bondade, é importante aumentar a reflexão sobre a
Grandeza de D’us e a insignificância do ser humano, no início do ano.
Da mesma forma, deve-se meditar sobre o selamento do destino em
Rosh Hashaná e a possibilidade de ser inscrito no Livro da Vida, por
mérito da submissão.
Deste modo, será possível que cada um cumpra sua função e
chegue ao que prometeram nossos sábios: “Todo o ano que é pobre
em seu início, enriquece em seu final”.
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ROSH HASHANÁ
Rosh Hashaná que Coincide com o Shabat
O Cumprimento das Mitsvot na Prática e no Pensamento
Diz a Mishná, em Massêchet Rosh Hashaná (29): “Quando o pri-
meiro dia de Rosh Hashaná coincidia com o Shabat, no Bêt Hamicdash
(Templo) se tocava, mas não no resto da Mediná (País)”.
Nossos sábios decretaram que não se tocasse o shofar em Rosh
Hashaná quando este coincidisse com o Shabat, por receio que se
venha a transportá-lo em via pública (que é proibido no Shabat) mas
não incluíram nisto o Templo Sagrado. No Netivot Shalom é trazida
uma maravilhosa ideia do Bêt Avraham, baseada nesta mishná.
Como é conhecido, em cada preceito há duas partes: a da execu-
ção e a do pensamento. A primeira inclui o próprio ato e tudo o que
é necessário para se cumprir a obrigação. A segunda inclui a prepara-
ção intelectual e as intenções que se deve possuir, no pensamento e
no coração, ao se cumprir o preceito.
A parte da execução é denominada “Mediná” (País), que é o lu-
gar onde se dá a ação, enquanto a do pensamento é chamada de
“Micdash” (Templo). Esta é mais interior e recôndita, sendo também
considerada mais elevada e sagrada, a ponto de receber este nome
especial.
“Quando o primeiro dia de Rosh Hashaná coincidia com o Sha-
bat, no Bêt Hamicdash (Templo) se tocava, mas não no resto da Medi-
ná (País)”. No Shabat, não existe o aspecto do cumprimento prático
da mitsvá, chamado de “País”, mas no “Templo” se tocava.
A parte do pensamento ligada ao cérebro – que é o “Templo”
– existe também no Shabat. Todos as ideias e os assuntos internos
ligados ao toque do shofar continuam no Shabat e não são anula-
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ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT
dos, de modo algum. O decreto de nossos sábios diz respeito ao ato,
enquanto a santidade da mitsvá e suas intenções continuam válidas.
O Grau Mais Elevado no Cumprimento do Toque do Shofar
Além disso, isto demonstra que, no Shabat, a mitsvá é cumprida
em seu mais alto nível. A santidade do Shabat se mescla à santida-
de das intenções e ideias do shofar e eleva seu nível à qualidade de
“Templo”.
Isto é indicado também nas primeiras letras do versículo “Tic’u
vachôdesh shofar, bakêsse leyom chaguênu” (Toquem no mês shofar,
quando se encobre o dia de nossa festa), que formam a palavra “Be-
shabat” (no Shabat). Ou seja, neste dia se cumprem todos os assuntos
especiais e as intenções sagradas deste preceito.
No Chovôt Halvavôt (sháar cheshbon hanêfesh, capítulo 21, ofen
21) está escrito que somente por meio da ação o indivíduo se aparta
de seus desejos e obriga sua natureza a mudar positivamente. Uma
vez que nossos sábios proibiram o toque do shofar no Shabat, a mits-
vá só é cumprida passivamente, com o pensamento. Nos outros dias,
entretanto, ela só se completa com a junção dos atos e das intenções
a ela relacionados.
No entanto, no Talmud Yerushalmi (Massêchet Rosh Hashaná,
capítulo 4, halachá 1) aprende-se isto do fato de a Torá trazer dois
versículos sobre Rosh Hashaná. Em um deles está escrito “um dia de
toque” e no outro consta “uma lembrança do toque”.
No Yerushalmi é explicado que o primeiro versículo trata de
quando a festa cai nos outros dias da semana e se toca efetivamente,
enquanto o segundo fala sobre o Rosh Hashaná que cai no Shabat,
quando apenas se lembra do shofar nas orações especiais do dia,
sem que seu som seja efetivamente ouvido.
À primeira vista, isto é difícil de entender. Ao se analisar o texto
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ROSH HASHANÁ
da Torá, percebe-se que na porção que trata das próprias festivida-
des, em Parashat Emor, aparece apenas a “lembrança do toque”. Em
compensação, o “dia do toque” aparece somente na porção que trata
das oferendas das festividades, em Parashat Pinechás, não no princi-
pal trecho sobre a própria festividade!
É possível compreender isto com base no que foi dito anterior-
mente. A “lembrança do toque” no Shabat não é uma simples lem-
brança e sim, parte integrante do cumprimento da mitsvá mediante
o pensamento, aprofundamento e intenção. Assim, isto pode ser tra-
zido no trecho que trata da própria festividade.
Além disso, foi explicado que o modo de cumprir este preceito
no Shabat é ainda mais elevado que nos outros dias da semana, sen-
do chamado de “Templo”, quando comparado ao “País”. Deste modo,
ele constitui a principal parte da mitsvá e convém que seja trazido no
trecho mais importante.
Com base nisto, é possível entender que a “lembrança do toque”
não vem apenas recordar algo externo e que é executado em ou-
tros dias, durante as orações. A lembrança é intrínseca ao próprio dia,
incluindo intenções e diversos assuntos elevados e profundos, com
os quais cada um se ocupa em pensamento e fala, trazendo a si um
espírito de santidade.
De acordo com o Talmud Bavli, a Torá ordena que o shofar seja
tocado mesmo durante o Shabat, sendo que nossos sábios o proibi-
ram. O próprio cumprimento desta ordem preenche a Vontade Divi-
na, uma vez que a autoridade deles provém do que está escrito na
Torá: “Não se desvie do que lhe falarem, nem para a direita e nem para
a esquerda” (Devarim 17:11). Conforme explica o Sêfer Hachinuch: “que
os escutemos e estejamos todos aos cuidados de suas boas mãos”.
Deste modo, ao se escutar sua voz, é considerado como se todos
os preceitos fossem integralmente guardados e a Vontade de D’us é
cumprida.