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Pessach
Pessach

Páscoa Judaica

Para os judeus, o Pessach é a Festa da Liberdade, pois comemora a saída do Egito, local onde habitaram por mais de 400 anos, sendo um período como escravos.

A travessia dos judeus pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida simbolizou a passagem da escravidão para liberdade.

Desde então, os judeus reúnem-se todos os anos, para celebrar a Páscoa com elementos que relembrem a sua história e os fatos que culminaram na saída do Egito.

Significado e história da páscoa dos judeus

A origem da palavra Páscoa vem do termo hebreu Pessach, que significa passagem ou travessia. Trata-se de uma das importantes festas do calendário judaico, a festa da peregrinação, que está relacionada com a passagem da escravidão para liberdade.

Moisés, hebreu que foi adotado pela filha do faraó, recebeu instruções do Deus para libertar o seu povo do Egito quando tinha 80 anos.

Diante da recusa do líder egípcio, Moisés começou a apresentar sinais enviados por Deus, que demonstravam a sua ira. Foram elas: sangue, rãs, insetos, piolhos, morte do gado, úlceras, granizo, gafanhotos, trevas e a morte dos primogênitos egípcios.

Com a última praga, o faraó perdeu seu primeiro filho e, assim, assustado com tudo o que aconteceu, permitiu a saída dos hebreus de suas terras, iniciando o êxodo do povo.

Por isso, até hoje o fato é celebrado como um memorial perpétuo da opressão vivida pelos antepassados e como a liberdade chegou para eles.

Saiba mais sobre as Dez Pragas do Egito.

Data de comemoração da Páscoa Judaica

Segundo as Sagradas Escrituras do Judaísmo, a Torá, a Páscoa deve ser celebrada no décimo quarto dia do primeiro mês, chamado de Abib ou Nissan, e, por isso, o calendário judaico foi ajustado para que a festividade ocorra sempre no início da primavera.

A festividade inicia quando a primavera chega à Israel, que como está localizada no Hemisfério Norte, trata-se do Equinócio de Primavera. Para quem está no Hemisfério Sul, a Páscoa é comemorada no início do Equinócio de Outono.

Veja também: Judaísmo

Início da comemoração da Páscoa pelos judeus

Na primeira Páscoa, na noite anterior à saída do Egito, os hebreus escolheram um cordeiro, representando o cordeiro pascal, que foi assado e servido como alimento para família, juntamente com pão ázimo (sem fermento) e ervas amargas.

O sangue do animal foi utilizado para marcar as laterais das casas, para que o anjo da morte não levasse seus primogênitos durante a última praga do Egito. Por isso, o Pessach também significa "passar por cima".

A páscoa é uma reunião familiar e, durante esse período, os pais aproveitam para ensinar aos filhos sobre sua história e sobre o seu Deus.

Com o passar do tempo, a Páscoa, juntamente com Pentecostes e Tendas, tornaram-se as importantes festas dos judeus, que os levavam a ir até Jerusalém três vezes por ano.

Veja também: Origem da Páscoa

Comemoração atual da Páscoa

Atualmente, a celebração segue um ritual, cujos passos são: busca do Chametz, jejum dos primogênitos, acendimento de velas, Seder e leitura do Pessach.

Busca do Chametz

Os grãos fermentados (chamêts) são totalmente abolidos da Páscoa Judaica, uma vistoria pela casa é realizada para retirar migalhas e qualquer produto que tenha em sua composição alguns dos cinco cereais: trigo, cevada, centeio, aveia e trigo sarraceno.

 
Leis sobre a verificação do chametz
Na noite anterior a Pessach, devemos verificar e buscar o
chametz. Esta busca e verificação deve ser feita imediatamente
no início da noite. E é proibido começar a comer ou a fazer
qualquer trabalho meia hora antes da noite.
Esta verificação é feita com vela ou qualquer tipo de iluminação
que possa alcançar os lugares mais estreitos a serem verificados.
Portanto, caso faça a verificação com vela, que seja com vela de
um único pavio, e não com vela de vários pavios. Do mesmo
modo pode verificar com lanterna, desde que esta penetre em
todos os lugares.
A verificação deve ser feita em todos os quartos nos quais haja
possibilidade que entrou lá com chametz, quanto os lugares que
entrou com menos frequência. Um bom conselho é que antes
desta verificação, que a casa seja bem lavada e limpa, para
facilitar na verificação.
A verificação deve ser feita também em todas as rachaduras e
fissuras nas paredes, também nas roupas das crianças e em
qualquer roupa que possa ter colocado chametz nela. Um bom
conselho neste aspecto, é lavar todas as roupas que possa ter
colocado nelas chametz, pois deste modo, este será extraído de
lá, ou será invalidado pelos materiais da máquina de lavar.
Os quartos com chametz vendidos ao gentio, caso não sejam
vendidos até antes do momento que inicia a obrigação de
verificar o chametz, devem ser verificados. Caso a venda
aconteça antes de tal momento, não há obrigação de que o
chametz seja verificado.
Antes de iniciar a verificação, deve ser recitada a berachá "...al
biur chametz-... sobre o extermínio do chametz". Mesmo que
neste momento o chametz não seja exterminado, de qualquer


modo, imediatamente após a verificação anulará o chamets
existente que não sabe seu lugar exato.
Não se deve interromper com qualquer conversa entre a berachá
e o início da verificação.
Durante toda a verificação é aconselhável também que não
interrompa com nenhum tipo de conversa, a não ser que seja
relacionada à própria verificação.
É permitido verificar várias casas apoiando-se somente em uma
única berachá.
Mesmo que não encontre nenhum chametz, a berachá não é
considerada em vão. Pois na berachá dizemos "... sobre o
extermínio do chametz" ou seja, caso seja encontrado, o chametz
será exterminado, pois não há nenhuma obrigação de encontrar
chametz.
De qualquer modo, há o costume de deixar dez pedacinhos de
chametz (obviamente embrulhados para que não se transformem
em farelos).
O chametz que é deixado para ser consumido no dia seguinte, ou
para que seja queimado, deve ser bem guardado para que não se
espalhe e com isto a pessoa deverá verificar outra vez.
Após a verificação, deve-se anular o chametz imediatamente. A
principal anulação é no coração, que a pessoa decide que ele não
considera o chametz como algo apropriado para comer. De
qualquer modo, chachamim obrigaram a fazer também a
verificação (e posteriormente a queima), para que a pessoa não
encontre chametz durante Pessach e queira comê-lo.
No momento da anulação, deve ser dita a frase "kol chamira..."
como consta na hagadá.
Esta frase deve ser dita num idioma que as pessoas entendam.


"todo fermento e comida fermentada que esteja em minha posse
que não o vi e que não o anulei e que não tenho conhecimento
de sua existência, considero-o anulado e que seja hefker (algo
abandonado sem nenhum proprietário),como o pó da terra".
A pessoa que viaja antes de Pessach (e que não estará nela
durante todo o Pessach):
Caso viaje antes de chegar o momento da obrigação de verificar
o chametz- pode vender toda sua casa, sem que verifique-a. De
qualquer modo, deve ser feita a verificação do chametz sem
recitar a berachá adequada (principalmente quando estará em
casa durante o Pessach, mesmo que no momento da verificação
não estará). Porém a anulação do chametz deve ser feita, em
qualquer lugar que esteja.
Caso viaje após o início da obrigação de verificar o chametz-
deve nomear uma pessoa que verifique e anule seu chametz, e
que no momento da anulação deve dizer que anula em nome de
seu emissário.
Caso encontre chametz em Pessach:
Yom Tov ou Shabat Chol Hamoed- o chametz é considerado
muktsê. Portanto deve pôr sobre ele um utensílio que o cubra até
o final deste dia, e depois deve queimá-lo.
Chol Hamoed- que queime-o imediatamente. Caso o chametz
encontrado tenha kazait (27g) ou mais, deve recitar a berachá "
...al biur chametz-...sobre o extermínio do chametz". Caso
encontre menos, não recita a berachá. Em relação a berachá a
mesma lei é válida no final de Shabat ou de Yom Tov.
Último dia de Pessach- mesmo que tenha encontrado cazait ou
mais, ao queimar após o término deste dia, não recita a berachá
citada acima.
Leis sobre a queima do chametz


Na manhã do dia 14 de Nissan, é permitido comer chametz até o
final da quarta hora temporária (O dia é dividido em 12 partes
iguais, desde o nascer do sol até o pôr do sol).
Cada parte é considerada uma hora relativa. No inverno cada
hora relativa é menor do que no verão. Cada pessoa deve
averiguar o horário exato em seu lugar de moradia).
Deve-se limpar bem a boca e os dentes antes do final do tempo
no qual é permitido comer o chametz.
Nesta manhã, devemos queimar o chametz que sobrou. O horário
para queimar, é até o final da quinta hora temporária (Cada
pessoa deve averiguar o horário exato em seu lugar de moradia).
Após que o chametz foi queimado, devemos recitar o texto "kol
chamira" como consta na hagadá ou nos sidurim ou nos
machzorim de Pessach. Este texto deve ser entendido por quem
o recita, pois com ele, anulamos totalmente o chametz de nossa
propriedade.
"todo fermento e comida fermentada que esteja em minha posse
que o vi e que não o vi, que anulei e o que não anulei, que tenho
conhecimento e o que não tenho conhecimento de sua existência,
considero-o anulado e que seja hefker (algo abandonado sem
nenhum proprietário),como o pó da terra".
Para que a mitzvá da queima se realize no chametz, é adequado
não derramar sobre ele nenhum produto que inutilize-o antes que
esteja totalmente queimado.
Deve tentar não deixar chametz nas latas de lixo (mesmo as latas
de lixo da casa que ficam fora) após a queima do chametz. Se o
chametz for encontrado no lixo, ele deve ser queimado, ou
inutilizado de qualquer modo que seja. Segundo as
determinações da halachá, o chametz deve estar inadequado ao
uso de um cachorro, para que a pessoa não transgrida o preceito
de não possuí-lo.


Após o final da quinta hora temporária, é proibido de ter proveito
do chametz. Portanto, a partir desta hora, é proibido vender ao
gentio, dar de comer ao animal. É necessário queimar o chametz
até esta hora.
Leis sobre a venda do chametz
A pessoa que possui chametz em sua propriedade em Pessach, a
cada momento transgride a proibição de "bal ieraê ubal imatsê-
que não seja visto e não se encontre (em sua posse)". É proibido
consumir e é proibido ter proveito deste chametz. Esta proibição
é para sempre. Portanto, a pessoa que possui uma grande
quantidade de chametz, deve ser vendido a um gentio antes de
Pessach, no momento que ainda é permitido ter proveito dele
(antes do horário final para queimá-lo).
A venda do chametz deve ser feita com plena consciência que
este chametz é vendido e passado a total posse do gentio. Que
seja vendido a um preço razoável. Depois de Pessach, deve
cobrar do gentio a dívida pelo chametz. Caso este não tenha
como pagar, o vendedor deve pedir que devolva o chametz
comprado.
O chametz que ele vende ao gentio não deve estar na casa do
vendedor. Caso o gentio leva o chametz para dentro de sua casa,
é bom. Mas se não, a venda deve incluir o aluguel do lugar no
qual o chametz está armazenado.
No contrato de venda, deve estar escrito o nome do comprador e
por quanto foi alugado o local do chametz. Assim também deve
ser citado todo o chametz que foi vendido. Mesmo estando
escrito no contrato de venda, o vendedor deve mencionar
verbalmente também.
Chametz que está num recipiente, este não deve ser vendido
junto com o chametz, para que não haja obrigação de imergi-lo
no mikvê após Pessach.

A venda inclui também qualquer chametz que esteja em outros
lugares que não sejam a propriedade do vendedor.
O comprador pode depositar nas mãos do vendedor as chaves do
recinto no qual o chametz está guardado. Porém o comprador não
pode lacrar o recinto de tal modo que impossibilite a entrada do
comprador.
É proibido fazer uma condição com o gentio que após Pessach,
este é obrigado a vendê-lo ou que o judeu está obrigado a retornar
e comprar. Mas pode prometer comprar novamente e dar lucro.
Caso o chametz de um judeu esteja na posse de um gentio ou
vice-versa, o usuário deve perguntar à uma autoridade rabínica,
como conduzir.
Chametz que não foi vendido, é proibido eternamente ter
proveito dele. Portanto, ao comprar produtos de chametz após
Pessach, devem ser tomados o seguinte cuidado:
Que este chametz tenha sido vendido conforme as determinações
da halachá. Portanto, em lojas ou restaurantes, além da obrigação
de que o certificado de cashrut deve estar exposto, o certificado
da venda de chametz também deve estar exposto.

Jejum dos primogênitos

Na véspera do Pessach, todos os primogênitos devem jejuar como forma de agradecimento por seus antepassados terem tido suas vidas poupadas quando ocorreu a praga que levou os primogênitos egípcios.

Acendimento das velas

Durante o primeiro dia do Pessach são acendidas velas em horários determinados e com recitação de textos. Para o segundo dia, é utilizada uma chama já existente para acender mais velas.

Seder: a ceia judaica

Em hebraico, Seder significa ordem e trata-se da ceia judaica realizada em família para comemoração do Pessach.

O Seder marca o início da comemoração, quando as famílias se reúnem para consumir alimentos que lembram a trajetória dos seus antepassados.

Durante o jantar, é feito a leitura do Hagadá para relembrar a história e manter acesa na memória dos judeus o sofrimento vivido e a restauração da sua liberdade.

Ceia judaica na Páscoa
Mesa para realização do Seder durante a Páscoa Judaica

A bandeja principal da mesa, chamada de keará, é composta por elementos, cujos significados são:

  • Maror (erva amarga): representa a amargura vivida pelo povo judeu.
  • Charosset (doce): a mistura das iguarias lembra a cor dos tijolos produzidos no Egito.
  • Carpás (salsão): lembra o hissopo utilizado para passar o sangue do cordeiro nas portas.
  • Chazeret (alface romana ou escarola): deve ser colocada sob o Maror.
  • Betsá (ovo cozido): representa a opressão vivida pelos judeus e como isso os fortaleceu.
  • Zeroá (cordeiro): simboliza o Deus que os tirou do Egito.

Além dos símbolos que compõem o keará, na mesa são colocados três matsot (pães sem fermento), que representam os sacerdotes, levitas e povo israelita.

Há também um recipiente com água salgada para lembrar das lágrimas derramadas durante a escravidão e o mar que atravessaram. A taça com vinho servida a cada convidado deve conter pelo menos 86 mililitros.

O Sêder dos Sefaradi

Neste ano, Pêssach será entre os dias 6 e 14 de Abril, no calendário secular.

LÊL HASÊDER – A noite do Sêder

O costume sefaradita é de cumprimentar as pessoas após o serviço de Arbit da primeira noite com «Moadim Lessimchá» ou «Tizku Leshanim Rabot» ou «Moêd Tov Umeborách».

Em muitas comunidades sefaraditas (inclusive entre os marranos portuguêses) é costume vestir-se de branco, em lembrança ao serviço dos Kohanim no Bêt haMikdash.

O Minhag da Hagadá (na parte «halachmá anya) é de dizermos «Hashatá Hachá» em vez de «Hashtá Hachá; (Em Ma Nishtaná) dizemos «Anachnu metabelin», em vez de «Anu metabelin»; Afikomen, ao invés de Afikoman.

O costume é que o chefe da familia/oficiante se sente na cabeceira da mesa e que anuncie em voz alta cada passo do Sêder. Algumas familias recitam todos juntos todos os passos do Sêder até a parte que estão iniciando, por exemplo, na hora de começar o Magid, todos recitam «Kadesh, Urcháts, Karpás, Yacháts, Magid».

KADESH
O costume sefaradita é que na hora do Kidush toda a familia fique em pé, cada qual com sua taça de vinho na mão, e o oficiante inicia o Kidush enquanto todos respondem «Baruch Hu uBaruch Shemô» durante a berachá. E quando o oficiante chega em «asher kideshánu bemitsvotáv vetsivánu…» todos na mesa recitam juntos com ele em voz alta o resto do Kidush até chegar a berachá final, quando o oficiante recita sozinho e os presentes respondem «Amén» em voz alta.

URCHÁS
Após o Kidush, o oficiante anuncia em voz alta o URCHÁS, e todos os presentes lavam suas mãos SEM recitar a berachá de Netilat Yadayim. A dona da casa leva uma jarra com água, uma bacia e uma toalha para cada pessoa ao redor da mesa, para não ser preciso que todos se levantem.

KARPÁS
O costume é de comer Karpás SEM se reclinar, já que o Karpás representa lágrimas e tristeza. Há comunidades no entanto que comem Karpás reclinados, pois desde o início do Sêder, a sensação de «liberdade» já está presente no lar.

YACHÁTS
O minhag sefaradi é de pegar a Matsá do meio e quebrá-la em duas partes. Alguns são bem cuidados em quebrar a Matsá formando a letra HÊ. Depois, coloca-se uma parte de volta entre as outras duas Matsot e a outra parte se «esconde» embaixo da toalha, para servir de Afikomen.

ATIÇANDO A CURIOSIDADE DOS PRESENTES (principalmente das crianças)
O costume em alguns lares sefaraditas é que neste ponto do Sêder, o chefe da casa (ainda sentado) age como se estivesse mancando, e com o Afikomen embrulhado em seu ombro. As pessoas na mesa perguntam : «Meáin bata?» (de onde vens?) e ele responde: Miyotseê Mitsráyim ani, veze áta baká Hashem et hayam uvnê Yisrael zachu bechéssef vezahav shel hamitsrim, vekevan shelo yachelu lehitmameha, lo hispik vetsekam lehachmits veyatseú im ugot matsot, ki lo chamêts». (Eu sou um dos que saíram do Egito, e agora Hashem abriu o mar e os Benê Israel receberam prata e ouro dos egípcios, e como não podiam demorar, a massa não teve tempo de crescer, e então saíram com matsot, pois não fermentou).

Um outro costume é de falar às crianças que «Todo aquel;e que conseguir ficar acordado até o final do Sêder, vai merecer ver «Shefoch». As crianças vão ficar curiosas para saber quem é Shefoch. Na verdade, Shefoch é a primeira palavra da parte final do Sêder (Shefoch chamatech el hagoyim).

BIBHÍLU
O chefe da familia se levanta, pega a Keará coberta com um lenço, e vai girando 3 vezes sobre a cabeça de todos sentados na mesa, cantando: Bibhílu yatsánu mimitsráyim, halachmá ánya, Benê Chorin» (Com louvores saímos do Egito, eis o pão da miséria, filhos da liberdade).

Quando alguém da familia não está presente, o «bibhilu» pode ser feito diretamente sobre a mesa, acrescentando a seguinte frase: «Veaf al pi sheêno kan, kevodô kan» (mesmo não estando aqui, a honra dele está aqui).

Em mulheres grávidas, a Keará é girada 4 vezes sobre sua cabeça.

MAGID
Algumas comunidades possuem o costume de todos na mesa levantarem a matsá do meio e recitarem o texto de «halachmá anya» individualmente, para que cada um cumpra a mitzvá da noite.

Algumas familias possuem o costume de cada pessoa ler um parágrafo do Magid, de maneira que todos cumpram a mitsvá de relatar o Êxodo do Egito nesta noite.

O costume também é de ler cada parágrafo em hebraico e logo em seguida traduzir para a língua local, para que todos entendam o que se está sendo dito e para que não se torne monótono, principalmente para as crianças.

Quando chega no parágrafo «Bechol dor vador», todos cantam juntos, até «Gaal Yisrael».

MAKOT
Antes de recitar as pragas que recaíram sobre o Egito, os sefaradim tem o costume de cobrir todas as comidas na mesa, para que as «impurezas» destas pragas recitadas não fiquem impregnadas na comida.

A cada praga recitada, o oficiante respinga com o dedo um pouco do vinho de sua taça, e as pessoas na mesa dizem: «Lo alênu!»

PÊSSACH, MATSÁ, MAROR
Quando o oficiante chega ao parágrafo de «Matsá», ele levanta a Matsá e pergunta: «Al shum ma?» (pra quê isso?), e os presentes na mesa lêem a resposta que está escrita na Hagadá. A mesma coisa é feita para o Maror e Pêssach. Porém na parte de Pêssach, não se lavanta a Zerôa, e sim todos apontam para o osso.

Na parte «Motsi Matsá», o costume é de primeiro pegar a Matsá de cima e dizer «Hamotsi», e então se pega a Matsá do meio (que é a metade) e sobre ela se recita «Al achilat Matsá». Daí copme-se os dois pedaços, inclinando-se à esquerda.

Sefaradim NÃO tem costume de comer carne assada no jantar de Pêssach, para não dar a impressão de que estão comendo «Kedoshim», o sacrifício que era comido pelos Kohanim no Templo nesta noite.

SEGULOT
Os sefaradim tem o costume de não comer a carne do Zerôa. Ao invés disso, o costume é retirar toda a carne e deixar apenas o ossinho, que é guardado dentro de casa (alguns penduram o ossinho na entrada da casa). A razão disso é que os sábios ensinaram que tudo o que sobra de uma mitsvá, serve como Shemirá (proteção) contra Pur’anut (dificuldades/tragédias).

O ovo cozido da Keará é tradicionalmente comido pela pessoa mais idosa da familia, ou por uma moça que esteja na idade de casar.

É também um costume muito conhecido o de se guardar um pedaço de Afikomen durante todo o ano, que pode ser usado em casos de doença (o doente come um pedacinho) para sarar mais rápido; as mulheres grávidas costumam mantêr um pedacinho de Afikomen consigo para ter uma gravidez tranquila; na hora do parto, coloca-se um pedaço do Afikomen na mão da grávida ou sob seu travesseiro.

Em alguns lugares, existe o costume de se colocar um pouquinho de Charósset em cima da Mezuzá da entrada, para proteção das pessoas desta casa.

KORECH
O nosso minhag do nussach de Korech é: Zecher lemikdash keHilel haZaken shehia korchan veochlan bebat achat, lekayem ma sheneemar al matzot umrorim yocheluhu». Dizemos isso para explicar o conceito de Korech (o sanduíche de Matsá e Maror) após já termos comido tanto a matsá quanto o maror individualmente.

HALEL
Ao se iniciar a leitura do parágrafo «Shafoch etc…», abrimos completamente a porta da frente, já que esta noite é uma noite de «proteção», e o parágrafo «Shefoch» é recitado após termos cumprido todas as mitsvot da noite. Por isso deixamos a porta escancarada para expressar o conceito de que as mitsvot guardam e protegem a pessoa.

O Halel é cantado por todos os presentes, com melodias alegres e festivas.

KEARÁ – A Bandeja do Sêder

A Keará deve conter:

Karpás: Raminhos de Salsa

Bêtsa – Ovo cozido

Zerôa – Asinha ou pescoço de frango tostado

Marôr – Alface Romana

Charósset – «O Barro do Egito» (veja a receita AQUI)

 

Na mesa do jantar de Pêssach não pode faltar:

* Um par de castiçais e velas

* Keará

* 3 Matzot (representando as classes de Kohen, Levi e Israel)

* Tijela com água e sal (ou tijelinhas individuais)

* Hagadá (ou xerox) para cada pessoa presente

* Taça de Kidush para o oficiante

* Taça de vinho do Profeta Elias

* Taças de vinho (ou copinhos descartáveis) para cada pessoa presente

* Bolsinha ou Lenço para embrulhar o Afikoman (opcional)

  • Flores (opcional)

A instituição de Pessach está registrada no livro de Exo. 12:1-20. Foi instituída no dia 10 de Nisan até dia 14 e no dia 14 a dia 21, observaram a dos pães asmos.

1. Um Cordeiro: Exo. 12:3-4

Deus lhes deu a ordem para sacrifica e um cordeiro. Um por cada família ou se a família for pequena o cordeiro poderia duas famílias.

2.  A Condição do Cordeiro: Exo. 12:5

a)  Havia de ser macho de anos.  b) Havia de ser sem defeito.
3. O Cordeiro foi guardado até o dia 14: Exo. 12:6 parte a.

4. O Cordeiro havia de ser imolado no crepúsculo da tarde: Exo. 12:6 parte b.

5.  Os Israelitas haviam de colocar o sangue do cordeiro em ambas as ombreiras e na verga da porta. Exodo. 12:7.

6.  Os Israelitas haviam de comer carne assada no fogo, pães asmos, e ervas amargas naquela noite.  Êxodo 12:8
7. Outras instruções a cerca de comida e a festa dos pães asmos.  Exodo 12:9-20.

Infelizmente, os israelitas não guardavam a páscoa como foram mandados. A Bíblia registra 5 eventos da observação da páscoa:

1.   No Egito quando a festa foi instituída  – Êxodo 12:1-20.

2.   Observada por Salmão – II Crônicas 8:12-13.

3.   Observada por Ezequias – II Crônicas 30.

4.   Observada por Josias  – II Reis 23:21-23 cf. II Crô. 35:1-19.

 

A OBSERVAÇÃO DA PÁSCOA DE HOJE EM DIA

Houve tantas modificações na observação dessa festa que tecnicamente falando os israelitas não observando a páscoa e sim a festa dos pães amos. Até que eles observam a festa no dia 15 até 22 de Nisan. A festa é celebrada por 8 dias.

Israelitas usam um livrinho que contém a ordem de serviço que deve ser observada na noite de páscoa, chama-se “HAGGADAH SHEL PESSACH” (A NARRATIVA DA HISTÓRIA DA PÁSCOA). Para Israel é a história ou declaração da sua independência. Este, “Culto em Casa” chama-se o “SEDER” . (Ordem de serviço).

O festival de Pessach começa na véspera de 15 de Nisan (Abril) e dura 8 dias

Na noite do dia 14 o chefe da família faz uma procura diligente na casa com uma vela na mão. Está a procura de “chametz” (levedura) porque não é licito Ter leveduras na casa durante esses 8 dias. Essa procura chama-se “Bedikat Chamatz”. De fato, a senhora da casa fez uma limpeza espiritual durante o mesmo dia e a casa é muito limpa. Porém, ela deixou de propósito alguns miolos de pão para ele achar. Os miolos de pão são embrulhados e queimados na manhã seguinte. Essa cerimônia é chamada de “Biur Chametz”. Ele era depois pedindo que Deus lhe perdoe se houver uma levedura que não foi achada.

Tecnicamente falando não é licito nem possuir alguma levedura durante pesach não só simplesmente limpar a casa. Então, judeus piedosos que são donos de lojas que vendem produtos de leveduras devem desembaraçar-se delas. Por isso inventaram uma cerimônia chamada: “Meekirat Chametz”.  (A venda de levedura). O judeu piedoso deve vender sua possessão de leveduras para um gentio. A transação é feita na presença de um rabino, geralmente, mas a possessão ‘devolvida depois do Pesach.  Na noite de páscoa, o pai volta da sinagoga para sua casa decorada para a festa. A família está vestida com a sua melhor roupa. A mesa está preparada em todos os símbolos tradicionais de pesach. A casa é bem iluminada para comemorar o fato que as casas dos seus antepassados tinham luz enquanto as dos egípcios estavam em trevas durante a nona praga. Exo. 10:21-23.

OS SÍMBOLOS NA MESA

1.  O Copo de Água Salgada: simboliza o Mar Vermelho e também as lágrimas dos seus antepassados quando eram escravos.

2.  Os Três Matzots: (pães asmos) cobertos com uma toalha branca, Lembrando aos pães asmos originais.

3.  4 Copos de Vinho Vermelho: simboliza o sangue do cordeiro.

4.  O Copo de Elias: Um copo de vinho é reservado para o profeta Elias. Também uma cadeira e a porta aberta para sua vinda. Existe uma tradição rabínica que Moisés virá na noite de Pesach. Isto simboliza a esperança dos Israelitas. Será que ele virá nesta noite? Tomará o vinho? Anunciará a chegada do Messias?

OS SÍMBOLOS NO PRATO DE PESACH

1. Um ovo: (o ovo cozido simboliza o sacrifício do cordeiro inteiro sem quebrar um osso do cordeiro).

2. Um osso: (simbolizando o cordeiro que não pode sacrificar sem o templo).

3. Charoseth: (uma mistura de maçã moída, nozes e vinho) simboliza a mistura usada para fazer os tijolos para Faraó.

4. As amargas: (ervas amargas significa geralmente vida amarga no Egito).

5. Os verdes: (provavelmente significa rábano silvestre). (rabanete silvestre).

O Sábado antes da páscoa chama-se “os sábados  há-gadel”  ou “o grande sábado”.

Os israelitas tem um culto em casa chamado “O Seder” (ordem de serviço) que já tinha mencionado. O seder se encontra no livro “Haggadah Shel Pesach”. A ordem de serviço é o seguinte:

1. Kaddesh
2. Rachtza   
3. Yachatz          
4. Maggid  
5. Motze-Natzah 
6. Maror 
7. Korach
8. Shulchan Aruch
9. Tzafon (Aphikomem)
10. Berech
11. Hallel

Explicação do Seder

1. Kaddesh: (Oração de Santificação). Encher um copo de vinho (da redenção) “Abençoados és Tu, Jeová, nosso Deus, Rei do Universo, que criou o fruto da videira. Abençoado és Tu, ó Jeová, nosso Deus, que escolheste nos de entre todos os povos, e nos exaltastes de todas as línguas e nos santificaste com teu mandamentos, etc… Abençoado és Tu, Abençoados és Tu, Jeová, nosso Deus, Rei do Universo, porque preservaste vivos e nos sustentaste e nos trouxeste até está época de férias”. (Então todos tomam o primeiro copo de vinho).

2. Rachtza: (Lavagem das Mãos). Para qualificá-lo como sacerdote da ocasião, o chefe da família veste-se de um “Kittel” (um manto) e um “yarmulkeh”. Depois ele reclina num leito preparado.

3. Carpas: (Salsa, os Verdes). Salsa é distribuída entre os participantes. O chefe

Pronuncia uma benção e mergulha a salsa na água salgada. Isto representa o “hissope” que foi mergulhado no sangue e depois colocado na porta em Egito.

 

3. Yachatz: (Divisão). O Chefe  divide “Matzah” no meio e embrulha uma parte escondendo-a debaixo de uma almofada. O outro pedaço é colocado dinovo na mesa. O pedaço escondido chama-se “Aphikomem”. E é considerado precioso. Todos ficam em pé, seguram o prato de “Matzah”  e recitam: “Isto é o pão da aflição que nossos pais comeram no Egito. Deixem todos os que tem fome entrar e comer e os que estão em falta, entram para celebrar a páscoa. Hoje estamos celebrando-a em Jerusalém. Este ano, somos servos, no ano que vem, seremos livres na terra de Israel.”

 

4. Maggid: (Recital de Ação de Graças). Recitem, Então, os milagres e as bençãos que Deus fez no Egito quando os libertou. Orem para proteção no futuro e também que Deus os vingues. A Haggadah (narrativa) começa com quatro perguntas pelo membro mais moço da família.

 

Introdução: “Como é que esta noite é diferente do que todas as outras?”

1.   Em todas as outras noites podemos comer pão levado (fermento) mas hoje a noite comemos só Matzah (pão asmo). Porque?

2.   Em todas as outras noites podemos comer qualquer tipo de ervas. Hoje a noite só ervas amargas. Porque?

3.   Em todas as outras noites, nem mergulhamos os verdes nenhuma vez. Hoje a noite até duas vezes. Porque?

4.   Em todas as outras noites, jantamos ou assentados ou reclinados mas hoje a noite todos jantam reclinados. Porque?

O Pai responde: “Éramos escravos no Egito… e ele relata a narrativa toda conforme o ensino de Torá (Ex. 13:8), exigindo uma aplicação pessoal da redenção, ele tem que louvar a Deus como se fosse a sua própria redenção do Egito. Entoam Salmos 113 e 114. (os copos de vinho são enchidos de novo e todos bebem).

5.  Motze-Natzah: (quebrar a Matzah). O chefe da família quebra a distribui pedaços de Matzah a todos.
 

6.  Maror: (ervas amargas). Cada pessoa recebe uma erva amarga que é então mergulhada no Charoseth e comida.

 

7.  Korach: (colocar o rábano silvestre). Todos colam dois pedaços de rábano silvestre entre Matzoth e mergulham-no na Charoseth, todos dizendo: “Em memória  de Hillel porque este famoso rabino o fez para cumprir”.  Ex. 12:8. Talvez fosse isto que Judas Iscariotes fez na noite em que traiu o Messias (Mat. 26:24-25 cf. João 13:30).

 

8.  Shulchan Aruch: (preparação da mesa). A mesa é preparada para jantar. Tradicionalmente servem peixe, sopa,  frango, etc… Torna-se uma festa de alegria em fim.
 

9. Tzafon: (escondido).  No fim de Seder, uma criança procura o “aphikomen”  que foi escondido antes. A criança que o encontra recebe um presente. Os Hebreus Cristãos vêem nisto, algo interessante. Para eles, os Matzoth representam a trindade. O pedaço no meio que é quebrado e escondido representa “O Filho de Deus, o Messias, cortado da terra (Daniel 9:26) escondido por enquanto e que há de voltar! Todos tem que comer  aphikomen”.   (Todos bebem do terceiro copo de vinho) cf. Mat. 26:26-29.

 

10. Berech: (A Benção de Graça). A graça é pronunciada depois de jantar e todos que lavar as mãos de novo e beber o terceiro copo (agora como está escrito em cima). Enchem, então o quarto copo de vinho que significa que há de vir. Neste momento, o filho mais velho deixe seu lugar para abrir a porta para Elias.

 

11.  Hallel: (Louvor). Cantam os Salmos 115 a 118. O Chefe da família ora dizendo: “Ó Deus de Abraão, Isaque e Jacó, quanto estamos pela sua promessa. Nós Te imploramos agora, mandou o Seu Ungido, O Filho de Davi. Tenha misericórdia sobre o Teu povo Israel. Recolha-nos conforme a Tua palavra e seremos o Teu povo, ficaremos satisfeitos como nos tempos antigos. Eis que tudo está pronto”.

(Uns momentos de silêncio… Todos esperando Elias).

Finalmente, a porta e fechada e o pai fala mais uma vez: “Até quando ó Deus, ficarás sempre bravo conosco? Quando tornarás a Ter misericórdia para conosco e nos restaurarás no Seu favor? Estamos sofrendo. Estamos espalhados entre os pagãs”. Eles nos zombam dizendo: “Onde está o seu Deus? Onde está as promessas da sua vida?”. Quase desanimamos mas estamos aguardando. Somos esquecidos e quase mortos mas temos confiança ainda. O Senhor, nosso Deus, que possa Te agradar par nos escolher logo, logo e nos restaurar no seu favor. Pelo menos, no ano que vem, permite que nós celebremos a páscoa em Jerusalém, Sua cidade. Bebem o quarto copo de vinho. O Seder termina com todos cantando “Chad Gadya” .

Explicação do Chad Gadya: (Um Cabrito Só)

Chad Gadya: é um corinho escrito na última pagina de Haggadah Shel Pesach. Mas o corinho tem um significado especial.

O Pai Celeste comprou um cabrito (Israel) com o sangue de circuncisão e o sangue da páscoa (o cordeiro). O cabrito foi engolido pelo gato (Egito) que foi então conquistado pelo cachorro (Babilônia) que então foi conquistado pelo pedaço de pau (Mede Pérsia) e depois o fogo (Alexandre-Grécia) queimou o pau. Depois a água (Roma) apagou o fogo, tornando-se um império mundial. Mas o boi (os sarracenos) bebeu a água  e então, foi morto pelo carneiro (cruzadas religiosas) que então foi pegado pelo anjo da morte (os turcos) e finalmente a relâmpago (Deus) acaba com o anjo da morte e salva o cabrito.