Criar um Site Grátis Fantástico
Translate this Page

Rating: 4.6/5 (187 votos)

Partilhe esta Página

 

 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 


Teshuvá
Teshuvá

Teshuvá (em hebraico תשובה, literalmente retorno) é a prática de voltar às origens do judaísmo. Também tem o sentido de se arrepender dos pecados de maneira profunda e sincera. Aquele que passa pelo processo de teshuvá com sucesso é chamado de Baal Teshuva.

Nos textos sagrados do judaísmo existem termos que não são facilmente traduzíveis. Isto é o que acontece com a palavra teshuvá que é traduzida como arrependimento, mas na realidade se trata de uma ideia mais complexa e profunda.

É possível praticar teshuvá em qualquer época do ano, mas o momento mais propício é durante o último mês do calendário hebraico.

Durante o tempo de teshuvá é necessário adotar uma postura espiritual baseada no remorso e no arrependimento pelos pecados cometidos. Em outras palavras, os danos causados devem ser reparados para não serem cometidos novamente. Pode-se dizer que neste processo de introspecção há um julgamento sobre si mesmo. Não se trata de uma simples autocensura, mas de pensar em suas próprias ações com o objetivo de aliviar o espírito. Neste diálogo interior existe, por sua vez, um diálogo com Deus.

O tempo dedicado à teshuvá está destinado à plenitude e à concordância entre o que se pensa, o que se diz e o que se faz.

O processo da teshuvá

Em primeiro lugar, os comportamentos negativos são renunciados, decidindo livremente que não serão repetidos no futuro. Em seguida, há um ato de confissão através das palavras (com a verbalização do erro se busca o esclarecimento do conflito interno). Por último, há um compromisso pessoal para que o erro não volte a acontecer.

Uma vez finalizado o processo de arrependimento, há uma maior conexão entre o homem e Deus, devido a isso a ideia de teshuvá é entendida como se fosse um retorno a Deus. Não devemos esquecer que o arrependimento precisa ser entendido como um ato de amor a Deus.

Todo este processo terá sentido quando surgir uma nova oportunidade de atuar indevidamente e, no entanto, acaba atuando de maneira correta.

O ato de arrependimento entre os católicos tem um significado similar

Para um fiel católico, quando se realiza uma ação indevida ou um pecado é necessário obter o perdão de Deus. Assim, através do sacramento da confissão, os fiéis confessam seus pecados e por meio da ação do Espírito Santo, o sacerdote lhe concede o perdão pelos pecados cometidos.

No entanto, o pedido de perdão só faz sentido quando existe a vontade de não cometer o mesmo erro novamente. Em outras palavras, só existe validade quando há um propósito sincero de arrependimento pelos pecados cometidos.

 

305


TESHUVÁ

O Estudo da Torá e a Aproximação a D’us

A Teshuvá Está ao Alcance de todos

“Ki hamitsvá hazot asher anochi metsavechá hayom lô niflet hi mi-

mechá velô rechocá hi. Lô Bashamáyim hi lemor mi yaalê lánu hasha-

máyma veyicachêha lánu vetashmienu otá venaassêna. Velô meêver

layam ... ki carov elêcha hadavar meod beficha uvilvavechá laassotô”

(Devarim 30:11-14) – Porque este mandamento que Eu te ordeno

hoje não está fora de seu alcance, nem está longe de você. Não está

nos Céus para dizeres: Quem subirá por nós ao céu para nos trazê-lo

e fazer-nos ouvir para que o observemos. Nem está além do mar para

dizeres: Quem passará por nós além do mar para nos trazê-lo e fazer-

nos ouvir para que o observemos. Pois isto está muito perto de ti, na

tua boca e no teu coração para que o observes.

Em seu comentário sobre a Torá, o Ramban nos diz que na passa-

gem acima mencionada, ki hamitsvá hazot – que este mandamento, a

Torá se refere ao mandamento da teshuvá – arrependimento.

Faremos algumas observações sobre a teshuvá, uma vez que esta

Parashá é geralmente lida no Shabat antes de Rosh Hashaná, quando

têm início “Asseret Yemê Teshuvá” – os dez dias de arrependimento.

Já que a Torá nos diz que a teshuvá está muito próxima de nós e

que ela é de fácil alcance, por que então não nos recuperamos ime-

diatamente? Por que os “baalê teshuvá” (adeptos da teshuvá) não são

maioria? Uma das respostas, é que o ser humano acostuma-se à si-

tuação na qual se encontra. Se sentisse o quanto se distanciou da

309

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

Torá e de suas mitsvot, imediatamente tomaria o caminho da teshuvá.

O que é teshuvá?

O que devemos fazer para cumprir as exigências da teshuvá?

Para responder a primeira pergunta, traremos o versículo de

Cohêlet (7:29): “Haelokim assá et haadam yashar vehema bikshu che-

shbonot rabim” – O Todo-Poderoso criou o homem com a natureza

de ser correto (o instinto espiritual sadio nos faz seguir em direção

a nossa origem Divina e nos aponta a direção e a tendência de nos

aproximarmos do Todo-Poderoso). Porém as ponderações que o ho-

mem fez e as muitas influências de vários setores da vida, como a mí-

dia e a ciência, fazem com que o ser humano perca sua fé e afaste-se

do Criador, de Sua Torá e de Suas mitsvot.

Da mesma forma que o corpo precisa renovar-se e recuperar as

forças que se esgotaram durante o dia – e isso acontece por intermé-

dio do sono durante a noite – assim nosso lado espiritual necessita

recuperar suas energias – e isso acontece por meio da teshuvá.

Portanto, a teshuvá nada mais é do que a volta a nossas origens,

ao caminho da Torá e à verdade, que está oculta em nossos corações.

O Rambam em Hilchot Teshuvá (cap. II par. 2) responde à sua per-

gunta. Quem pecou, que abandone o pecado, tire-o de seu pensamen-

to e tome em seu coração a decisão de não mais voltar a cometê-lo,

conforme está escrito: “Yaazov rashá darcô veish aven machshevotav”

(Yesha’yáhu 55:7) – Abandone o perverso seu caminho e seus maus

pensamentos. Que se arrependa sobre o passado, conforme escrito:

“Ki acharê shuvi nichámti” – Após meu retorno me arrependo (sobre o

passado). E que o Todo-Poderoso testemunhe, sobre aquele que fez

teshuvá, que ele não mais voltará a esse mesmo caminho, conforme

está escrito: “Velô nomar od Elokênu lemaassê yadênu” (Hoshea 14:4).

Além disso, é necessário confessar com seus próprios lábios so-

bre as irregularidades que cometeu. Este último detalhe refere-se

sobre o Viduy pronunciado diariamente nas orações de Shachrit e

310

TESHUVÁ

Minchá após a Amidá, por meio do qual o indivíduo confessa perante

D’us eventuais irregularidades que cometeu.

Segundo esse relato do Rambam, portanto, são três as condi-

ções da teshuvá:

– Abandonar o pecado na prática e não mais pensar sobre ele.

– Arrepender-se sobre o passado.

– Pronunciar o Viduy, desculpando-se perante o Todo-Poderoso.

No Talmud Yerushalmi Macot (cap. II par. 6) consta a seguinte pas-

sagem: Perguntaram à sabedoria qual é a pena do pecador e a res-

posta foi “chataim tirdof raá” – Que o mal persiga os pecadores. Per-

guntaram à profecia e a resposta foi “hanêfesh hachotet hi tamut” – a

alma que pecou, que seja punida com a morte. Perguntaram à Torá

e veio a resposta “yavi corban veyitchaper lo” – Que traga a oferenda

e será perdoado. Perguntaram finalmente ao Todo-Poderoso e veio a

resposta – Que faça a teshuvá e será perdoado.

Portanto, o mistério da teshuvá foi somente desvendado pelo

próprio Criador, pois somente Ele pode apagar as manchas negativas

do passado, abrindo, à nossa frente, uma nova perspectiva de recu-

peração e aproximação a Ele e a Seus mandamentos, como nos diz o

próprio Rambam (Hilchot Teshuvá cap. 7): É grandiosa a teshuvá, pois

aproxima o ser humano de D’us.

Os que estavam ontem distantes de D’us, podem ficar hoje

queridos e próximos a Ele por intermédio da teshuvá. Quem estava

ontem muvdal (separado) do Criador, como diz o versículo: “Avono-

techem hayu mavdilim benechem leven Elokechem” (Yesha’yáhu 59:2)

– Vossos pecados vos separavam de vosso D’us, pode estar hoje mu-

dbac (próximo) a D’us, como está escrito: “Veatem hadevekim Bashem

Elokechem, chayim culechem hayom” (Devarim 4:3) – E vocês, que se

uniram a Seu D’us, estão hoje todos vivos.

Baseado no livro Shearim el Hayahadut

de autoria do Rabino Binyamin Efrati

311

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

A Teshuvá e o Julgamento de Rosh Hashaná

A Mishná, no tratado de Rosh Hashaná (1:2), cita: “Berosh Hasha-

ná col baê olam ovrin lefanav kivnê maron”, ou seja, que em Rosh Ha-

shaná todos os seres passam diante de D’us como “benê maron”. A

Guemará (18a) traz três explicações para esta expressão:

1. Como o rebanho que o pastor conta para tirar o dízimo – nes-

te caso, os animais são forçados a passar, um a um, por uma porta

estreita (Rashi).

2. Resh Lakish diz que é como o caminho de Bêt Maron que, por

ser muito estreito, não permitia que duas pessoas passassem juntas,

para não caírem nos vales (Rashi).

3. Rav Yehuda, em nome de Shemuel, diz que “benê maron” sig-

nifica como os soldados do exército do Rei David, que eram contados

um a um, antes de saírem para a guerra.

Portanto, conforme todas as explicações, em Rosh Hashaná, no

Dia do Julgamento, cada um de nós passa sozinho diante do Todo

-Poderoso. Raba Bar Bar Chaná explica que, apesar disso, o veredicto

de todos é decretado de uma só vez.

O livro Cochevê Or, do Rabino Yitschac Blazer, indaga por que Ha-

shem avalia um a um de Am Yisrael. Não poderia D’us analisar todos

de uma vez? Por acaso Ele não conhece todos os pecados das pes-

soas mesmo antes do julgamento? Por acaso, ao julgar cada yehudi,

D’us vai ficando cada vez mais furioso? O rabino explica, que o To-

do-Poderoso quis fazer o Julgamento Celestial tal qual o julgamento

terrestre. D’us quer que cada yehudi, particularmente, preocupe-se

em “procurá-Lo”, arrependendo-se de seus erros e fazendo teshuvá o

quanto antes. Assim, apressando-se em retornar ao caminho correto,

312

TESHUVÁ

será beneficiado; assim como em um julgamento terrestre: quando o

juiz ainda não ouviu os transgressores, ele está mais calmo.

No livro Shaarê Teshuvá (1:3), consta que o atraso em fazer a te-

shuvá é característica dos “amê haárets” que “dormem”, sem a percep-

ção e agilidade para “despertar”.

Sobre não demorar a retornar ao caminho correto, a Guemará

(Berachot 19a) diz que se alguém vê um talmid chacham – um es-

tudioso da Torá – fazendo um pecado à noite, não deve, na manhã

seguinte, fazer deduções, pois, certamente, já fez teshuvá.

Porque este mandamento que Eu hoje te ordeno, não te é encober-

to nem está longe de ti. Não está nos Céus para dizeres: “Quem subirá

por nós aos Céus para nos trazê-lo e fazer-nos ouvir para que o observe-

mos?” Nem está além do mar para dizeres: “Quem passará por nós além

do mar, para nos trazê-lo e fazer-nos ouvir, para que o observemos?”

Pois isto está muito perto de ti, na tua boca e no teu coração, para que o

observes (Devarim 30:11-14).

Rashi, baseado no Tratado de Eruvin 55a, explica que a expressão

“não está nos Céus” quer nos ensinar que: mesmo que a Torá estives-

se “nos Céus”, deveríamos ir buscá-la.

O Rav Shelomô Brevda, em seu livro Yemê Ratson, traz um co-

mentário sobre estes pessukim, relatado no livro Toledot Haadam:

Certa vez, o Gaon Rabi Shelomô Zalman Mivolodjin zt”l queria

estudar um livro que estava atrás de uma pesada estante. Para mo-

vê-la, seriam necessários três homens. O sábio, entretanto, estava so-

zinho e começou a recitar o versículo citado anteriormente – “Não

está nos Céus...” – e a explicação citada, que mesmo que estivesse nos

Céus, deveríamos buscá-la. Depois de recitar algumas vezes, sentiu-

se fortalecido e conseguiu mover a estante sozinho.

Isso nos ensina que, apesar de certas vezes nos parecer que a

Torá está longe de nós, que é impossível de cumpri-la, se nos esfor-

çarmos e realmente desejarmos, poderemos alcançá-la.

313

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

O Toledot Haadam continua explicando que nas últimas gera-

ções, e principalmente nesta, a dedicação à Torá e às mitsvot no mês

de elul está enquadrada nestas “Bashamáyim hi”, ou seja, mitsvot que

parecem impossíveis de serem realizadas.

No mês de elul deveríamos nos dedicar à prática das mitsvot com

mais energia e intensificar a concentração nas orações. O profeta Ye-

shayáhu (29:13-14) relata sobre uma época na qual D’us diz que o

povo chegou à situação em que os lábios e a boca pronunciam as

orações, mas o coração está distante; que as mitsvot são cumpridas

sem nenhuma emoção, sem vivacidade. Por isso, D’us diz ao profeta,

que acrescentaria desgraças ao povo e que a sabedoria desaparece-

ria.

Sobre isso, o livro Sedê Chêmed explica também que, pelo fato

de já estarmos acostumados a pronunciar o “Viduy” – a oração na qual

relatamos nossos erros – duas vezes por dia, não lhe damos a devida

importância, nem sequer pensamos nas palavras que pronunciamos.

O mês de elul traz uma grande oportunidade para cada um de

nós. Está escrito no livro Mishnat Rabi Aharon, que o mês de elul é pro-

pício para o yehudi adquirir novas forças para subir espiritualmente.

Não devemos nos esquecer que sempre que nos acomodamos, as

forças negativas tendem a nos rebaixar espiritualmente.

De tudo isso concluímos, portanto, que o mês de elul é uma

época propícia para repensarmos nossas atitudes; que quanto antes

despertarmos, mais queridos seremos aos olhos de Hashem; e que

possuímos um grande potencial interno, nem mesmo imaginado por

nós, para alcançar altos níveis espirituais.

314

TESHUVÁ

O Cérebro, os Rins e o Coração

O livro Bêt Elokim cita três órgãos vitais do corpo humano – o

cérebro, os rins e o coração – e estabelece relações entre eles e as três

mitsvot fundamentais descritas no final da Torá.

Uma delas é a repetição da advertência sobre a proibição da

idolatria. Nosso povo acredita no monoteísmo – que há apenas um

Criador e que Ele é a força maior que existe. O judaísmo prega, ainda,

que o Criador é incorpóreo e não possui nada semelhante ao corpo. A

proibição da idolatria está ligada com o cérebro do ser humano, onde

estão os pensamentos.

Outra mitsvá no final da Torá é a mitsvá de escrever um Sêfer Torá.

Esta é a última das 613 mitsvot ordenadas na Torá – que cada yehudi

escreva um Sêfer Torá (um rolo da Torá). Às pessoas que não sabem

escrever um Sêfer Torá – o que exige muito estudo e habilidade – cabe

contratar um sofer (escriba) para que escreva um. Para cumprir a mits-

vá devidamente, este Sêfer Torá deve pertencer à própria pessoa que

contratou o escriba. O proprietário poderá guardá-lo no aron (armá-

rio) de uma sinagoga, que é o lugar adequado para os Sifrê Torá.

A finalidade desta mitsvá é o estudo da Torá, pois antigamente as

pessoas estudavam diretamente do rolo da Torá. Como atualmente

existem gráficas que imprimem livros nos quais podemos estudar os

assuntos sagrados, há aqueles que sustentam que esta mitsvá pode

ser cumprida também com a aquisição destes livros.

A mitsvá de estudar Torá, aliada a esta mitsvá de escrever um Sêfer

Torá, está ligada com o coração, pois é por meio do coração que se

assimila os ensinamentos da Torá.

A finalidade dos rins é purificar o sangue e, por extensão, puri-

315

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

ficar as ideias – o raciocínio do ser humano. Nossos sábios explicam

que apesar de Avraham Avínu ser criança, morar em um ambiente

idólatra e ter um pai adorador de ídolos, refinou suas ideias a ponto

de concluir que existe um Único D’us. Referente a isto, nossos sábios

dizem que esta é a finalidade espiritual dos rins – purificar as ideias

do ser humano.

Um dos últimos assuntos abordados pela Torá é a mitsvá da te-

shuvá – retorno, arrependimento. O Rei Shelomô diz que D’us cria o

homem justo, no entanto, com o passar dos anos, o homem acaba

sendo influenciado pelo exterior e desvia-se deste caminho. É neces-

sário, então, que retorne ao caminho inicial e é a mitsvá da teshuvá

que proporciona esta chance. A teshuvá está ligada com estes órgãos

vitais do ser humano – os rins.

O Rei Shelomô nos diz (Cohêlet 7:20): “Ki adam en tsadic baárets

asher yaassê tov velô yechetá” – Não há um justo na Terra que faça so-

mente o bem e que nunca pecará; portanto, ninguém pode dizer “eu

nunca fiz nada de errado”. Sobre isso encontramos uma passagem

interessante no “Shaarê Teshuvá”, um livro relevante da literatura ju-

daica que aborda de uma forma geral o processo que devemos se-

guir para atingir a teshuvá. Neste livro (no cap. 2, 7), o Rabino Yoná

Guirondi zt”l nos explica que muitas vezes os caminhos para alcançar

a teshuvá estão fechados para alguém que em seus próprios olhos

considera-se íntegro, sem erros.

A teshuvá deve ser sincera. Ao fazer teshuvá sobre um erro, deve-

mos nos arrepender deste ato e tomar a resolução de não mais prati-

cá-lo. O Rambam (Maimônides), em sua famosa obra “Yad Hachazacá”

(Hilchot Teshuvá, cap. 4 par. 1), explica que a pessoa que pensa da se-

guinte forma: “pecarei e depois farei teshuvá no dia de Yom Kipur para

ser perdoado”, não consegue o perdão. Com uma teshuvá sincera,

mesmo que volte a pecar, terá novamente a chance de arrepender-se.

O que não acontece com a pessoa que “arrepende-se” durante todo

316

TESHUVÁ

o dia de Yom Kipur para retomar seus erros logo ao anoitecer. Com

certeza não foi sincero e de nada valeu seu suposto arrependimento.

Existem três tipos diferentes de pessoas e somente o Criador

conhece esta contabilidade e pode definir em que categoria se en-

quadra cada uma. Aquelas chamadas de tsadikim (justos, cujos bons

atos e virtudes superam seus erros e vícios), os reshaim (perversos, o

contrário dos tsadikim) e os benonim (intermediários).

O conceito básico do Yom Kipur é servir como uma oportunida-

de a estes que no julgamento de Rosh Hashaná foram sentenciados

como benonim (intermediários). Durante os dias entre Rosh Hashaná e

Yom Kipur os benonim têm a chance de recuperar-se, e no Yom Kipur o

Criador está disposto a perdoar os erros destes que se arrependeram.

Os justos são selados para o bem no dia de Rosh Hashaná e em

princípio não necessitam d o Yom Kipur como dia do perdão para se-

rem selados para o bem. Assim também, os perversos são selados no

dia de Rosh Hashaná. É para os benonim que existem os dias interme-

diários (Assêret Yemê Teshuvá) e o Yom Kipur.

Segundo este conceito, poderíamos imaginar que uma pessoa

extremamente correta estaria isenta de jejuar no dia de Yom Kipur.

Isto não ocorre, porque respeitar o Yom Kipur é uma mitsvá à parte,

independente de se estar sendo julgado. Da mesma forma que deve-

mos respeitar o Shabat e as demais festas, devemos também respeitar

o Yom Kipur.

Ainda a este respeito, levando em consideração os dias sagrados

determinados pela Torá, cabe aqui uma ressalva importante. Sem dú-

vida, o dia de Yom Kipur é muito sagrado e é o dia em que podemos

receber o perdão e sermos julgados para o bem. É o dia em que todo

o Povo de Israel implora pela piedade do Todo-Poderoso. Entretanto,

sabemos que existem sanções em relação aos pecados que comete-

mos. As consequências referentes a quem transgride o Shabat estão

em um grau máximo, até mesmo acima das relativas ao Yom Kipur.

317

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

Disso aprendemos que não podemos pensar que existe apenas um

dia tão sagrado durante o ano, mas sim, que temos a oportunidade de

observar um dia de tamanha grandeza uma vez por semana.

Uma questão interessante é o porquê de D’us não fazer definiti-

vamente o julgamento de todas as pessoas no dia de Rosh Hashaná.

Em princípio, tudo poderia ser decidido em Rosh Hashaná – o dia do

julgamento.

Rosh Hashaná é o dia da criação do homem – e não da criação

do mundo, que começou seis dias antes. Nesse dia, quando D’us está

sentado no trono da justiça, não seria correto que parecesse querer

agradar às pessoas; não seria correto perdoar os erros cometidos du-

rante todo o ano e que este dia ficasse marcado pela misericórdia e

não pela justiça. O Todo-Poderoso foi tolerante e não definiu este dia

como o encerramento do julgamento, mas sim, adiou mais nove dias

para que as pessoas se recuperassem e pudessem ser perdoadas no

dia de Yom Kipur.

O Rei Shelomô disse (Mishlê 14:10): “Lev yodêa morat nafshô” – O

coração conhece seus problemas. Estes dias são dias de exame de

consciência. Só a própria pessoa conhece exatamente seus problemas

íntimos e em quais aspectos precisa se esforçar para melhorar.

O Rei David disse (Tehilim 41:5): “Refaá nafshi ki chatáti lach”

– Cure a minha alma porque pequei a Ti. Assim como existem doen-

ças físicas, existem doenças espirituais, que são os pecados. A pessoa

vai ao médico quando sabe que está doente. E se não possui conhe-

cimentos médicos, não discute com o doutor a respeito da terapêuti-

ca que ele lhe prescreve. Da mesma forma, para recuperar-se de sua

doença espiritual, precisa reconhecer seus erros e deve procurar o

Todo-Poderoso, seguindo os caminhos recomendados pela Torá.

Com boas intenções e procurando sempre atingir níveis espiri-

tuais mais elevados, seguramente alcançaremos a compreensão e pie-

dade do Todo-Poderoso para que mereçamos bons decretos Divinos.

318

TESHUVÁ

A Teshuvá e o Estudo da Torá

O Dever de Fazer Teshuvá nos Dez Dias de Teshuvá

Escreve o Rambam nas Leis de Teshuvá (capítulo 2, halachá 6):

“Embora a teshuvá (retorno) e o clamor sejam sempre positivos, nos

dez dias entre Rosh Hashaná e Yom Kipur ela é ainda melhor, sendo

recebida imediatamente, conforme está escrito: ‘procurem o Eterno

quando Este Se encontra’”.

“Sobre quem estamos falando? Sobre um indivíduo particular.

Quanto ao público, porém, a todo momento que fizerem teshuvá e

clamarem, com todo o coração, serão respondidos, conforme está

escrito: ‘Quem é como o Eterno, nosso D’us, sempre que chamamos

a Ele’”.

O fato de D’us estar mais próximo de nós nos “Dez Dias de Te-

shuvá” acarreta algumas consequências. Uma delas é esta abordada

pelo Rambam: o fato de ser o retorno, então, mais facilmente aceito

do que nos outros dias do ano, nos quais é difícil efetuá-lo plena-

mente.

A segunda é que, nestes, dias é maior a obrigação de os indi-

víduos fazerem teshuvá. D’us, o Rei do Mundo, aproxima-se e está

interessado então em chegar perto de Suas criaturas. Se estas de-

monstram que não estão interessadas nisto, pode-se comparar esta

situação a uma revolta.

O Rav Yitschac Blazer, em seu livro Cochvê Or (siman 5, maamar

“Dirshu Hashem Behimatseô”), trata da gravidade deste assunto. De

suas palavras parece que o próprio fato de o indivíduo não retornar

em teshuvá nestes dias é capaz de decidir seu destino negativamen-

te, sendo este inscrito, em Yom Kipur, no “Livro dos Perversos”. Não

319

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

cumprir esta obrigação, além disso, constitui o desperdício de uma

oportunidade única.

No livro Sichot Mussar, do Gaon Rav Michl Birnboim shelita, são

trazidas as palavras do Tselach (Tsiyon Lefesh Chayá):

“Eis que, nos Dias Temíveis (Yamim Norayim), os portões da te-

shuvá encontram-se abertos. ‘Sua Mão direita’ está estendida para

receber os que retornam e aquele que não o fizer, atenta contra sua

alma. Este fato – de o indivíduo abster-se de fazer teshuvá – é mais

grave que o próprio pecado e a iniquidade. Isto porque ele despreza

o Rei do Universo, Que lhe estende a ‘mão’ para receber os que retor-

nam, enquanto deixa de se aproximar Dele”.

“Rabênu Yoná, no início de seu livro Shaarê Teshuvá, comparou

aquele que demora a retornar em teshuvá a um ladrão, cujos amigos

cavaram um túnel de fuga e ele ficou sem fugir”.

De suas palavras se aprende mais um dos lados desta questão:

que o que deixa de fazer teshuvá nestes dias ofende e humilha o Rei

do Universo. Se um rei se dirigir amistosamente a um de seus servos

e este em vez de retribuir virar seu rosto para o rei, certamente trará

fúria e raiva sobre si próprio.

O mesmo pode vir a acontecer durante estes dias. É proibido

se comportar como aquele ladrão, cuja ocasião favorável de esca-

par está à sua frente e que deixa de se juntar a seus companheiros

nesta empreitada. Com isso, ele menospreza o castigo que lhe foi

conferido, fazendo com que este seja agravado juntamente com o

crescimento da fúria referente a ele.

“Abram-Me Uma Porta Como o Orifício de Uma Agulha”

Dizem nossos sábios: “abram-Me uma porta do tamanho do ori-

fício de uma agulha e Eu lhes escancarei uma passagem do tamanho

das portas de um salão”.

320

TESHUVÁ

D’us promete que ajudará muito aquele que precisa de auxílio,

com a condição de que este abra antes seu coração, desejando ver-

dadeiramente se aproximar do Criador. Após o indivíduo dar o pri-

meiro passo, será favorecido pelos Céus e chegará a níveis que não

conseguiria alcançar, caso dependesse apenas de suas capacidades

naturais.

Esta ideia é também encontrada nas palavras do Rashi em Pa-

rashat Vayetsê, sobre o versículo 17:

“Se você perguntar: quando Yaacov passou pelo lugar do Bêt

Hamicdash (onde seria construído o Templo Sagrado), por que (D’us)

não lhe fez parar lá? (A resposta é que) se ele não prestou atenção

com seu coração – para rezar no lugar onde seus pais oraram – dos

Céus o retardariam?”

“Ele (Yaacov) foi até Charan, conforme está mencionado no

capítulo Guid Hanashê (de Massêchet Chulin) e conforme se prova

do próprio versículo ‘e foi a Charan’. Quando chegou a Charan, disse:

‘Será possível que passei pelo lugar no qual rezaram meus pais e eu

não rezei nele’? Mudou de ideia (resolveu voltar), retornou até Bêt El

e então a terra se condensou para ele (fazendo-o chegar milagrosa-

mente rápido)”.

D’us fez com que levasse menos tempo para percorrer o cami-

nho e em seu sonho fez a Yaacov grandes promessas (quando este

adormeceu naquele local). O primeiro passo, entretanto, Yaacov teve

de dar sozinho. A ajuda dos Céus só lhe veio quando decidiu voltar e

efetivamente começou a retornar.

Isso deve servir como guia para cada um. É necessário fazer o

que se deve, mesmo quando isso é difícil e até mesmo quando pa-

rece estar acima das forças do indivíduo. Quando começamos, D’us

completa o que falta e concede “atalhos” espirituais, para que consi-

gamos alcançar picos espirituais muito acima do nosso nível.

321

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

Teshuvá por Intermédio do Estudo da Torá

No Nêfesh Hachayim (sháar 4, capítulo 31) está escrito que a te-

shuvá vem principalmente mediante o retorno à Torá e a seu estudo:

“A ocupação com a Torá expia os pecados da alma que transgre-

diu, conforme disseram (nossos sábios) no fim de (Massêchet) Mena-

chot: ‘o que significa isso que está escrito: ‘esta é a Torá da oferenda de

olá, de minchá e de chatat?’ Todo aquele que se ocupa com a Torá não

precisa nem de olá, nem de minchá, nem de chat’at, nem de asham’”.

“Assim também consta no Midrash Tanchumá (Parashat Tsav) e

em Shemot Rabá (Parashá 38): ‘Peguem com vocês palavras e voltem

para D’us...’ Uma vez que os membros de Israel dizem: ‘...pobres so-

mos nós e não podemos trazer oferendas’; diz a eles o Criador: ‘Pala-

vras Eu peço e perdôo todos os seus pecados – e não há palavras que

não as palavras de Torá...’”

“Do mesmo modo, no Taná Devê Eliyáhu está escrito: ‘um indiví-

duo que transgrediu muitas proibições e que foi sentenciado à mor-

te, caso retorne e faça teshuvá, leia a Torá, os Profetas e as Escrituras;

estude a Mishná, o Midrash, as leis e as hagadot e sirva aos estudiosos

da Torá – mesmo que tenham sido decretados sobre ele cem decre-

tos, D’us os removerá dele”.

Mais para a frente, ele escreve: “A principal teshuvá, plena e ver-

dadeira, que é feita por amor, só vem por meio da ocupação com a

Torá como se deve – conforme está escrito sobre as qualidades ne-

cessárias para adquirir a Torá (Pirkê Avot): ‘que ama o Cria­dor...’ – des-

te modo, também se recita (na Amidá): ‘Faze com que retornemos,

nosso Pai, para Tua Torá; aproxima-nos, nosso Rei, para Teu serviço e

faze-nos voltar, com teshuvá completa, perante Ti’”.

Aprende-se daqui que a verdadeira teshuvá só pode ser em-

preendida, quando antes dela vem o estudo da Torá. Antes “faze com

que retornemos, nosso Pai, para Tua Torá” e só depois “e faze-nos vol-

322

TESHUVÁ

tar, com teshuvá completa, perante Ti”.

Está escrito em Hoshêa (capítulo 14): “volte Israel, para o Eterno,

seu D’us, pois você tropeçou em seus pecados. Peguem com vocês

devarim (palavras) e retornem a D’us”. Quando se quer retornar “para

o Eterno, seu D’us”, até o “Trono da Glória”, é necessário antes se mu-

nir com o estudo da Torá.

Diz o Sifri, em Parashat Haazínu: “‘Que caia como o orvalho, mi-

nha lição’ – não há ‘minha lição’ que não palavras de Torá, conforme

está escrito: ‘uma boa lição Eu entreguei a vocês’. Do mesmo modo,

foi dito: ‘Peguem com vocês devarim (palavras) e retornem a D’us’ – e

não há ‘palavras’ que não as palavras de Torá, conforme está escrito:

‘estas palavras disse D’us a toda a Sua congregação’”.

A Torá auxilia a conhecer o Criador, a vincular-se a Seus manda-

mentos, retornar e fazer teshuvá, com todo o coração.

A Torá Define e Protege o Povo de Israel

No Sêfer Hachayim (página 23), do irmão do Maharal, consta que

o estudo da Torá Oral é o sinal que destingue o Povo de Israel das

outras nações:

“Os sábios do Talmud foram chamados de ‘sábios da verdade’.

Assim como a verdade indica seu caminho e é impossível jogar a ver-

dade no chão, o Talmud, uma vez que é verdadeiro por si próprio,

se mantém. Embora todas as nações o desprezem, ele é aceito por

nós, considerado bom e bonito para nós e para nossa descendência

– para cumpri-lo eternamente. Uma vez que o Talmud só é estimado

por Israel, Israel só é prezado por D’us por causa da Torá Oral”.

“As letras que compõem a palavra Guemará – ארמג (outro nome

para o Talmud) – são as primeiras letra dos nomes Gavriel, Michael,

Refael e Uriel. Isso indica que, em torno daquele que se ocupa com

a Guemará, pairam anjos Divinos, para lhe salvar. À sua direita está

323

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

Michael; à sua esquerda, Gavriel; à sua frente, Uriel; atrás dele, Refael,

e acima dele, a Presença Divina – Que escolhe as palavras dos sábios”.

“Esta é a explicação de “hadran alach vehadrach alan” (do trecho

recitado quando se termina um tratado do Talmud): ‘Nossa beleza

está sobre você e sua beleza está sobre nós’. Não há quem se importe

com a Torá Oral, para que não seja esquecida, exceto nós. É isso que

se diz na continuação: ‘nosso pensamento está concentrado em você’

e, da mesma forma, a Torá Oral protege Israel”.

O sentido disso é que o Povo de Israel travou um pacto eterno

com a Torá Oral. Os yehudim estudam-na, revisam-na e não largam

dela durante o dia e a noite, por toda sua vida. Em compensação, a

Torá Oral lhes retribui com diversas coisas boas: protege-os, guarda

-os, identifica-os e distingue-os de todos os outros povos.

Por mérito da Torá Oral o Povo de Israel se conserva vinculado,

para sempre, a D’us, Que dá a Torá.

Os Livros Aumentam a Capacidade Espiritual

No livro citado anteriormente, página 146, é trazida a seguinte

questão:

“Deve-se questionar, de acordo com isso, o fato de ter a Torá

igualado todas as gerações quanto ao castigo que podem receber,

desde aquela ordenada diretamente por D’us até o fim de todas as

gerações, eternamente. Como é possível que o castigo de uma pes-

soa que possui intelecto seja igual ao daquela que está muito aquem

das gerações anteriores?”

“Eis que nossos sábios disseram que ‘se os primeiros (os ante-

passados) são como anjos, nós somos seres humanos. Se eles são

como seres humanos, nós deixamos muito a desejar! – im haanashim

kimlachim, ánu kivnê adam, veim haanashim kivnê adam, ánu kecha-

morim”. Mesmo um surdo-mudo, um louco e uma criança são isentos

324

TESHUVÁ

de cumprir os preceitos Divinos, por sua menor capacidade intelec-

tual. Quanto mais (deve ser isenta), portanto, uma geração menos

capacitada!”

“Certamente pertencemos a uma geração menos intelectual e

não possuímos a compreensão de um ser humano se comparados

à sabedoria das primeiras gerações. Apesar disso, temos atualmen-

te em nossas mãos livros com a sabedoria dos Rishonim (primeiros

sábios) e também Acharonim (sábios posteriores). Estes prepararam

à nossa frente uma mesa posta, sobre a qual estão diversos tipos de

iguarias para a alma, o que não havia anteriormente. Isso toma o lu-

gar da sabedoria maior que tinham anteriormente, de modo que to-

das as gerações tornam-se aptas a se igualarem quanto ao castigo”.

É verdade que hoje não se possui a sabedoria das primeiras

gerações. Em compensação, existem atualmente muitos livros auxi-

liares. O Shulchan Aruch e as outras obras sobre a Lei Judaica estão

escritos de uma forma clara e aceita por todos, decretando qual ideia

deve ser seguida e qual deve ser evitada, facilitando muito o serviço

ao Criador.

No presente, todo aquele que deseja conhecer o caminho de

D’us possui uma trilha pavimentada. Ele deve se ocupar com a Torá,

estudar profundamente os livros de halachá, junto com outros livros

que esclarecem a halachá devidamente e, por meio deste esquema,

poderá entender o que é exigido dele.

Uma vez que o caminho é tão claro, o castigo daquele que o

abandona é condizente com esta situação e atinge todas as gera-

ções, mesmo as que não possuem a sabedoria dos que vieram ante-

riormente.

Nesta geração, aumentou muito o número de compêndios e

de livros que auxiliam diferentes camadas da população a conhecer

melhor as leis judaicas e o modo de cumpri-las. Destes, alguns tra-

tam especificamente de algum preceito, enquanto outros procuram

325

ROSH HASHANÁ, YOM KIPUR & SUCOT

englobar uma grande quantidade de assuntos com uma linguagem

simples.

Este fenômeno pode ser analisado por dois ângulos distintos.

Por um lado, isso demonstra a fraqueza da geração, que não é ca-

paz de chegar sozinha às fontes da lei e a todas as informações que

necessita. Por outro, este fato é extremamente positivo, pois ajuda

muitos a conhecer a Lei Judaica e a se aproximar do Criador.

Com o estudo da Torá, seus preceitos e suas leis, o indivíduo se

aproxima de D’us. “Aproxima-nos, nosso Rei, de Teu serviço”. Com

isso, chega-se mesmo a retornar plenamente em teshuvá – “e faze

com que retornemos, com teshuvá completa, perante Ti”.