Translate this Page

Rating: 4.9/5 (163 votos)

Partilhe esta Página

 

 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 


Shabat
Shabat

Ao descansar no sétimo dia e santificá-lo, lembramos e reconhecemos que D’us é o Criador do céu e da terra e de todos os seres vivos. Nós também imitamos o exemplo Divino, abstendo-nos de trabalho no sétimo dia, como D’us fez. Se a obra de D’us pode ser deixada de lado para um dia de descanso, como podemos acreditar que nosso próprio trabalho é importante demais para ser deixado temporariamente de lado?

O SHABAT

O que mais distingue Israel e o povo judeu das nações  é a observação de Shabat.

Então, o estudo de shabat merece o mossa consideração. Vamos considerar a:

Sua Origem

A primeira menção de Shabat ou o sétimo dia  e acha em Bereshit 2:2 –3. A Torah nos ensina que Deus santificou o sétimo dia e descansou de toda a sua obra com Criador nesse dia. Então, é bem claro que Deus santificou o sétimo dia para comemorar sua obra de criação. Shemot 20:11.

Shabat e a Nação de Israel

Conforme o ensino em Shemot 16:23-29, o Sábado já era uma  instituição, pelo que, quando os dez mandamentos forma transmitidos, o Sábado não foi proposto como se fosse uma nova Lei

 É importante notar – que a Lei, inclusive o Sábado, foi dado só a Israel. Êxodo 20:8-11. Em hebraico a palavra Sábado é shabbat: e significa: Cessar ou Descansar. Era para ser principalmente um dia de descanso de todo o trabalho e de todo um dia dedicado a renovação Espiritual e Adoração a Deus. Isto era o propósito do Sábado. A próxima menção do Sábado se encontra em Êxodo. 31:12-18. Aqui, vemos a importância  do Sábado na vista de Deus. Deus obrigou Israel a guardar os seus sábados com pena da morte se profanarem. Era para ser sinal entre Deus e Israel e como uma aliança perpétua em suas gerações.

A ordem era guardar os sábados vem repetida muitas vezes no Antigo Testamento.

Levitico 16:31; 19:3 e 30; 23: 3,  11, 15-16 , 32, 38;  24:8; 25:2, 4, 8; 26:2, 34-35, 43; etc.

Será que Deus mataria alguém só por trabalhar um pouco no dia de Sábado? Vejamos o que aconteceu com um homem que violou o Sábado. Números 15:32-36.

O Seu Desenvolvimento

Os judeus observavam o Sábado de um modo geral. Não trabalhavam e dedicavam o seu dia para adoração do Senhor. Mas o descanso não era estritamente ou rigidamente observado. O povo viaja percorrendo a terra. Eles passavam sem as – restrições que vieram mais tarde. De fato a observação de Sábado degenerou tanto que foi um das maiores razões porque deus permitiu Nabucodonozor de atacar vencer Israel. (Jeremias 17:19-27).

Em Babilônia

Os judeus começavam a dar mais ênfase sobre o Sábado de que nunca. Alguém  tem uma idéia  sobre o porque? Respostas: Em Babilônia foram despojados de seu templo e dos sacrifícios e da sua adoração cerimonial. Surgiam homens, tais como Esdras e Neemias que queiram obedecer os preceitos de Deus. Os preceitos como circuncisão e o Sábado podiam ser observados. Sendo assim, é claro, o porque circuncisão tornaram-se os primeiros símbolos de judaísmo. Podemos ver um grande contraste entre os que foram levados em cativeiro com os que foram na terra em relação ao Sábado. Vejamos o que Neemias encontrou quando voltou a Jerusalém. (Neemias 13:15-22).

No Shabat

Um sacerdote, ficando na torre do tempo tocou a trombeta como o sinal de cessar o trabalho e começar o Sábado descanso. Nas outras cidades, um judeu no teto da sinagoga tocou sua trombeta seis vezes!

A Primeira vez:  para os obreiros no campo ao redor de cessar os trabalhos.

A Segunda vez: as lojas na cidade fecharam-se.

A Terceira vez:  avisou as senhoras da casa para tirar as panelas dos fogões e – embrulhá-las para preservar a comida quente, e para acender as velhas no Sábado. Depois veio um intervalo e a trombeta foi tocada três vezes em sucessão,  rapidamente que significava o começo do Sábado. Não era lícito para o trombeteiro levar a sua trombeta em baixo. Havia de deixá-lo no teto até a cessão do Sábado.  

Na Idade Média (Medieval).

Durante esta época o Sábado foi uma ilha de descanso no mar de perseguições. Os judeus só tinham repouso e descanso no Sábado com sua família. Sexta-feira, cedo faziam uma limpeza da preparação para o Sábado. Usavam a mais bonita toalha sobre a mesa, e o melhor de tudo foi empregado naquela noite. Depois de jantar a família cantou z’miros – canções da mesa, honrando o Sábado, e compostas pelos poetas. Foi o costume de convidar uma visita para jantar especialmente um sábio que podia dar uma interpretação de um estudo na Tora. A comida mais providenciada era peixe ou ganso, bem temperado. Um tipo de pão especial foi feito para o Sábado, chamava-se challoth (challos) pão de Sábado.

Nos Tempos Modernos 

Foi introduzido o costume de Kabbolas Shabbot ou Saudação a Rainha que era o Sábado. Certos judeus piedoso se vestiram com a roupa mais fina que tinham e fizeram uma procissão  fora da cidade  para saudar o Sábado, cantando salmos e terminando com “venha a noiva, venha noiva!”. Um  dos mais famosos canções até hoje o D’choch Dodi que significa…. venha amigo encontrar a noiva.  (Foram  Kabbalistas que introduziram estes costumes). A Senhora da casa faz a cerimonia de ascender as velas, cobrindo os seus olhos com as mãos e recitando a bendição ou benção. O pai e os filhos cantam Shalon Alcichem. Como saudação aos 2 anjos que acompanham cada judeu da sinagoga até em casa. O pai recita ultimo cap. de Provérbios horando as esposa. O pai lia também o Tora, 2 vezes em    hebraico e 1 vez aramaico. Há uma herança popular que as almas em Genhenna recebam descanso durante o Sábado de mas quando o sábado terminar  precisam voltar a Genhenna. A maioria dos judeus pensam que  o descanso do Sábado rigidamente observado pelo Esdras e Neemias e outros foi preservado somente porque a circunstâncias eram favoráveis. Mas desde as modificações do século  19 foi impossível observá-lo rigidamente. Um judeu Sr. Hayyim Shaues, autor  do livro Jowish festival disso: as invenções revolucionaram comércio e industria numa maneira que transformou a vida econômica. Também a influência dos cristãos observando Domingo deixou com que os judeus não pudessem continuar observando Domingo deixou com que os judeus não pudessem  continuar observando o Sábado como antigamente. Somente os ultra-ortodóxos continuam tentando observar o Sábado rigidamente. Hoje em dia, a maioria dos judeus não o observe estritamente. Sr. Hayyim pensa que os judeus devem modificar as restrições, mais ainda continuar a observar o Sábado. Ele empregou a expressão, “precisamos por o novo vinho em garrafas velhas.” Conforme o ensino de Números 28:9-10, é o impossível até para os ortodóxos observarem o Sábado segundo a Lei. Não tem templo, nem o sacerdócio. Eles estão tentando observar o sábado como Talmud exige e não como a Bíblia. E a maioria dos judeus não conhecem nada do Talmud. O Talmud  dá 1.521 regras sobre o Sábado.

O ano júblilo teve início ao completarem 7 anos sabátisticos. (49anos). Levítico 25.

O número de 7 é sagrado e os rabinos falam em 7 milênios divididos assim:

1. 2000 de Adão à Abraão.
2. 2000 de Abraão a destruição do templo em 70.
3. 2000 da destruição do templo até a vinda do Messias.
4. 1000 e milênio sabático sob o reino do Messias.

 

Shamor ve Zachor

Somos ordenados a lembrar do Shabat; mas lembrar significa muito mais que meramente não esquecer de guardar o Shabat. Significa também lembrar do significado do Shabat, tanto como uma celebração da Criação como para comemorar a nossa libertação da escravidão no Egito.
Em Shemot 20:11, depois que o quarto Mandamento foi instituído pela primeira vez, D’us explica: "Durante seis dias o Eterno criou os céus e a terra, e mar e tudo que existe neles, e no sétimo dia, descansou: portanto, o Eterno abençoou o dia do Shabat e o santificou."

Ao descansar no sétimo dia e santificá-lo, lembramos e reconhecemos que D’us é o Criador do céu e da terra e de todos os seres vivos. Nós também imitamos o exemplo Divino, abstendo-nos de trabalho no sétimo dia, como D’us fez. Se a obra de D’us pode ser deixada de lado para um dia de descanso, como podemos acreditar que nosso próprio trabalho é importante demais para ser deixado temporariamente de lado?

Em Devarim 5:15, enquanto Moshê reitera os Dez Mandamentos, ele assinala a segunda coisa que devemos lembrar no Shabat: "Lembra-te que foste um escravo na terra do Egito, e o Eterno, teu D’us, o tirou de lá com mão poderosa e um braço estendido; portanto o Senhor teu D’us te ordenou guardar o dia do Shabat."

O que tem o Êxodo a ver com o descanso no sétimo dia? Trata-se de liberdade. Como eu disse antes, nos tempos antigos o lazer estava destinado a determinadas classes; os escravos não tinham dias de descanso. Assim, ao descansar no Shabat, somos lembrados de que somos livres. Porém num sentido mais geral, o Shabat nos liberta de nossas preocupações dos dias da semana, nossos prazos e horários e de nossos compromissos. Durante a semana, somos escravos de nossos empregos, de nossos credores, e da necessidade de prover por nós mesmos; no Shabat, somos libertados destas preocupações, assim como nossos ancestrais foram libertados da escravidão no Egito.

Lembramos destes dois significados do Shabat quando recitamos o kidush (a prece sobre o vinho, santificando o Shabat ou um Dia Festivo). O kidush de sexta-feira à noite refere-se ao Shabat tanto como zikkaron l’ma’aseh bereshit (um memorial do trabalho no princípio) e zeicher litz’at mitzrayim (uma lembrança do êxodo do Egito).

Shamor: observar
Obviamente, nenhuma discussão sobre o Shabat estaria completa sem discorrer sobre o trabalho que é proibido no Shabat. Este é um outro aspecto do Shabat que é mal entendido por pessoas que não o guardam.

A maioria das pessoas vê a palavra "trabalho" e pensam sobre ela no sentido do literal: trabalho e esforço físico, ou emprego. Sob esta definição, acender uma luz seria permitido, porque não exige esforço, mas um rabino não poderia conduzir os serviços do Shabat, porque este é seu emprego. A Lei Judaica proíbe o primeiro e permite o segundo. Muitos, portanto, concluem que a Lei Judaica não faz o menor sentido.

O problema não está na Lei Judaica, mas na definição que é usada. A Torá não proíbe o "trabalho" no sentido empregado no século 21. A Torá proíbe "melachá" (Mem-Lamed-Alef-Hê), que geralmente é traduzido como "trabalho", mas não significa exatamente o que as pessoas imaginam. Antes que você possa começar a entender as restrições do Shabat, é preciso que entenda a palavra "melachá".

Este termo refere-se ao trabalho criativo, ou que exerce controle ou domínio sobre nosso ambiente. A palavra pode estar relacionada com "melech" (rei; Mem-Lamed-Kaf). O exemplo perfeito de melachá é o trabalho de criar o universo, que D’us cessou no sétimo dia. Veja que a obra de D’us não exigiu um grande esforço físico: Ele falou, e foi feito.

A palavra melachá raramente é usada nas Escrituras fora do contexto do Shabat e restrições dos dias festivos. O único outro uso repetido da palavra está na discussão da construção do santuário e seus recipientes no deserto (Shemot cap. 31, 35-38). Notavelmente, as restrições do Shabat são reiteradas durante esta discussão (Shemot 31:13), assim podemos deduzir que a obra de criar o santuário teve de ser parada para o descanso e santificação do Shabat. A partir daí, os rabinos concluíram que o trabalho proibido no Shabat é o mesmo que o trabalho para criar o Santuário. Eles encontraram 39 categorias de ações proibidas, e todas são tipos de trabalhos que foi preciso fazer na construção do Mishcán, Santuário.

1.Semear
2.Arar
3.Colher
4.Agrupar feixes
5.Debulhar
6.Joeirar - dispersar
7.Escolher
8.Moer
9.Peneirar
10.Fazer massa
11.Assar
12.Tosquiar
13.Lavar a lã
14.Desembaraçar a lã
15.Tingir a lã
16.Fiar
17.Esticar e tecer
18.Dar dois nós
19. Tecer dois fios
20. Separar duas linhas
21. Atar
22. Desatar
23. Costurar
24. Rasgar
25. Caçar
26. Abater
27. Pelar o couro
28. Curtir o couro
29. Alisar o couro
30. Demarcar o couro
31. Cortar
32. Escrever ou esculpir letras
33. Apagar
34. Construir
35. Destruir ou demolir
36. Acender fogo
37. Apagar ou diminuir o fogo
38. Bater com martelo (terminar a manufatura de qualquer objeto)
39. Levar um objeto de um domínio privado para o público, ou transportar um objeto em domínio público.

Mishná Shabat, 7:2

Todas estas tarefas estão proibidas, bem como qualquer trabalho que opere pelo mesmo princípio ou tenha o mesmo objetivo. Além disso, os rabinos proibiram entrar em contato com qualquer implemento que poderia ser usado para um dos propósitos acima (por exemplo, não se pode tocar um martelo ou um lápis), viajar, comprar e vender, e outras tarefas dos dias da semana que poderiam interferir com o espírito do Shabat.

O uso da eletricidade é proibido porque serve à mesma função que o fogo ou algumas das outras proibições, ou porque é tecnicamente considerada como "fogo".

A questão do uso do automóvel no Shabat, tão freqüentemente discutida por judeus não observantes, não é um tema controverso para os judeus religiosos. O automóvel funciona com base num motor de combustão interna, que opera queimando gasolina e óleo, uma clara violação da proibição da Torá contra acender um fogo. Além disso, o movimento do carro constituiria transportar um objeto no domínio público, outra violação da proibição da Torá, e com toda a certeza o carro seria usado para percorrer uma distância maior que a permitida pelas proibições rabínicas. Por todos estes motivos, e muitos mais, o uso de um carro no Shabat não é permitido.
Como ocorre com quase todos os Mandamentos, todas as restrições do Shabat podem ser violadas se necessário para salvar uma vida.

Um Shabat típico
Toda a sexta-feira, judeus shomer Shabat, (que cuidam do Shabat), deixam o escritório para começarem os preparativos. O estado de espírito é semelhante a quando se prepara para a chegada de um convidado querido e especial. A casa é limpa, a família toma banho e se veste, as melhores louças são colocadas à mesa, uma refeição festiva é preparada. Além disso, tudo que não pode ser feito durante o Shabat deve ser preparado com antecedência: luzes e aparelhos são ligados (ou timers colocados neles, se a família costuma fazer dessa forma), a lâmpada da geladeira deve ser removida, para que não acenda quando a porta for aberta, e os preparativos para as refeições do Shabat devem ser feitas.

O Shabat, como todos os outros dias judaicos, começa ao anoitecer, porque na história da Criação em Bereshit cap.1, está escrito: "E era noite, e era manhã, dia um." A partir daí, deduzimos que um dia começa com o anoitecer, ou seja, o pôr-do-sol. As velas do Shabat são acesas e uma bênção é recitada no máximo até dezoito minutos depois do pôr-do-sol. Este ritual, desempenhado pela mulher da casa, assinala oficialmente o início do Shabat. Duas velas são acesas, representando os dois mandamentos: zachor e shamor. Há um costume de acender uma vela adicional a cada filho que nasce, além das duas originais, e de meninas, a partir de três anos, acender sua própria vela, auxiliada por sua mãe, que deverá em seguida acender a sua. A família então poderá participar de um Cabalat Shabat em uma sinagoga próxima a sua casa.

Ao retornar da sinagoga, a família se mantém unida em torno da mesa. O homem da casa recita o Kidush, uma prece sobre o vinho, santificando o Shabat. A prece usual para comer pão é recitada sobre duas chalot. Então a família saboreia o jantar. Embora não haja exigências específicas ou costumes sobre o que comer, geralmente as refeições são constituídas de cozido ou alimentos de cozimento lento, por causa da proibição de cozinhar durante o Shabat.

Depois do jantar, o bircat hamazon (Graças Após as Refeições) é recitado. Embora isso seja feito todos os dias, no Shabat é feito de maneira mais relaxada.

Quando tudo isso já foi completado, geralmente são 9 horas, ou mais. A família tem uma hora ou duas para conversar ou estudar Torá, e depois vai dormir.

Na manhã seguinte, os serviços do Shabat começam por volta das 9 horas e continuam até cerca de meio-dia. Após os serviços, a família diz o Kidush novamente e tem outra refeição festiva. Uma refeição típica é o cholent, um cozido preparado lentamente. Quando birkat hamazon é recitada, são cerca de duas horas da tarde. A família estuda Torá por algum tempo, conversa, faz uma caminhada. É comum uma breve soneca no meio da tarde. É tradicional fazer uma terceira refeição antes do final do Shabat. Esta geralmente é uma refeição leve no final da tarde.

O Shabat termina ao cair da noite, quando três estrelas estão visíveis, cerca de 40 minutos após o pôr-do-sol. Na conclusão do Shabat, a família desempenha um ritual de encerramento chamado Havdalá (separação, conclusão). São recitadas bênçãos sobre o vinho, especiarias (cravo) e velas. Então é recitada uma bênção a respeito da divisão entre o sagrado e o secular, entre o Shabat e os dias comuns da semana, etc.

O Shabat é portanto um dia repleto, único e extremamente relaxante. Você não sente falta do celular, de dirigir seu carro ou fazer compras. Para isto você tem seis dias inteirinhos da semana para se programar.

1. O Shabat Dura do Por do Sol de Sexta-Feira até o Anoitecer de Sábado

Toda semana, durante as 25 horas que começam pouco antes do pôr-do-sol na sexta-feira até a noite cair no sábado à noite, o povo judeu celebra o Shabat, um período de descanso e renovação espiritual.

Leia: Shabat, Uma Ilha no Tempo

2. O Dia Anterior Também é Especial

“Quem trabalha na véspera do Shabat”, dizem os sábios, “comerá no Shabat.” O Shabat é tratado como um convidado de honra, e sexta-feira (ou até quinta-feira à noite) um lar judaico é dedicado a se preparar para sua chegada. Por esse motivo, além de chamá-lo de yom shishi ("o sexto dia"), os judeus se referem à sexta-feira como erev Shabat, a "véspera do Shabat".

Leia: Preparando para o Shabat

3. Mulheres acendem velas de Shabat

Mulheres e meninas judias (ou homens, quando não há mulheres presentes) acendem velas de Shabat 18 minutos antes do pôr do sol na sexta-feira à tarde e na véspera dos feriados judaicos, geralmente na sala de jantar onde a refeição festiva ocorrerá em breve. Meninas e mulheres solteiras acendem uma vela e mulheres casadas acendem (no mínimo) duas velas.

4. Shabat é Super Importante no Judaísmo

Shabat é o quarto dos 10 mandamentos e é repetido várias vezes na Torá, tornando-o um dos elementos mais importantes do judaísmo. De fato, o Shabat é tão central na vida judaica que, na linguagem comum, o termo Shomer Shabat (observador do Shabat) é sinônimo de "judeu religioso".

5. Pode Ser Chamado de Shabat ou Shabes

O termo hebraico Shabat foi anglicizado como sábado. A pronúncia tradicional Ashkenazi é SHA-bes. Os sefarditas (e quem fala o hebraico moderno), por outro lado, chamam shah-BAT.

6. Há Várias Saudações de Shabat

A saudação hebraica, usada pelos sefarditas de descendência oriental e pelos que preferem o hebraico moderno, é "Shabat Shalom", que significa "sábado [de] paz".

A tradicional saudação em ídiche dos judeus asquenazis é "Gut Shabos", ou “Gut Shabes”, que significa "Bom sábado". Essa saudação é usada no lugar de "olá" e "adeus". Quando usada na despedida, no entanto, é modificada levemente para "Ah" Shabos.

Se você não consegue se lembrar destes detalhes, diga sempre "Bom Shabat" que todos entenderão o cumprimento.

7. A Torá nos Fornece Duas Razões Para o Shabat

Os 10 mandamentos estão listados duas vezes na Torá, primeiro em Shemot e novamente em Devarim. Na versão de Shemot, somos instruídos a guardar o Shabat: "Por [seis] dias o Senhor fez o céu e a terra, o mar e tudo o que há neles, e Ele descansou no sétimo dia".

Em Devarim, nos é dito para lembrar que, “Escravo fostes na terra do Egito e D’us o tirou de lá com uma mão forte e braço estendido”.

8. A Revelação do Sinai Ocoreu no Shabat

O ponto mais significativo da história judaica foi a Revelação no Sinai, quando D'us comunicou os 10 mandamentos e fez um pacto com o povo judeu depois que ele os tirou do Egito. Este momento magnífico, de acordo com os sábios do Talmud, ocorreu no Shabat.

Leia: O Monte Sinai

9. 39 Tipos de Ações Proibidas no Shabat

Embora “trabalho” seja geralmente definido como atividades que geram fundos ou requerem energia significativa, o trabalho que evitamos no Shabat é definido de maneira um pouco mais ampla. Os sábios do Talmud enumeram 39 atos criativos proibidos, cada um dos quais é uma "matriz" com várias "ramificações" que também são proibidos devido à sua semelhança intrínseca aos atos da matriz.

Por exemplo, o trabalho de acender/cozinhar contém direção (que é alimentada por combustão), e o acender e apagar luzes e/ou operar aparelhos elétricos entram nesta proibição.

Leia: Os 39 Trabalhos Proibidos

10. O Tratado Shabat Possui 24 Impressionantes Capítulos

A aplicação complexa das 39 melachot, trabalhos proibidos no Shabat, e suas permutações é abordada no Talmud, o texto central do judaísmo rabínico. O Tratado Shabat é um dos maiores do Talmud, com 24 capítulos, perdendo apenas para o Tratado de Kelim, que possui 30.

Leia: Por que o Talmud é em Aramaico?

11. Comemos Três Refeições no Shabat

“E você deve declarar o Shabat um deleite”, diz o profeta Yeshayahu. De fato, as refeições festivas são grande parte da observância do Shabat. Comemos (pelo menos) três refeições no Shabat: uma na sexta à noite, uma no almoço do dia seguinte e outra menor no final da tarde.

12. Anjos nos Acompanham na Sexta-feira a Noite

A tradição nos diz que dois anjos nos acompanham no caminho para a refeição da sexta-feira à noite. Isso deu origem à música clássica de Shalom Aleichem, na qual damos as boas-vindas aos anjos em nosso lar, pedimos que eles nos abençoem e então os enviem a caminho. A canção é seguida por outra, Eishet Chayil, a famosa ode do Rei Shlomo à Mulher da Valor.

Leia: Shalom Aleichem

13. Kidush: Abençoamos o Shabat com Vinho

A Torá nos ordena a "lembrar o dia do sábado para santificá-lo". Os sábios entendem que isso significa que devemos declarar verbalmente o Shabat como um dia santo, portanto, na sexta-feira à noite, antes de nos sentarmos para jantar, recitamos uma prece sobre o vinho. um ritual conhecido como kidush (santificação). (Um outro kidush é recitado novamente no dia seguinte, antes da refeição).

Leia: O Kidush

14. Começamos Cada Refeição com Duas Chalot

Começamos cada refeição do Shabat recitando a bênção de hamotzi sobre dois pães. É tradicional o uso de pães trançados, conhecidos como chalá. Depois de fatiado, o pão é mergulhado em sal e distribuído a todos os presentes.

Leia: Por que Comer Chalá

15. É Costume Comer Peixe

O primeiro prato servido no jantar de Shabat é geralmente peixe, preparado de várias maneiras, refletindo as diversas culturas nas quais o povo judeu viveu ao longo de nossa longa história. Os judeus marroquinos produzem deliciosos tahines de peixe, enquanto um prato básico Ashkenazi é o guefilte fish, feito de peixe moído. Um favorito contemporâneo do Shabat é a salada de sushi, feita com ingredientes kosher.

Leia: Guefilte Fish

16. Os Pratos Quentes Tradicionais São Sopa de Frango e o Cholent

Embora seja proibido cozinhar no Shabat, é permitido, sob certas circunstâncias, deixar que alimentos prontos permaneçam e cima de chapa sobre fogo pré existente ou sobre chapa elétrica [ambos preparados antes do Shabat]. Assim, é costume desfrutar de canja de galinha (com kneidalach, bolinhos cozidos de matsá) nas noites de sexta-feira. No dia seguinte, muitos Ashkenazim desfrutam do cholent, uma mistura de carne, feijão, cevada e batata que está cozinhando sobre a chapa desde sexta-feira. O equivalente sefardita é conhecido como dafina ou hameen.

Veja receitas: Kneidalach e Cholent

17. Shabat é Recebido Como Uma Rainha ou Noiva

Na sexta-feira à noite, quando o sol se põe, é costume cantar uma coleção do Tehilim, seguida pelo poema místico de Lecha Dodi, no qual cantamos a doçura descendente do Shabat, a quem nos referimos como uma linda noiva e amada rainha.

Esse conceito remonta ao Talmud, onde lemos que o rabino Chanina se envolvia em roupas festivas na véspera do Shabat e dizia: “Venha, e sairemos para cumprimentar a rainha do Shabat.” Outro sábio, rabino Yannai, vestia suas roupas especiais na véspera do Shabat e dizia: “Entre, ó noiva. Entra, ó noiva.

18. Os Serviços do Shabat de Manhã São os Mais Longos da Semana

O povo judeu reza na sinagoga todas as manhãs, tardes e noites. Obviamente, isso inclui o Shabat. Como o Shabat é um dia de descanso e de conexão espiritual, é natural que os serviços de Shabat sejam um pouco mais longos, com mais cantos e acréscimos.

19. Parashá: Outra Porção da Torá é Lida em Todo Shabat

Um destaque nas preces de Shacharit de Shabat é quando o rolo da Torá é removido da Arca Sagrada e lido em voz alta. A Torá é dividida em 53 partes (às vezes calculada como 54). Toda semana, lemos outra parte, chamada parashá, completando o pergaminho inteiro anualmente na festa de Simchat Torá. Toda parashá tem um nome (retirado de uma de suas primeiras palavras), e esse nome é dado durante toda a semana que antecede o Shabat no qual essa parte é lida, durante a qual o texto, os temas e as lições da parashá são estudados.

Saiba mais: Arquivo das Parshiot

20. O Kidush do Shabat de Dia

Os serviços das manhãs de Shabat na sinagoga são com frequência (mas nem sempre) seguidos de um kidush comunitário, que pode variar desde um simples lanche com biscoitos e saladas, a um almoço completo de confraternização. Conhecida como um kidush, este é o momento de conversar com seus amigos, frequentadores, e desfrutar de uma socialização sem pressa no Shabat.

21. Dormimos Mais no Shabat

Há quem diga que a palavra Shabat (שבת) é um acrônimo para shinah beshabat taanug, “dormir no Shabat é um prazer.” Os passatempos favoritos do Shabat incluem estudo da Torá, uma soneca e passear. Relaxar em um tempo de qualidade com a família e os amigos é um prazer único no Shabat.

22. Não carregamos fora de um eruv no Shabat

No Shabat, uma das 39 atividades proibidas é transportar qualquer item a uma distância de quatro cubitos (aproximadamente seis pés) ou mais dentro de um domínio público. Isso também inclui o transporte de coisas de um domínio privado para um domínio público ou vice-versa. Nesse contexto, “privado” e “público” têm pouco a ver com quem detém a ação e tudo a ver com as propriedades físicas e a função da área.

Certas áreas com pequenas populações podem ser transformadas em domínios privados, construindo uma barreira conhecida como eruv. Hoje, muitos bairros judaicos são cercados por um eruv, permitindo que as pessoas transportem bebês no carrinho, carreguem livros para a sinagoga ou chaves quando vão passear no Shabat.

Leia: O Que é Eruv?

23. O Shabat é Encerrado com Melodias, Vinho, Especiarias e Chama

Assim como damos as boas-vindas ao Shabat com kidush sobre o vinho, recitamos um texto especial em uma cerimônia de encerramento do Shabat chamada Havdalá. Essa cerimônia curta, mas bonita, incorpora cheiros de especiarias perfumadas (para restaurar e alegrar nossos espíritos que ficaram tristes com a partida do Shabat) e se beneficiando da chama da vela especial de havdalá.

 

24. Sábado à Noite Também é Especial

Sábado à noite, o término de Shabat é conhecido como motzaei Shabat, "a partida do Shabat", durante a qual ainda desfrutamos de sua santidade. É costume realizar uma refeição especial nesta noite chamado melavê malka ("escoltar a rainha"). É comum contar histórias de nossos sábios, pessoas justas.

Leia: Melavê Malka

25. Shabat é Um Prelúdio Para a Era Messiânica

Shabat, um dia de descanso e de elevação espiritual, é um prelúdio do prazer que experimentaremos na era de Mashiach, quando a paz e a abundância prevalecerão, e a presença de D'us ficará clara para todos verem. Não é surpresa, portanto, que nos digam que a recompensa por guardar o Shabat é a chegada de Mashiach.

Que isso aconteça brevemente em nossos dias.

Amém!

Os 39 Trabalhos proibidos

O Shabat é um presente Divino, um dia destinado a renovação de nossas forças e energias e diretriz da semana que irá começar. Para alcançar essa inspiração, e descanso espiritual, a Torá instituiu uma série de trabalhos (melachá, pl., melachot), os quais somos proibidos de fazer no Shabat.

A tarefa proibida de realizar no Shabat não é necessariamente um trabalho pesado. Pode ser o simples ato de apertar o botão do interruptor para acender uma luz, que não requer muito esforço. Na maioria dos casos, é um trabalho por meio do qual cria-se algo que não existia antes, como uma nova faísca de eletricidade. 

Assim como D’us terminou a Criação em seis dias e "descansou" no sétimo, nós, que nos espelhamos n'Ele, nos privamos de "criar" no dia de Shabat, demonstrando claramente que acreditamos que só Ele é o Criador.

Não existe na Torá uma descrição explícita dos trabalhos proibidos no Shabat. Porém, nossos sábios chamam a atenção para o fato de que o mandamento de cuidar para não fazer trabalho no Shabat antecede imediatamente a ordem da construção do Santuário no deserto. Como cada detalhe na Torá foi projetado para nos transmitir uma lição de vida, nossos sábios concluíram que o Shabat antecede os trabalhos necessários para a construção e funcionamento do Mishcán. Portanto, a intençnao da Torá é nos ensinar que no Shabat não devemos realizar estas tarefas especÌficas, exceto em caso de risco de vida, pois salvar uma vida precede qualquer proibição de Shabat. 

O Santuário foi construído de madeira, revestido de ouro, coberto por fora com peles de animais e internamente por cortinas costuradas com fios de pelo de cabrito. Assim, todos os trabalhos ligados ao plantio, tecelagem, costura, curtimento, construção, escrita, cozimento e transporte de objetos de um local a outro, dispensado na construçã do Santuário, são proibidos no Shabat.
Os trabalhos no Mishcán eram destinados às seguintes tarefas: onze para o feitio do pão (desde semear o trigo até assar o pão); treze para a confecção dos tecidos (desde a extração da matéria-prima à tecelagem); sete para o preparo dos couros (desde o abate do animal ao curtimento); sete relativos à montagem do Santuário; e um ao carregamento de suas partes e objetos.

Somam-se no total 39 trabalhos, denominados "trabalhos matrizes" ("avot melachot"). Nossos sábios, identificaram o caráter básico de cada um - por sua finalidade ou pelo modo como é feito - e apontaram uma série de outros atos aos quais esses aspectos se aplicam; consequentemente, estão incluídos nos trabalhos proibidos pela Torá, sendo derivados e/ou ramificações dos trabalhos matrizes. Além disso, há vários trabalhos que nossos sábios nos restringiram de fazer, para ter no Shabat uma atmosfera menos ligada ao cotidiano e também para não transgredir qualquer proibição da Torá. Vale notar que os acréscimos dos sábios às leis da Torá têm aprovação Divina, pois a própria Torá nos ordena obedecer os sábios.

Os 39 trabalhos matrizes proibidos no Shabat estão enumerados a seguir, acompanhados de exemplos práticos para ilustrar como e onde se aplicam hoje em dia:


1. "Arar" - cavar a terra, tornando-a mais propícia ao plantio.

Exemplos práticos desta proibição: revolver a terra com ajuda de animal, arado ou trator; arrastar um banco pesado ou brincar com bolas de gude sobre o solo.


2. "Semear" - ato para estimular o crescimento da planta.

Exemplos práticos desta proibição: jogar sementes frutíferas na terra; dispor flores num vaso com água; colocar adubo ou inseticida numa planta.


3. "Colher" - desenraizar uma planta do local onde cresceu.

Exemplos práticos desta proibição: cortar grama; colher frutas. Nossos sábios proibiram subir em àrvores ou embalar-se numa balança pendurada num galho.

4. "Agrupar a colheita" - agrupar cereais, frutos ou vegetais no local onde cresceram.

Exemplos práticos desta proibição: agrupar laranjas que caíram da àrvore; fazer um buquê de flores.
Esse trabalho só se aplica a derivados da terra e no local onde nasceram. Portanto, é permitido juntar livros no jardim ou maçãs espalhadas na cozinha.


5. "Debulhar" - separar a parte utilizável (desejada) dos produtos da terra da inutilizável (indesejada), usando força ou pressão. Antigamente, para separar a semente da casca do cereal, usava-se uma tábua especial amarrada a um animal, que arrastava-a sobre os grãos, separando-os.

Exemplos práticos desta proibição: fazer suco de uva; ordenhar vaca; espremer suco de fruta cítrica; tirar ervilha da casca (se a casca não for comestível).
É permitido espremer suco de limão diretamente sobre salada ou peixe para temperá-los, se estes não contêm nenhum líquido.


6. "Dispersar o grão ao vento" - jogar sementes ao vento para separar a parte utilizável (desejada) da não utilizável (indesejada). Mais uma forma que usava-se antigamente para separar as cascas dos grãos era jogar o cereal ao vento; assim a palha que é mais leve voava enquanto os grãos caíam no solo.

Exemplos práticos desta proibição: cuspir em direção ao vento; assoprar em amendoins para que as cascas voem e se separem.

7. "Selecionar e separar" alimento não utilizável (indesejado) do utilizável (desejado) ou separar de acordo com diferentes tipos.

Exemplos práticos desta proibição: separar a cebola (que não se quer comer) da salada; separar uma fruta estragada das demais; usar um descascador; descascar frutas ou legumes (mesmo com faca ou a mão) com antecedência; selecionar alimento sólido de uma sopa por meio de escumadeira; classificar utensílios, brinquedos ou livros de acordo com tamanhos e tipos.
É permitido descascar frutas ou legumes com faca ou a mão (não com descascador), desde que seja pouco tempo antes ou durante a refeição.

8. "Moer" - desfazer algo sólido em pedaços muito pequenos.

Exemplos práticos desta proibição: ralar legumes, picar verduras em pedaços pequenos, amassar batata cozida com amassador; amassar banana ou abacate com garfo; serrar madeira com interesse na serragem. Nossos sábios proibiram tomar remédios ou vitaminas em Shabat, exceto em caso de doença.
É permitido amassar com garfo alimento que não cresce na terra (como ovo cozido) ou esfarelar pão ou bolo.

9. "Peneirar" - separar alimento utilizável (desejado) do não utilizável (indesejado) por meio de peneira, coador ou similar.

Exemplos práticos desta proibição: peneirar farinha; coar vinho num coador especial; peneirar areia.

10. "Fazer massa" - formar massa consistente, misturando ingredientes.

Exemplos práticos desta proibição: fazer mingau (cereal em pó + leite), gelatina (pó + água), creme de chocolate (cacau ou chocolate em pó + margarina) ou cimento (cal + água); misturar purê de batata com manteiga ou margarina; misturar maionese com ketchup, formando consistência pastosa (se for líquida, é permitido).
É permitido misturar cereal em flocos com leite. Ao fazer mingau de cereal em pó para beber, deve-se colocar primeiro o leite no prato e depois acrescentar o cereal, formando uma massa líquida (não sólida).

11. "Assar/cozinhar/fritar" - colocar alimento sobre fogo ou qualquer fonte de calor, como chama aberta, chapa elétrica, brasa, chapa de metal pré-aquecida ou até em banho-maria na panela que já esteve por cima do fogo ou da chapa. Exige-se muita prudência ao aquecer alimentos no Shabat para não chegar a transgredir esta proibição, que inclui inúmeros detalhes.

Exemplos práticos desta proibição: esquentar alimento sobre fogo; misturar alimento que ainda está na panela onde foi cozido (exceto água); tampar panela (que está sobre a chapa) se a comida não estava totalmente cozida na entrada do Shabat; abrir torneira de água quente.
Para ter comida quente no Shabat, deve-se deixar previamente os alimentos por cima de um fogo coberto por uma chapa de metal ou numa chapa elétrica (costuma-se cobrir os botões para não regulá-los distraidamente); É permitido aquecer alimento sólido(sem molho ou gordura) por cima (mas não dentro) de panela que se encontra nesta chapa. É permitido cozinhar diretamente no calor do Sol, mas não sobre algo que foi previamente aquecido pelo Sol; portanto, pode-se esquentar um ovo no calor dos raios do Sol sobre prato, panela ou frigideira fria (se o utensílio foi previamente esquentado no Sol, é proibido), mas é proibido utilizar água quente de aquecedor solar.

12. "Tosquiar" - aparar pelos que cresceram no corpo do animal ou do homem.

Exemplos práticos desta proibição: depenar ave; cortar cabelo; cortar ou roer unhas; passar pente ou escova nos cabelos (que podem arrancar os cabelos) tirar sobrancelhas.

13. "Lavar" - tornar tecido ou roupa mais limpo.

Exemplos práticos desta proibição: tirar qualquer mancha; deixar tecido de molho; colocar roupa na máquina; torcer pano molhado; pendurar roupa molhada para secar.
É permitido jogar água sobre objeto de couro sem esfregá-lo.

14. "Desembaraçar a lã não trabalhada". A lã extraída do carneiro quando tosado encontra-se embaraçada e repleta de elementos estranhos como terra e areia. Antigamente passava-se uma espécie de pente para retirar impurezas e desembaraçá-la.

Exemplos práticos desta proibição: pentear fios de lã, linho ou algodão.

15. "Tingir" - alterar ou fortificar a coloração.

Exemplos práticos desta proibição: tingir tecidos; alterar cores através de recursos químicos; pintar qualquer objeto com rolo, pincel ou spray; passar batom nos lábios ou maquiagem nos olhos ou no rosto; enxugar as mãos num tecido com sujeira que pode acabar coloridindo o tecido como alimentos entre os quais morango, vinho, etc.
É permitido alterar a coloração de alimentos para melhorar seu sabor. Pode-se usar guardanapos de papel para enxugar as mãos.

16. "Fiar" - esticar e enrolar manual ou mecanicamente lã ou outra matéria prima já penteada e tingida.

Exemplo prático desta proibição: enrolar fios do tsitsit.

17. "Esticar o fio para prepará-lo para tecer" - esticar os fios entre os dois extremos da roca (máquina de fiar).

Exemplo prático desta proibição: esticar fios (numa direção) em moldura de tear manual, como para iniciar a tecer um tapete.

18. "Passar o fio entre dois anéis". No tear, os fios são passados por vários anéis que se alternam entre si, subindo e descendo, para compor o tecido.

Exemplos práticos desta proibição: fazer uma peneira; entrelaçar cesta de vime ou cadeira de palha.

19. "Tecer" - entrelaçar fios no sentido horizontal por entre fios esticados verticalmente. Com este trabalho confecciona-se o tecido propriamente dito.

Exemplos práticos desta proibição: fazer tricô ou tapeçaria; trançar corda ou fios.

20. "Desfazer os fios a fim de retocá-los".

Exemplos práticos desta proibição: puxar fio solto na roupa; retirar tapete da moldura onde foi confeccionado.

21. "Atar" - dar nó que não se desfaz facilmente.

Exemplos práticos desta proibição: fazer nó de marinheiro; apertar nó de tsitsit; fazer nó duplo; trançar dois fios para formar corda; juntar dois cordões com um nó, formando um só cordão.
É permitido fazer nó de gravata ou amarrar o sapato (mesmo se não for desfeito dentro de 24 horas), pois na verdade trata-se de laço, que não é considerado nó.

22. "Desatar" - desfazer um nó (o qual não teria sido permitido fazer no Shabat).

Exemplos práticos desta proibição: desatar fio que junta par de meias novas; desfazer nó duplo; desatar corda, separando os fios individualmente.
Se um laço no sapato complicou-se e acabou formando um nó, é permitido desfazê-lo de forma não usual (com shinui) se tiver que tirá-lo.

23. "Costurar" - unir dois tecidos ou materiais em geral.

Exemplos práticos: fazer bainha de roupa; colar papéis com fita adesiva ou cola; puxar e/ou enrolar fio de botão que está caindo para torná-lo mais firme.
Zíper ou velcro não são considerados costura e, portanto, é permitido abrir ou fechá-los no Shabat.

24. "Rasgar intencionando suturar" - rasgar qualquer material para uni-lo depois.

Exemplos práticos desta proibição: descoser a fim de costurar novamente; abrir envelope colado ou lacrado.
É permitido rasgar saquinho de papel ou plástico para retirar o alimento de maneira que o saquinho não será reaproveitado (com cuidado para não rompê-lo no meio de letras impressas nem descolá-lo).

25. "Caçar" - aprisionar um animal vivo e impedir que se livre.

Exemplos práticos desta proibição: perseguir animais com cachorro de caça; tampar uma garrafa onde um mosquito entrou; espalhar ratoeira.
É permitido prender e/ou matar animais (como cobra ou serpente) quando são ameaça iminente à vida da pessoa.

26. "Abater" - Tirar a vida de um animal.

Exemplos práticos desta proibição: fazer o ritual da shchitá; borrifar inseticida; pescar; espalhar veneno contra animais ou insetos; causar hematoma; tirar sangue de pessoa ou animal.
É permitido aplicar repelente sobre o corpo, pois não se está matando os insetos, e sim impedindo que se aproximem.

27. "Pelar o couro" - retirar pele de animal morto.

Exemplo prático desta proibição: separar couro em camadas.
É permitido retirar a pele do frango cozido (próximo ou durante a refeição), pois é considerado parte do alimento.

28. "Curtir o couro" - preparar couro, usando sal, cal, ou outros meios.

Exemplos práticos desta proibição: engraxar sapato de couro mesmo com graxa incolor; salgar a carne crua após o abate; colocar legumes para curtir; devolver um pepino azedo meio curtido para salmoura.
É permitido temperar uma salada, próximo à refeição, colocando outros temperos antes ou junto com o sal.

29. "Alisar o couro" - retirar pêlos e imperfeições do couro.

Exemplos práticos desta proibição: lixar algo; alisar argila; colar vela com chama de fogo (mesmo nos dias festivos); passar creme na pele.
Em caso de doença é permitido aplicar pomada (de forma não habitual – com shinui) numa ferida, sem alisá-la (mesmo que se alise por si só).

30. "Demarcar o couro" para cortá-lo.

Exemplos práticos desta proibição: traçar linhas para escrever sobre elas; fazer pontilhado para saber onde dobrar ou cortar o objeto.

31. "Cortar" seguindo uma certa medida.

Exemplos práticos desta proibição: cortar um desenho seguindo o pontilhado; arrancar folhas de caderno; apontar lápis; cortar papel higiênico ou saquinho plástico de um rolo; separar lenço de papel quando um está preso ao outro; serrar madeira ou metal; cortar pano; separar páginas de um livro quando estas não foram cortadas na gráfica.

32. "Escrever" ou esculpir letras, figuras ou sinais que sirvam como códigos de comunicação.

Exemplos práticos desta proibição: escrever com dedo sobre líquido que derramou na mesa, num vidro embaçado ou na areia, carimbar, unir peças de quebra cabeças; bordar letras ou figuras.
Nossos sábios proibiram uma série de ações em que é quase automático o uso da escrita, como negociar (pois implica em fazer contrato); medir ou pesar algo; dar um presente; trabalhar no Shabat em troca de um salário diário; fazer contas de matemática; ler no jornal propaganda sobre compra e venda de móveis ou imóveis.
É permitido medir febre com termômetro.

33. "Apagar" - anular qualquer escrita ou código comunicável com a intenção de reescrever no mesmo local.

Exemplos práticos desta proibição: apagar lousa escrita com giz; apagar com borracha; cortar embrulho onde há letras escritas; cortar letras carimbadas ou coladas em frutas.
Nossos sábios proibiram ler listas de qualquer tipo para não chegar a apagar algo da lista.
É permitido comer alimentos cujas letras são parte do próprio alimento, como biscoitos (neste caso, as letras e o alimento são considerados um único elemento). Porém, quando o alimento e as letras são compostas de materiais diferentes, como letras escritas com creme sobre um bolo de chocolate, as letras devem ser retiradas por completo antes de cortar o bolo.

34. "Construir" - ação ligada à montagem ou construção.

Exemplos práticos desta proibição: todas as tarefas relativas à construção, como cavar, encaixar portas e janelas, furar ou bater prego na parede, etc.; montar tenda; abrir guarda-chuva; montar qualquer utensílio; fazer queijo; fazer trança de cabelos; usar spray para fixar penteado.

35. "Destruir ou demolir" com a intenção de reconstruir no local.

Exemplos práticos desta proibição: retirar telhas do telhado; arrancar prego da parede; arrombar porta; desfazer tenda; desfazer caixa de madeira; desmanchar trança de cabelos.

36. "Acender fogo" - aumentar, prolongar ou propagá-lo.

Exemplos práticos desta proibição: riscar fósforo; acender chama de gás; ligar luz elétrica (por isso é proibido abrir porta de geladeira que automaticamente acende a luz interna; a lâmpada da geladeira deve ser desativada ou afrouxada antes do Shabat); acrescentar azeite numa lamparina; ligar motor do carro; acelerá-lo; obter faíscas através do atrito entre duas pedras; refletir a luz do Sol em lente de aumento para queimar papel.

37. "Apagar fogo" ou diminui-lo.

Exemplos práticos desta proibição: apagar fogo através de vento (abrindo janela), areia ou sopro; abaixar fogo ou chama de gás; desligar luz elétrica; retirar azeite de uma lamparina; desligar motor do carro.
Nossos sábios proibiram ler à luz de azeite, pois estando concentrada na leitura a pessoa pode esquecer que é Shabat e mexer no pavio ou no azeite para enxergar melhor.

38. "Terminar a manufatura de qualquer objeto" (denominado "bater com martelo", pois o ferreiro termina sua obra com uma última martelada) - dar o "toque final" para que um objeto possa ser utilizado.

Exemplos práticos desta proibição: afiar faca; desentortar garfo; colocar cordão num sapato novo; retirar fios deixados por costura; cortar uma lasca de madeira para usar como palito de dentes; encaixar pé que se soltou da cadeira; apertar parafuso para recolocar lente de óculos.
Nossos sábios proibiram mergulhar qualquer utensílio no micve; nadar; remar; tocar instrumentos musicais.

39. "Transportar de propriedade particular para pública e vice-versa" - transportar, jogar, entregar, empurrar ou fazer qualquer tipo de transferência de uma área de propriedade pública para uma de propriedade privada ou vice-versa, a não ser vestir roupas e outros adornos como kipá, óculos de grau, jóias, etc. Também é proibido carregar qualquer objeto num perímetro equivalente à distância de 1,92 m, em área de propriedade pública.

Exemplos práticos desta proibição: sair para a rua com lenço ou chave no bolso; mastigando bala ou chiclete; com botão solto na roupa; com óculos de leitura ou de sol; entregar ou jogar um objeto pela janela ou porta de residência particular para alguém que se encontra na rua ou vice-versa.
Se a pessoa encontra-se numa propriedade pública e se dá conta que está com algum objeto no bolso, não deve parar; se o objeto não for de valor, deve deixá-lo cair enquanto continua andando (sem dar uma parada); se for de valor, deve continuar andando até voltar à propriedade particular de onde saiu com o objeto no bolso, sem parar no caminho.
É permitido levantar um grampo de cabelo que caiu na rua e recolocá-lo no cabelo se não ultrapassar 1,92 m ao fazê-lo.
Além destes 39 trabalhos matrizes há outras tarefas proibidas por ordem rabínica para que o Shabat seja completamente diferente de um dia comum da semana. A seguir veremos alguns exemplos:

a. A proibição de transformar um sólido em líquido; assim, não se pode desmanchar gelo na mão para beber o líquido que se forma, embora seja permitido colocar gelo num copo com água para gelar a água; não se pode usar um sabonete sólido, pois se transforma em líquido. É permitido usar sabonete líquido.

b. A proibição de manusear objetos proibidos, como máquina fotográfica, instrumento musical, caneta, vela, fósforo, tesoura, etc. Também é proibido manusear animais em geral.

c. A proibição de fazer algo que, embora não seja proibido por si só, pode parecer proibido aos olhos do observador; por exemplo, ligar um aparelho num timer antes do Shabat (quando usualmente não é usado assim), como para forno de microondas, aparelho de televisão, rádio, etc. (é permitido usar um timer para luz elétrica, aquecedor ou ar condicionado.)

d. A proibição de realizar no Shabat tarefas que destoam da santidade do dia; por exemplo um moÌnho cujo dono é judeu não pode funcionar no Shabat; não é permitido assistir TV, ao passar por um aparelho que esteja ligado mesmo que este não nos pertença.

e. A proibição de falar no Shabat sobre assuntos mundanos; por exemplo, programar no Shabat um trabalho que será feito durante a semana (se esta é tarefa proibida de se realizar no Shabat).
Neste artigo colocamos apenas um pequeno resumo das leis que regem os trabalhos proibidos no Shabat. Para conhecê-los mais detalhadamente é necessário um estudo mais profundo. Um rabino deve sempre ser consultado.


Sentir e cumprir o Shabat é algo ímpar e incomparável, sobre o qual está escrito que o Shabat é chamado "um gostinho do Olám, Abá, Mundo Vindouro".