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Jejuns Judaicos
Jejuns Judaicos

Jejuns Deoraita (da Torá) e Derabanan (dos Sábios e Profetas)

 

O calendário judaico tem seis dias de jejum.

Um único Deoráita (da Torá) que é o Yom Kipur, e cinco “Derabanan”

dos quais quatro são ligados à destruição do Beit Hamikdash e um ligado à Purim

Yom Kipur – 10 de Tishrei -Dia da expiação (Deoráita)

Tzom Guedália- 3 de Tishrei- assassinato de Guedália (Derabanan) 


Assará BeTevet – 10 de Tevet – cerco de Yerushalaim  1º Templo (Derabanan)

Shivá Assar beTamuz -17 de Tamuz - Quebra da muralha 2ºTemplo (Derabanan)


Tishá beAv – 9 de Av – Destruicão do 1º e 2º Beit Hamicdash (Derabanan)


Taanit Esther -13 de Adar– Dia que precede Purim, quando Aman decretou morte aos iehudi(Derabanan)

 

 

Um único Jejum Deoráita (da Torá)

YOM KIPUR- dia da purificação dos pecados

A Torá nos determinou um único jejum, o Yom Kipur. Meninas a partir de bat-Mitzvá, doze anos de idade, e meninos a partir de Bar-Mitzvá, treze anos precisam jejuar o dia inteiro (se conseguirem) e cumprir todas as leis referentes a este dia que são: A  proibição de comer e beber; de se lavar (mas ao levantar-se pela manhã, é obrigatório fazer a “Netilat Yadaim” lavando apenas os dedos das mãos podendo passar eles nos olhos); é proibido também passar cremes, óleo ou maquiagem (no rosto ou no corpo); calçar sapatos de couro; e ter relações conjugais (pessoas casadas).

Pessoas idosas ou doentes que não podem jejuar devem consultar o médico sobre isso e conversar com um rabino sobre o que o médico falou (há casos que o jejum é liberado totalmente , casos que se come e se bebe um pouquinho dentro de medidas e horários instruídos pelo Rabino e casos que não se come mas se bebe litros de água).

Yom Kipur que cai no Shabat não é adiado para domingo como todos os outros dias de jejum mas é feito no próprio Shabat. A Torá chama Yom Kipur de “Shabat shabaton” – “O Shabat dos Shabats”, indicando que ele tem precedência sobre o Shabat.

A Guemará nos conta que quem come e bebe bastante na véspera de Yom Kipur  é como se tivesse feito dois dias de jejum. Um dos motivos desta Mitzvá de comer e beber bastante na véspera de Yom Kipur é para que possamos nos alegrar pelo mérito de termos recebido a Mitzvá da Teshuvá (arrependimento e conserto), cujo clímax é um dia especial por ano, no qual D’us nos purifica de nossos pecados, o Yom Kipur.

 

                                                                 

Jejuns Derabanan

Uma Mitzvá dos profetas é a pessoa jejuar nos dias que ocorreram desgraças com nossos antepassados. O objetivo principal desses jejuns é despertar os corações a observar os caminhos da Teshuvá (arrependimento). Na lembrança de fatos históricos que marcaram a vida de nossos antepassados somos inspirados a retornar (fazer Teshuvá) conforme está escrito: “e confessaram seus pecados e os pecados de seus pais”.

Desta forma cada um possui a oportunidade nesses jejuns de refletir sobre seus atos e se arrepender da forma como tem agido. Como está escrito sobre os habitantes da cidade de Nínive na Assíria: “E viu D’us os seus atos”. Nossos sábios explicam que não falou sobre o seu luto ou seus jejuns, somente “e viu D’us seus atos”, pois retornaram do caminho do mal.

O jejum é basicamente um preparo para a Teshuvá e deve-se aproveitar a oportunidade para reflexão e retorno.

                                                                 

Tzom Guedália- 3 de Tishrei (jejum de Guedália)


O dia seguinte a Rosh Hashaná marca o Jejum de Guedaliá. O jejum começa ao alvorecer e termina ao cair da noite.

Qual é o significado desse jejum, e por que ocorre durante os dias intermediários entre Rosh Hashaná e Yom Kipur?

A história de Guedaliá

Após a destruição do Primeiro Templo há 2.500 anos, a maioria do povo judeu foi exilada para a Babilônia. O conquistador, Nabucodonosor, terminou por facilitar algumas de suas restrições mais severas e permitiu que alguns judeus permanecem na Terra de Israel. Ele chegou a designar um judeu Tzadik, chamado Guedaliá, para administrar o território. Aos poucos, mais judeus que tinham escapado dos horrores da guerra para os países vizinhos começaram a voltar aos seus lares em Israel.

Guedaliá era realista sobre as limitações da soberania judaica. Ele compreendia que para sua auto-preservação, os judeus em Israel precisavam cooperar plenamente com a nação que tinha conquistado o seu país.

Porém esta política de subserviência era intolerável para alguns judeus. Um homem chamado Yishmael ben Netaniah, espicaçado pela inveja e influência estrangeira, promoveu um levante para ignorar o Rei da Babilônia. Em 3 de Tishrei, Yishmael traiçoeiramente assassinou Guedaliá, bem como muitos outros judeus e babilônios.

Após o assassinato de Guedaliá, os judeus temiam uma reação do Rei da Babilônia. Pensaram em fugir ao Egito para se salvarem. Porém como o Egito era uma sociedade moralmente corrupta, os judeus estavam num dilema – era a ameaça física contra o perigo espiritual. Portanto, eles se voltaram ao Profeta Yirmiyáhu, que estava recolhido em luto, para pedir conselhos.

Durante uma semana inteira, Yirmiyáhu implorou a D’us por uma resposta. Finalmente, em Yom Kipur, ele teve um retorno. Yirmiyáhu chamou os judeus e disse a eles para permanecerem em Israel, e tudo daria certo. D’us estava planejando fazer com que os babilônios agissem misericordiosamente para com os judeus, e dentro em breve, todos os judeus exilados teriam permissão de voltar ao seu próprio solo. Mas, Yirmiyáhu lhes disse, se os judeus decidissem ir para o Egito, a espada da qual eles estavam correndo os mataria lá.

Infelizmente, as palavras do Profeta não causaram efeito, e o povo se recusou a acreditar. Todos os judeus em Israel fizeram as malas e desceram ao Egito. Chegaram a seqüestrar Yirmiyáhu e levá-lo com eles! Agora a destruição estava completa; a Terra de Israel ficou completamente estéril.

É fácil prever o que aconteceu em seguida. Alguns anos depois, a Babilônia conquistou o Egito e dezenas de milhares de exilados judeus foram completamente dizimados. O único sobrevivente deste massacre foi Yirmiyáhu; sua profecia tinha se provado tristemente verdadeira.

O evento inicial – o assassinato de Guedaliá – tem sido comparado à destruição do Templo Sagrado, porque custou vidas judaicas e foi o fim da colonização judaica em Israel durante muitos anos. Os Profetas, portanto, declararam que o aniversário dessa tragédia deveria ser um dia de jejum. É o terceiro dia de Tishrei, imediatamente depois de Rosh Hashaná.

Lições do Jejum

Lição nº 1 – O povo judeu tinha caído a um de seus níveis mais baixos na História. O Templo fora destruído, a maioria dos judeus tinha sido exilada, e tudo parecia desesperador. Porém D’us mudou esta situação desesperada e fez com que o Tzadik Guedaliá fosse nomeado. Porém Guedaliá foi assassinado e toda a esperança se perdeu.

Foi a essa altura que Yirmiyáhu rezou, pedindo a D’us alguma visão e certeza. Isso foi durante os 10 dias entre Rosh Hashaná e Yom Kipur. Esta história é relembra
da para nos ensinar uma importante mensagem para os dias de hoje: Não importa quão distante você esteja, sempre poderá voltar e D’us o perdoará.

Lição nº 2 – Os judeus que foram pedir conselho a Yirmiyáhu tinham certeza, subconscientemente, que D’us lhes daria a resposta que desejavam ouvir. Portanto, quando D’us respondeu de modo diferente, eles se rebelaram. Porém, não eram pessoas perversas. O que aconteceu?

Embora estes judeus de certa forma dependessem da vontade dos babilônios, não estavam dispostos a dependerem da vontade de D’us. A lição é que apegar-se a D’us significa segui-Lo o tempo todo, não somente quando isso coincide com aquilo que você deseja.

Uma boa regra na vida, quando se enfrenta um dilema moral traiçoeiro, é perguntar a si mesmo: “O que D’us diria? O que Ele deseja que eu faça?”

Lição nº 3 – Um assassinato é uma enorme tragédia, terrível, que pode ter enormes repercussões históricas. Não há desculpas para tal violência. Temos diferenças filosóficas e políticas? Devemos resolvê-las com calma e tolerância. É a única maneira aceitável.

                                                                 

Assará BeTevet

10 de Tevet (cerco a Jerusalém por Nebuzaradan, general da Babilônia – 1º templo , 425 AEC)
Em 10 de Tevet do ano 3336 da Criação o exército do Imperador da Babilônia, Nabucodonosor, formou um cerco em Jerusalém. Trinta meses mais tarde, em 9 de Tamuz de 3338, seus muros foram rompidos e em 9 de Av do mesmo ano, o Templo Sagrado foi destruído. O povo judeu foi exilado na Babilônia por 70 anos.

Leis e Costumes
10 de Tevet é celebrado como um dia de jejum, luto e arrependimento em recordação ao cerco de Jerusalém. Nos abstemos de comida e bebida desde o alvorecer até o completo anoitecer, acrescentando selichot e outras passagens suplementares em nossas preces Mais recentemente a data de 10 de Tevet foi escolhida para servir como “um dia de Kadish coletivo” em memória e homenagem às vítimas do Holocausto, muitas das quais se desconhece o dia do yahrtzeit – data de falecimento.

                                                                           


Shivá Assar beTamuz

17 de Tamuz (quebra das muralhas de Jerusalém – 2º templo)

O dia 17 de Tamuz é marcado por tristeza e luto; um dia de jejum e introspecção para o povo judeu. Marca a data em que os romanos romperam as muralhas de Jerusalém para darem início à destruição do Segundo Templo, no ano 70 EC. Nessa mesma data Moshê quebrou as tábuas ao ver o povo judeu adorando o bezerro de ouro.

As três semanas mais tristes de nosso calendário vão do dia 17 de Tamuz até 9 de Av  -Tishá BeAv. São marcadas por um período de luto pela destruição do Templo Sagrado e o consequente exílio físico e deslocamento espiritual – no qual ainda nos encontramos: a galut.

É chamado de ben hametzarim – “entre os apertos”, baseado no versículo (Echá 1:3) que declara: “Todos seus perseguidores alcançaram-na dentro dos apertos.” Os Sábios (Echá Rabá 1) explicam que ‘dentro dos apertos’ refere-se a dias de aflição que ocorreram no período entre 17 de Tamuz e 9 de Av. Nesse período, muitas calamidades abateram-se sobre o povo judeu através das gerações. Foi durante este período, dentro dos apertos, que tanto o primeiro quanto o segundo Templos foram destruídos. Este período foi portanto estabelecido como um tempo de luto pela destruição dos Santuários.

Durante essa época, diminuímos a extensão de nossa alegria. Casamentos não são realizados, abstemo-nos de ouvir música, dançar, fazer viagens recreativas, e de cortar os cabelos. Segundo o costume sefaradi, que é baseado na opinião de Beit Yossef, cortes de cabelo são permitidos até a semana na qual Tish’á Beav realmente cai.

Costuma-se não falar a bênção Shehecheyanu nesse período. Por isso não vestimos roupas novas e não comemos frutas que ainda não tenham sido comidas nessa estação, para que não tenhamos que falar Shehecheyanu. Entretanto, quando confrontados com uma oportunidade de cumprir uma Mitzvá que passará – como por exemplo, uma circuncisão ou um pidyon haben – então é feita a bênção. Uma mulher grávida que tenha vontade de comer a fruta, porém, ou uma pessoa doente que necessita dela para sua saúde, pode falar o Shehecheyanu para comer a fruta durante as três semanas.

Costuma-se ser ainda mais cuidadoso que o normal ao se evitar situações perigosas. Pessoas devotas separam um período de tempo para reflexão e luto pela destruição de ambos os Templos.

Reflexões sobre o mês de Tamuz

Há alguns fatos que ocorreram nessa data e que merecem ser citados.

O dia 17 de Tamuz é um dia de jejum em lembrança à cinco tragédias que assolaram o povo judeu em diversas épocas de sua história. O primeiro desses foi o fato de Moshê ter quebrado as Tábuas da Lei. Nas preces de Selichot, rezadas neste dia, há menção à quebra das Tábuas, sem referência ao motivo (o bezerro de ouro). Isto porque a milagrosa escrita Divina gravada nas Tábuas nunca mais foi recuperada. Foi perdida para sempre essa forte revelação Divina cujas letras estavam gravadas de fora a fora, de forma legível sob qualquer ângulo e cuja mensagem podia ser claramente transmitida, sem qualquer possibilidade de distorção. O número 21 (soma dos dias das Três Semanas) forma a palavra hebraica Ach, que significa “só” ; 17 (de Tamuz) tem o valor numérico da palavra hebraica Tov que quer dizer “bom”. Ambas iniciam o versículo que diz: “Ach Tov Leyisrael”, “Apenas o bem para Israel”. Isto mostra que, de modo mais profundo, os acontecimentos desagradáveis das Três Semanas, na realidade, levarão somente a coisas boas. O número três, no judaísmo, representa perfeição e eternidade. E assim está escrito: “A corda tríplice não se desmanchará facilmente”. De fato, esse número é recorrente: há três Patriarcas, três Festas de Peregrinação, a Lei Escrita é composta de três partes (Torá, Neviim e Ketuvim), entregue no terceiro mês após a saída do Egito, ao povo judeu formado por três grupos (Cohen, Levi e Yisrael) etc.
Se o número três é tão significativo, por que então tantas tragédias recaíram sobre o povo judeu durante as Três Semanas? A resposta é que todo esse sofrimento são etapas que levam à Era Messiânica. Isto é aludido ao fato de os dois jejuns, 17 de Tamuz e 9 de Av, sempre coincidirem com o mesmo dia da semana do Sêder de Pêssach, quando comemoramos a saída do Egito e nossa libertação.

                                                                   

Tishá BeAv

9 de Av- (destruição do Primeiro e Segundo Templos de Jerusalém

O jejum de Tish’a BeAv recorda a destruição dos dois Templos Sagrados em Jerusalém.

De acordo com nossos sábios, muitos eventos trágicos aconteceram a nossos antepassados nesta data:

O pecado dos espiões fez com que D’us decretasse que os filhos de Israel que saíram do Egito não seriam permitidos de entrarem na terra de Israel e morreriam no deserto;
O primeiro Templo foi destruído;
O segundo Templo foi destruído;
Beitar, a última cidade a resistir aos romanos durante a Revolta de Bar Kochvá, no ano de 135 foi vencida, selando o destino do Povo Judeu.
Um ano depois da queda de Beitar, a região do Templo foi arada.
Em 1492, o Rei Ferdinando da Espanha emitiu o decreto de expulsão, marcando Tisha BeAv como prazo final para que não houvesse um único judeu no solo espanhol.
A 1ª Guerra Mundial teve início em Tisha BeAv.


No jejum de Tisha Beav fica proibido:
Comer e beber. Se houver necessidade de alimentação por ordem médica, deve se consultar um rabino como proceder.
É proibido calçar sapatos de couro.
É proibido lavar-se (inclusive enxaguar a boca). Ao acordar pela manhã (e após ir ao toalete) lava-se somente os dedos das mãos.
É proibido passar óleo, creme, perfume ou maquiagem no corpo. Para os casais é proibido ter relações conjugais.
Não se deve cumprimentar uma pessoa, mas se cumprimentado, deve-se responder em voz baixa, para não despertar ressentimentos.
O Jejum de Tishá Be Av inicia-se ao Entardecer. Antes do jejum se faz uma Seudá Hamafsêket com pão e se costuma comer ovos mergulhados em um pouquinho de cinzas. Se Tishá BeAv cair no Shabat ele é adiado para sábado à noite. Nesse caso antes do pôr-do-sol faz-se uma terceira refeição de Shabat, Seudá Shlishit, que valerá como a refeição que antecede o jejum (Seudá Hamafsêket) com pão. Não se costuma comer ovos mergulhados em cinzas pois não podemos demonstrar luto no Shabat. O jejum tem início antes da shkiá, (40 minutos antes do anoitecer).

Após o término do Shabat, os sapatos de couro devem ser trocados por outros de borracha ou pano e devemos nos sentar em assento baixo.

Após a reza da noite (Arvit) lemos o Livro de Eichá, na tradicional melodia triste. Logo após a leitura de Eichá e as Kinot da noite, falamos as partes da reza Veatá Kadosh e Alêinu.

De Manhã , nas Bênçãos Matinais omite-se a Brachá “Sheassá li col Tzarki” (“…que me proveu de todas as minhas necessidades”), pois esta bênção vem em agradecimento ao calçado e em Tish’á Beav, é proibido usar sapatos de couro. Mesmo quando já se calçam os sapatos ao término do jejum, esta bênção continua não sendo falada até o dia seguinte.

Talit e Tefilin não são usados durante Shacharit. Após Shacharit falamos as Kinot. Em seguida, falamos Ashrêi, Uvá letziyon (omitindo o versículo Vaani zot briti… vead olam”) e Alêinu. Repetimos o Livro de Eichá após Alêinu. Neste dia não falamos Tachanun (súplicas).

De tarde , antes da reza de Minchá, coloca-se Talit e Tefilin e falamos o Shemá completo. Iniciamos com os trechos que não foram ditos de manhã: Shir Shel Yom, Ein K’Elokêinu e Tehilim. Também estudamos a parte diária do Chumash com Rashi e Tanya.

Na Amidá de Minchá acrescenta-se Anêinu e também Nachêm (“Consola-nos”) em lembrança do Templo Sagrado, incendiado nessa hora. É costume doar para a Tzedacá o valor das refeições deste dia. Os que colocam Tefilin de Rabeinu Tam, devem fazer isto após Minchá, antes do pôr-do-sol.

De noite depois da reza de Arvit com o término do jejum lava-se as mãos 3 vezes intercaladas (dessa vez, a mão toda até o pulso, sem falar a bênção al netilat yadáyim). Lava-se o rosto e enxagua-se a boca e se come um “quebra-jejum e falamos a reza de Kidush Levaná (santificação da Lua Nova).
Dia Dez de Menachem Av vigoram até meio-dia todas as proibições dos Nove Dias, porque o Templo continuou em chamas durante o dia dez de Av. Nossos Sábios prometeram que quem fica de luto pela destruição de Jerusalém terá a alegria de ver a sua reconstrução.

                                                                       

Ta’anit Esther

Jejum de Esther , 13 de Adar (dia que precede Purim, quando Haman decretou morte aos judeus)

A “Solução Final” de Haman foi marcada para o dia 13 de Adar mas em vez disso, Haman foi enforcado, e por decreto real os judeus foram autorizados a se defenderem em legítima defesa e rechaçaram todos os ataques com sucesso. No dia seguinte, 14 de Adar, eles descansaram, apreciaram sua milagrosa salvação e estabeleceram o feriado de Purim.

Em situação de perigo, somos ordenados a instituir um dia de jejum para nos arrependermos, rezarmos e pedir pela misericórdia divina. Assim, o dia 13 de Adar, o dia da batalha, foi instituído como um dia de jejum.

No início da narrativa de Purim, Esther arriscou sua vida por aparecer diante do rei sem permissão. Mas antes ela havia pedido para que os judeus jejuassem com ela por três dias.

Comemoramos esses jejuns a cada ano jejuando (só) um dia , antes de Purim, chamado de Ta’anit Esther (Jejum de Esther). Se Purim cai em um domingo, o jejum é  antecipado para quinta-feira.
Se você é saudável e acima da idade de Bar ou Bat Mitzvá, não deverá comer ou beber desde o amanhecer até o término da leitura da Meguilá na noite de Purim (ou, se o jejum foi antecipado para a quinta-feira, até após o anoitecer.

Machatzit Hashekel:
Em comemoração ao meio-shekel que foi doado por cada judeu ao Templo Sagrado – o Talmud contabilizou como um total de 10.000 talentos de prata – e que Haman deu ao rei Assuero para obter o decreto real que estabeleceria o extermínio do povo judeu, costumamos levantar três moedas de prata e doar valores equivalentes a “três meias moedas” (por exemplo, três meio-dólares em moedas) para a caridade na tarde do Jejum de Esther, três meio-dólares por cada membro da família antes de Minchá (Reza da Tarde). Esse costume nessa data evoca as três contribuições dos judeus feitas para a construção do Tabernáculo e para os seus sacrifícios.

Se você não conseguiu dar machatzit hashekel antes de Minchá, poderá fazê-lo antes da leitura da Meguilá à noite ou na manhã seguinte.

Normalmente, quando um jejum “Derabanan”cai no Shabat, adiamos o jejum até domingo –Mas no caso de Purim não podemos fazer assim porque não seria tão festivo se estivéssemos jejuando nesse dia… desta forma antecipamos o jejum para quinta-feira. Em honra ao Shabat, nos abstemos de jejuar na sexta-feira. (Se, entretanto, você se esqueceu de jejuar na quinta-feira, deverá jejuar na sexta.)

                                         


Quando um  jejum “Derabanan” cai em Shabat, ele é adiado para depois do Shabat.

Caso um  jejum “Derabanan” caia em uma sexta-feira, ele é antecipado para a quinta-feira, exceto o jejum de 10 de Tevet que se cair na sexta-feira, jejuamos até o anoitecer de sexta, quebrando o jejum com o kidush de Shabat

Todos os jejuns com exceção de Tishá Av são jejuns “só de dia”, ou seja, podemos comer desde a noite anterior a eles até a alvorada (consulte sempre a tabela de horários para a sua cidade), para aquele que não dormiu um sono fixo (pelo menos 30 minutos), mas para aquele que sim dormiu um sono fixo, depois, mesmo que ainda seja noite, é proibido comer ou beber. Exceção caso tenha tido a intenção de levantar para comer e beber antes de ter ido dormir e antes do amanhecer. Se a pessoa tem o costume de acordar e beber algo durante a noite, não é preciso mentalizar essa condição antes de dormir.

Exceto no jejum de Tishá Be Av, é permitido tomar banho (cuidando para não engolir água), usar cosméticos ou cremes, vestir sapato de couro e ter relações conjugais na noite dos jejuns que só “só de dia”. Tudo isso é proibido em 9 de Av, onde o jejum tem início a partir do pôr-do-sol da véspera.

Nos demais jejuns (com exceção de 9 de Av) mulheres grávidas ou lactantes (que amamentam) não precisam jejuar. Da mesma forma um doente, apesar de não chegar ao nível de estar em risco de vida, não precisa jejuar. Mesmo aquele que tem permissão de comer, deverá comer somente o necessário.

Apesar de crianças abaixo de bar e bat mitsvá não terem obrigação de jejuar, devem se abster de guloseimas. Quem esqueceu que era jejum e no meio se lembrou ou foi informado, precisa parar de comer e jejuar até o final do jejum.

 


TSOM GUEDALYÁ

Jejuns vinculados à destruição dos Templos Sagrados

1) Nossos sábios instituíram algumas datas nas quais devemos

jejuar: Shiv’á Assar Betamuz (17 de tamuz), Tsom Guedalyá (no dia

3 de tishri), Assará Betevet (10 de tevet) e Tish’á Beav (9 de av)246.

Como consta no versículo em Zecharyá (8:19): “Cô amar Hashem

Tsevacot, Tsom Harvií (17 de tamuz), Vetsom Hachamishi (9 de av),

Vetsom Hashevií (Tsom Guedalyá), Vetsom Haassiri (10 de tevet)...”.

Todos estes quatro jejuns mencionados pelo profeta Zecharyá

foram instituídos para recordarmos os acontecimentos trágicos,

as dificuldades e as desgraças que atingiram nosso povo nestas

datas. Devemos estar atentos nestes dias e despertar nossos

corações para o caminho da teshuvá, refletindo sobre nossas

atitudes e atitudes de nossos antepassados, que foram a causa

destas tragédias, pois ao lembrarmos destas condutas, faremos

teshuvá conforme foi mencionado: “confessarão seus pecados e os

pecados de seus antepasssados”247.

Por conseguinte, não devemos nos contentar somente com

o jejum e a tefilá, mas sim fazer teshuvá e corrigir a conduta

efetivamente. A teshuvá que deve ser feita é conforme consta

no profeta Yoná (3:10): “Vayar Haelokim et maassehem ki sháva

midarcam haraá” – Hashem viu que o povo de Ninevê fez teshuvá.

Disseram nossos sábios: “et sacam veet taanitam lô neemar; ela ‘et

maassehem’”. Não está escrito que Hashem olhou suas roupas de

saco e o jejum, mas sim as atitudes de teshuvá que os habitantes

de Ninvê fizeram248.

2) Os quatro jejuns (Shiv’á Assar Betamuz, Tsom Guedalyá,

Assará Betevet e Taanit Ester) começam com o alvorecer 249 e

terminam após o nascimento de três estrelas médias250, que em

São Paulo ocorre aproximadamente entre 27 e 30 minutos após o

pôr do Sol.

Tish’á Beav, no entanto, começa antes do pôr do Sol do dia

anterior e termina igualmente no dia seguinte, após o nascimento

de três estrelas médias, que em São Paulo ocorre aproximadamente

entre 27 e 30 minutos após o pôr do Sol.

Todavia, Yom Kipur começa antes do pôr do Sol do dia anterior

e termina no dia seguinte após o nascimento de três estrelas

pequenas251 e próximas uma da outra – que em São Paulo ocorre

aproximadamente entre 35 e 40 minutos após o pôr do Sol. Esta

halachá é a mesma com relação ao término do Shabat e dos

yamim tovim que somente se dá com o surgimento de três estrelas

pequenas e próximas uma da outra.

cap. 16

3 - 4

Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot

As leis (halachot) que se seguem servem para os quatro jejuns:

Shiv’á Assar Betamuz, Tsom Guedalyá, Assará Betevet e Taanit Ester.

Embora estes jejuns comecem apenas com o alvorecer – que

é em torno de 72 minutos antes do nascer do Sol – a proibição

de comer se inicia a partir do momento que o indivíduo decide

que não comerá mais antes do jejum iniciar. Desta forma ele aceita

sobre si o jejum e passa a ser-lhe proibido comer. Por isso, se ele

acordar de manhã, mesmo que antes do alvorecer, não poderá

comer, pois desviou seus pensamentos. Entretanto, se antes de se

deitar, o indivíduo faz uma condição mental, determinando sua

intenção de comer caso acorde antes do alvorecer, o fato de dormir

não indica que está iniciando seu jejum252. Assim, se ele acordar

antes do alvorecer, poderá comer antes do jejum, porque não

aceitou o jejum sobre si na noite anterior. Com relação à opinião

da Cabalá a respeito desta halachá, vide cap. 2, nota de rodapé 23.

3) No dia 3 de tishri lembramos o assassinato de Guedalyá ben

Achicam ocorrido em Rosh Hashaná, que tinha sido designado

como líder do povo remanescente na Terra de Yisrael, após a

destruição do Primeiro Bêt Hamicdash (Templo Sagrado). Com sua

morte o povo restante foi expulso da Terra de Yisrael sendo que

milhares foram mortos253.

4) Todos254 os meninos com 13 anos completos e meninas

com 12 anos completos precisam jejuar255. Não é permitido que a

pessoa se desobrigue do jejum.

5) Menores de 13 anos (meninos) e menores de 12 anos

(meninas) não devem jejuar256.

6) Quando Rosh Hashaná coincidir com a quinta e a sexta-

feira, o jejum de Guedalyá será postergado para domingo, pois o

único jejum que deve ser feito no Shabat é o Yom Kipur quando

este coincidir com o Shabat, por ser uma obrigação da Torá.

7) Um doente não necessita jejuar257. Porém, com relação a Tish’á

Beav e Yom Kipur há outras halachot: um rav deve ser consultado.

8) Gestantes e lactantes que sofrem com o jejum estão

isentas258; se estiverem fracas não devem jejuar259. Com relação

a Tish’á Beav e Yom Kipur, que possuem halachot diferentes, elas

devem jejuar. Vide capítulo 23, itens 3 a 12.

9) Mesmo nos casos que a halachá permite comer, não se deve

exagerar com carne e alimentos saborosos; apenas o estritamente

necessário260.

10) A pessoa que avalia que se jejuar no Tsom Guedalyá

não terá forças para jejuar no Yom Kipur, não jejuará no Tsom

Guedalyá

11) Nas Amidot de Shacharit e Minchá, os sefaradim

acrescentam o trecho de “Anênu Avínu Anênu”262 antes de dizer “ki

Atá shomea tefilat com pê”. Os ashkenazim, no entanto, acrescentam

somente em Minchá263.

Deve-se tomar o cuidado de terminar este trecho com “Baruch

Atá Hashem Shomêa tefilá” e não com “Baruch Atá Hashem haonê

leamô Yisrael beet tsará”264, pois somente o chazan termina desta

forma, quando insere “Anênu” na Chazará (repetição da Amidá)

entre a berachá de “Goel Yisrael” e “Refaênu”.

Se o indivíduo esquecer de inserir “Anênu”, antes de “Baruch

Atá Hashem shomêa tefilá”, poderá inclui-lo antes do último “yihyu

leratson imrê fi”265. Mesmo que se lembre depois, desde que seja

antes de dar os três passos para trás, poderá ainda dizer Anênu266,

mas sempre terminando com “bechol et tsará vetsucá” – neste caso

não se recita “Baruch Atá Hashem Shomêa tefilá”.

12) O chazan insere “Anênu” na Chazará (repetição da Amidá)

– entre “Goel Yisrael” e “Refaênu” – somente se no minyan há dez

pessoas jejuando267. Há quem sustente que no caso de haver seis

pessoas jejuando, o chazan poderá inserir a tefilá de Anênu268.


13) As comunidades fora da Terra de Yisrael que costumam

fazer Bircat Cohanim todos os dias em Shacharit – como os

sefaradim – nos dias de jejum farão Bircat Cohanim em Minchá

também 269 ; exceto no Tishá Beav – que se faz Bircat Cohanim

somente em Minchá, e no Yom Kipur que se faz em Shacharit,

Mussaf e Neilá (mas não se faz em Minchá).

14) Neste caso deve se rezar Minchá próximo do pôr do

Sol270, mas de maneira que haja tempo lechatchila271 (a priori) de

fazer Bircat Cohanim antes do pôr do Sol. Se nesta oportunidade

rezarem Minchá no período de minchá guedolá (que inicia meia

hora zemanit após o meio do dia), não se fará Bircat Cohanim272.

15) Se, inadvertidamente, o indivíduo comer no jejum, deverá

assim mesmo concluir o jejum273.

16) Os indivíduos para os quais a halachá permite comer no

jejum, não deverão fazê-lo em público, como em restaurantes e

lanchonetes; devem comer discretamente274.

17) Aqueles que pela Halachá estão autorizados a comer no

jejum não devem dizer “Anênu” na Amidá275.