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Shedim e Dibukim
Shedim e Dibukim


Elevo os meus olhos... 1
Elevo os meus olhos...
Uma Análise do Sl. 121
Por Sha’ul Bensiyon
I - Introdução
O entendimento da cultura do Oriente Médio antigo é fundamental para a
compreensão das Escrituras. Afinal, elas foram escritas de semitas e para semitas.
Nesse contexto, destaca-se um dos salmos mais mal compreendidos: O Salmo 121
Isso ocorre porque ele está longe de ser tão somente um hino de louvor ao Eterno.
Na realidade, suas palavras revelam uma grande polêmica contra o politeísmo, que
ameaçava fincar raízes em Israel.
II - Os Shedim e o Panorama Geográfico
Para melhor compreender esse salmo, é preciso dar uma introdução acerca da
cultura local.
Nos tempos antigos, os politeístas adoravam um tipo bastante particular de
divindade: Os shedim (שדים), isto é, os deuses das montanhas.
Para os antigos semitas, os montes eram os lugares mais próximos das divindades,
pois acreditavam que os astros eram deuses. As montanhas eram vistas como ponto de
encontro entre os deuses do céu, e os homens, na terra. Até hoje, muitas pessoas
mantêm o antigo hábito de orar nas montanhas, sem saber a origem dessa prática.
III - Etimologia e Prática
Etimologicamente, o termo shedim deriva de שד, que significa ‘seio’. Em acádio, a
linguagem semita mais primitiva, shadu significa montanha. Isto é, o “seio” da terra.
Os semitas primitivos tinham uma relação muito peculiar com as montanhas. Como
são lugares onde ocorre tempestade frequente, devido à temperatura mais baixa, as
montanhas eram extremamente temidas.
Ao mesmo tempo, as nascentes das montanhas eram lugares extremamente férteis,
e dos quais os semitas dependiam. Um exemplo disso são as colinas de Golã, no
território de Israel, responsáveis por boa parte da água potável da região.
O Midrash Rabá faz alusão a essa prática, e indica que Israel também caiu no erro
da idolatria aos shedim:
“...porque Israel estava ligado à idolatria no Egito e trazia sacrifícios aos bodes-ídolos [Lv.
17:7], que são idênticos aos shedim aos quais eles sacrificavam [Dt. 32:17]... e ofereciam
sacrifícios nos lugares altos e punição caía sobre eles, o Sagrado, bendito seja Ele, disse:
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Elevo os meus olhos... 2
‘que eles ofereçam sacrifícios perante Mim a todo tempo na Tenda da Reunião e eles se
separarão da idolatria e serão salvos.’” (Wayiqrá Rabá 22:8)
Outro salmo faz uma acusação ainda mais grave:
“Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos shedim, e derramaram sangue
inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas que sacrificaram aos ídolos de Canaã;
e a terra foi manchada com sangue.” (Tehilim/Salmos 106:37,38)
A referência aos deuses das montanhas passa despercebida porque diversas
versões traduzem o termo ‘shedim’ por demônios, o que é anacrônico e equivocado.
IV - Análise do Texto do Salmo 121
Tendo isso em mente, observe como o salmo 121 evolui:
לַמַּעֲלוֹת ,שִׁיר shir, lama`alot
Cântico dos degraus
Comentário: Isso indica que o salmo era um cântico utilizado pelos levitas no
serviço do Templo.
עֶזְרִ י יָב ֹא ,מֵאַיִן --הֶהָרִ ים-אֶל ,עֵינַי אֶשָּׂא essá `ênay el-heharim me’ayin yavô `ezri
Elevo os meus olhos para os montes; de onde me virá o socorro?
Comentário: Muitos se equivocam ao achar que o salmista está se referindo ao
Eterno. Todavia, quando a referência era ao Templo do Eterno, o texto bíblico costuma
fazer referência ao monte do Eterno.
Porém, aqui o salmista fala dos montes em geral. Essa é uma referência inequívoca
aos lugares altos, onde os filhos de Israel sacrificavam aos shedim.
O salmista, portanto, está fazendo a pergunta em tom de ironia: Será que os deuses
são capazes de me salvar do perigo?
וָאָרֶ ץ שָׁמַיִם ע ֹשֵׂה --יְהוָה מֵעִם עֶזְרִ י `ezri me`im ADONAY `ossê shamayim wa’ares
O meu socorro vem de ADONAY, Aquele que fez os céus e a terra
Comentário: Essa é uma resposta monoteísta que afirma de forma clara: O socorro
só pode vir do Eterno.
O salmista ainda acrescenta a afirmação de que o Eterno fez os céus e a terra.
Enquanto os deuses politeístas estavam sujeitos às forças da natureza, e pela própria
mitologia politeísta eram considerados como tendo poder limitado, o Eterno era o Criador
dos céus e da terra.
Em outras palavras: Nada há que não esteja sujeito ao Seu poder.
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Elevo os meus olhos... 3
יְהוָה ;יִשְׂרָ אֵל ,וֹשׁמֵר --יִישָׁן וְלֹא ,יָנוּם-לֹא הִנֵּה ;.שׁ ֹמְרֶ ךָ ,יָנוּם-אַל ;רַ גְלֶךָ לַוֹמּט יִתֵּן-אַל
יְמִינֶךָ יַד-עַל ,צִלְּךָ יְהוָה ;שׁ ֹמְרֶ ךָ al-yiten lamôT raghlerkha; al-yanum shomrekha; hinê lo-yanum welo yishan shomer
yisra’el; ADONAY shomrekha; ADONAY Silekha `al-yad yeminekha.
Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará. Eis que não dormitará
nem dormirá aquele que guarda a Israel. ADONAY é quem te guarda; ADONAY é a tua
sombra à tua mão direita.
Comentário: Esse trecho fala sobre a proteção do Eterno.
Para melhor compreendê-lo, é importante compreender que os politeístas da
antiguidade, por acharem que seus deuses eram seres biológicos, achavam que eles
também dormiam e acordavam.
Se uma divindade falhasse, dizia-se que ela estaria dormindo. Noutros momentos,
quando havia tempestades, diziam que as divindades tinham acordado.
Eliyahu haNavi (o profeta Elias) debocha justamente disso, quando confrontou os
profetas de Ba`al, dizendo: “Talvez esteja dormindo, e despertará.” (1 Rs. 18:27)
O salmista, portanto, afirma a superioridade do Eterno com relação aos falsos
deuses dizendo justamente que Ele não dorme. Porque o Eterno está o tempo todo alerta,
Ele é o guarda perfeito em quem Israel pode depositar toda a sua confiança.
בַּלָּיְלָה וְיָרֵ חַ ;יַכֶּכָּה-לֹא הַשֶּׁמֶשׁ ,יוֹמָם
נַפְשֶׁךָ-אֶת ,יִשְׁמ ֹר :רָ ע-מִכָּל יִשְׁמָרְ ךָ ,יְהוָה yomam hashemesh lo-yakeka weyarêaH balayela;
ADONAY yishmarkha mikol-ra` yishmor et-nafshekha
O sol não te molestará de dia nem a lua de noite.
ADONAY te guardará de todo o mal; guardará a tua alma.
Comentário: Há dois elementos importantes neste trecho. O primeiro: Por que o
salmista menciona o sol e a lua?
Entre os politeístas, o sol e a lua eram tidos como suas principais divindades. Além
de serem os maiores do que os demais astros, causavam grande influência no clima
local, podendo trazer tempos de fartura, ou de penúria.
Os shedim, os deuses das montanhas, eram vistos como divindades menores, e que
portanto estariam sujeitos às agruras do sol e da lua, tanto quanto os seres humanos.
Aqui, o salmista afirma que nada pode sobrepujar o poder do Eterno. Ele guardará
aquele que nEle confia.
O trecho que fala sobre a alma deve ser entendido pelo conceito semita de nefesh
(נפש), que é vitalidade. Ou seja, o Eterno é capaz de guardar tudo aquilo que o homem
necessita para ter vitalidade. Isso inclui seu sustento, sua família, entre outros. (Para
maiores informações, vide nosso estudo sobre o termo nefesh).
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Um dybbuk ou dibbuk(plural: dybbukim) é um espírito humano que, devido aos seus pecados pregressos, vagueia incansavelmente até que encontre refúgio no corpo de uma pessoa viva."dybbuk" ou " dibbuk " se apodera de corpos de pessoas.