Shavuot é o segundo dos três maiores Dias Festivos (Pêssach é o primeiro e Sucot o terceiro), e vem exatamente cinqüenta dias após Pêssach. A Torá foi outorgada por D'us ao povo judeu no Monte Sinai há mais de três mil e trezentos anos. Todos os anos, neste dia, renovamos nossa aceitação do presente de D'us.
A palavra Shavuot significa "semanas": assinala a compleição das sete semanas entre Pêssach e Shavuot (o período do ômer), durante o qual o povo judeu preparou-se para a Outorga da Torá. Durante este tempo, purificou-se das cicatrizes da escravidão e tornou-se uma nação sagrada, pronta a entrar em uma aliança eterna com D'us, com a Outorga da Torá.
Shavuot também significa "juramentos". Com a Outorga da Torá, o povo judeu e D'us trocaram juramentos, formando um pacto duradouro de não abandonar um ao outro.
Alguns costumes observados em relação a Shavuót são:
1. É costume comer os lacticínios no 1 dia de Shavuót porque Ex. 23:19 diz as primícias dos primeiros frutos da terra trarão á casa de Senhor teu Deus e sem interrupção prossegue Dizendo: “não cozerás o cabrito no leite de sua mão. Outra razão dada é: quando pais voltaram as sua tendas depois de terem recebido a lei, estavam com fome e não aguentavam esperar até que fosse preparada uma refeição e carne e portanto se satisfizeram comendo dos lacticínios que estavam a mão.”
2. É costume ler o livro de Rute nas sinagogas porque a história dela realizou-se nas épocas segas do trigo e cevada. E porque Rute, de vontade Livre, tomou si o julgo de Torá. E finalmente porque Rute veio a ser a avó do Rei Davi e este conforme a tradição judaica , faleceu no dia da festa do Shavuót.
Mitzvot e Costumes
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→Kriat Meguilat Ruth: é costume ler uma parte da Meguilat Ruth (livro de Ruth), antes mesmo de se ler a Torá, pois acredita-se que esta data marca também o dia da morte do Rei David. No começo da Meguilá, é contada a história dos antepassados de David, que pertence à família da qual, acredita-se, descenderá o Mashiach (Messias).
→ Tikun Ieil Shavuot: conta-se que Moshé (Moisés) deve ter conduzido bnei Israel (os filhos de Israel) por três dias antes de realmente receber a Torá. Após grandes preparativos para o importante evento, como Moshé não aparecia, o povo ficou indiferente. Para “consertar”, simbolicamente, tal indiferença, costuma-se ficar acordado durante toda a noite anterior e a noite de Shavuot, para estudar a Torá, lendo o Tikun leil Shavuot, que é uma compilação do Tanach, da Mishná e
do Talmud (livros importantes para o judaísmo).
→ Espirrar água: este costume é realizado em comunidades que vieram
ao Oriente Médio, quando as pessoas espirram água
umas às outras, relembrando que a Torá é comparada à
água: maim chaim (água que representa a vida).
→ Introdução da criança no estudo da torá: em comunidades originárias da Europa Oriental, realiza-se tal costume em forma de cerimônia; quando o menino completa cinco anos, seu pai o leva para o Beit Haknesset (sinagoga), em Chag Matan Torá (um dos nomes de Shavuot), e o entrega ao rabino, que lhe mostra um pergaminho com as primeiras letras do alfabeto hebraico, alef-beit. O rabino lê para a criança as letras de frente para trás e de trás para a frente, espalhando
mel por sobre as letras, para a criança provar e sentir que as palavras da Torá são doces como o mel. Para encerrar, é também costume comer o bolo do Har Sinai (Monte Sinai), bolo de mel com amêndoas e passas. As crianças que aprenderam a ler começam, neste dia, a estudar o chumash, Pentateuco, ou os 5 primeiros livros do Tanach (livro bíblico judaico composto pela torá, escrituras e textos de sábios).
→ Ouvir a leitura das Asseret Hadibrot: A Revelação no Har Sinai foi uma experiência profunda que inspirou reverência. Todo o Universo, dizem nossos sábios, tremeu com o forte som do toque do shofar (instrumento de sopro feito de chifre de carneiro). Trovões e relâmpagos cruzaram os céus. De repente, o silêncio. Para que se torne concreta para as crianças a importância deste acontecimento, a escolha do povo, a escolha do local e do tempo, sendo que nosso objetivo é que a criança sinta a ligação e a pertinência a bnei Israel e sua cultura, podemos usar alguns comentários que foram escritos por nossos sábios, z”l (zichronam livrachá, de abençoada memória): a situação era tão emocionante que o mundo todo: seres vivos, o mar, o vento e os anjos ficaram estagnados, paralisados. E, no meio do silêncio absoluto, ouviram-se vozes e raios e um som de shofar muito alto. Naquele instante, foram entregues por Moshe Rabenu, que havia escalado a montanha, as Asseret Hadibrot (dez mandamentos), que são os princípios da nossa religião. E todo o povo via os trovões e as tochas e o som do shofar, e o monte fumegante; e viu o povo, e tremeu, e ficou de longe.
→ Em Shavuot costuma-se enfeitar a casa e a sinagoga com frutas, flores e folhagens para recordar o grande florescimento que aconteceu no Monte Sinai durante a leitura dos Dez Mandamentos.
→ Também é costume na primeira noite de Shavuot que judeus se dediquem a noite inteira ao estudo da Torá, principalmente na leitura dos Dez Mandamentos:
1) Eu sou o Eterno teu D' us que te tirou do Egito
2) Não terás outros deuses e estátuas diante de Mim
3) Não jurarás no nome de D'us em vão
4) Lembrarás e respeitarás o dia do Shabat
5) Honrarás teu pai e tua mãe
6) Não matarás
7) Não cometerás adultério
8) Não roubarás
9) Não darás falso testemunho
10) Não cobiçarás
→ Temos como costume em Shavuot, comer alimentos derivados do leite. Como a Torá foi entregue no Shabat, nenhum animal podia ser abatido e os utensílios não podiam ser kasherizados, portanto neste dia come-se laticínios.